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Teste Completo: Jeep Avenger 100% elétrico

Teste Completo: Jeep Avenger 100% elétrico
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 “Nascer vencedor”

 

Este é o Avenger, o primeiro modelo 100% elétrico da Jeep, que traça o início de uma nova era para a marca. Este modelo, que conta com uma vocação urbana (mas não só), utiliza a tecnologia do grupo Stellantis para oferecer uma proposta bastante competitiva, graças à sua tecnologia, mas igualmente emocional, devido ao seu estilo exterior e interior. Será que o recém-eleito “Car of The Year 2023” será também um vencedor no que toca à sua carreira comercial?

Para responder a isso (e muito mais), nada como um “Teste Completo”.

 

Exterior

O departamento de design da Jeep está de parabéns. O estilo exterior deste “mini-Jeep” recebeu elogios de todos os que se cruzaram com ele, e isso importa muito. Num “corpo” com pouco mais de 4 metros de comprimento, o Avenger conta com todos os elementos necessários para que se pareça realmente com um Jeep, ou seja, pode ser o início de uma “nova aventura eletrificada”, mas que não esqueceu a história que tem início em 1941.

Para começar, a dianteira conta com uma superfície vertical, o que ajuda a conferir uma imagem de robustez ao Avenger, com a grelha (fechada) de sete barras a cumprir com a tradição dos modelos da marca. Logo ao seu lado, surgem os grupos óticos, muito bem integrados e que são igualmente ponto de destaque nesta secção dianteira, que optam por um formato quadrangular, ao contrário dos redondos utilizados no Renegade.

O seu formato “boxy” continua, no entanto, presente, embora aqui feito de uma forma ainda mais exemplar. A rodas estão dispostas bem nos flancos da carroçaria, bem delineadas seja pelos vincos da carroçaria, seja pelos elementos plásticos que cobrem grande parte deste Jeep, na dose certa, ajudando tanto no desenho exterior, assim como a proteger igualmente o Avenger de alguns “toques” ou “aventuras” demasiado exuberantes.

Vida na cidade, já se sabe como é…

As cavas das rodas dão lugar às jantes de 17’’ polegadas, o ideal para esta proposta.

Atrás, nota-se que é um Jeep, com alguma inspiração no Compass, mas igualmente pelos elementos típicos e que nos fazem relembrar propostas do passado, como os farolins traseiros, com um “X” que nos remete para os jerricans que estavam na traseira dos Willys.

Ainda há espaço para referir que este Avenger está repleto de “Easter Eggs”, como elementos impressos nos vidros dianteiro e traseiro (um rapaz a olhar para o céu através de um telescópio ou uma montanha, respetivamente), assim como uma joaninha com sete pintas, no friso do tejadilho, que quase passaria despercebida.

O Amarelo Sun é “a cor” a escolher para este Avenger. No entanto, existem ainda seis outras tonalidades para revestir este 100% elétrico de “alma” aventureira.



Interior

O ambiente interior é jovial, com uma organização horizontal, maioritariamente lógica e ergonómica. Vamos por partes.

O tablier conta com um painel de instrumentos digital, com uma boa dimensão, que nos apresenta o que é mais necessário, sendo ainda possível de configurar e optar por diferentes estilos. O volante é novo, e conta com uma boa pega (tipicamente espessa nos Jeep). Ao centro encontramos o sistema multimedia, bastante completo e fácil de utilizar, que apresenta uma boa dimensão (10,25’’), mas não quer ter protagonismo a mais. Ou seja, não nos limita a visibilidade para o exterior, mas também não nos obriga a retirar em demasia os olhos da estrada.

Abaixo encontramos comandos físicos para o volume, mas igualmente para o sistema de climatização, que é quase todo controlado através de botões. Sim, os bons e velhos botões, que estão aqui presentes e dão pontos extra a este interior, no que toca à funcionalidade.

São também os botões que nos merecem reparos, não estes, mas os do comando da transmissão. São grandes, mas ao início implicam que olhemos para onde estamos a carregar, prejudicando um pouco a fluidez das manobras, assim como em andamento temos de esticar o braço para colocar no modo “B”.

Para se desculpar disso, o Avenger conta com generosos espaços de arrumação, com o destaque a ir para o que se encontra imediatamente abaixo do sistema multimedia, mas igualmente o de grandes dimensões colocado onde estaria o seletor da transmissão. Aqui, coberto por um elemento em íman, muito semelhante ao que encontraríamos numa capa de um tablet. Bem pensado!

Os bancos contam com um apoio suficiente, assim como dão uma excelente posição de condução para praticamente todas as estaturas, tal é a capacidade de regulação.

Já atrás, somos relembrados que este é o Jeep mais pequeno que podemos comprar. No entanto oferece espaço para dois adultos confortavelmente, já que o lugar central conta com um túnel algo intrusivo. A bagageira de 355l está na média para um automóvel deste segmento, assim como comparando com os seus “familiares” da Stellantis.



 Condução

O difícil no caso dos automóveis elétricos, é o de cada marca conseguir conferir aos seus modelos um comportamento diferente, que faça lembrar o que os modelos a combustão, anteriormente, ofereciam. No caso do Jeep Avenger isso foi conseguido, ainda que seja bem mais ágil do que as outras propostas da sua gama.

A Jeep alcançou ainda um “bónus” no Avenger, ou seja, o facto de estrear a plataforma renovada e-CMP, aquela que dá a base a modelos como o Peugeot E-2008, Mokka Electric ou DS 3 E-Tense. Ou seja, conta 60% de novos elementos, que claramente incrementaram a sua capacidade de pisar o asfalto… e não só.

O motor é de 115kw (156cv) e 260Nm, o que é mais do que suficiente para puxar um peso de 1611kg – o que é relativamente leve para um 100% elétrico. A bateria de 54kWh diz ser capaz de 400km de autonomia combinada ou mesmo 550km, caso se circule apenas em cidade.

Existem três diferentes modos de condução para estrada (ECO/Normal/Sport), que oferecem diferentes níveis de potência para que utilizemos o Avenger da maneira mais eficiente possível. O primeiro é o ideal para utilizar em cidade, já que ajuda a manter os consumos mais reduzidos, que nos percursos citadinos ficou em torno dos 11 a 13kWh/100km.

Com a chegada das curvas, nota-se que o Jeep Avenger é estável, com boas reações de carroçaria e pouco adornar, assim como conta com uma direção direta e precisa, mas não em demasia, de forma a não tornar tudo demasiado frenético, nem perder a componente Jeep, que a marca quer que se mantenha nesta proposta. Em velocidades mais elevadas, destaque igualmente para o bom trabalho feito em silenciar ruídos aerodinâmicos.

O conforto é outro ponto positivo, com o Avenger a tolerar bem os maus pisos, também devido a ter sido pensado para algumas aventuras ligeiras fora do alcatrão. É por isso que conta igualmente com modos dedicados a isso, graças ao Selec-Terrain, capaz de optar por três diferentes modos: Sand, Mud ou Snow, que interveem na potência, velocidade máxima, ESP e ABS.

Para além disso, a Jeep também dotou o modelo com melhores ângulos para off-road (ligeiro) face à concorrência, assim como tem 200mm de altura livre ao solo.

Com todos estes tipos de percursos e com AC ligado, a média final ficou em 14,3kWh/100km, um valor bastante positivo, que se traduz na capacidade de fazer 377km com uma única carga.

Para a repor, o Jeep Avenger conta com capacidade de carregar até 100kW em corrente continua (20 a 80% de carga em pouco mais de 20 minutos). Em corrente alternada, são possíveis atingir os 11kW (5h30 para uma carga completa).



Conclusão

O Jeep Avenger é o elétrico que muitos de nós precisávamos e não sabíamos. Conta com um aspeto exterior muito bem conseguido, um interior bem organizado e com muitos espaços de arrumação, suficiente para sentar quatro adultos, assim como um comportamento divertido (sem deixar de ser Jeep, o que é provado pela capacidade para sair do alcatrão) e um motor e baterias capazes de um andamento despachado sem pedir muitos kWh “em troca”.

No entanto, o seu “calcanhar de Aquiles” é o seu preço, que se inicia nos 39.700€, o que pode ser difícil de digerir para muitos, já que é um preço elevado para um SUV de segmento B. O que nos deixa a pensar o que seria se este Avenger também estivesse disponível com motores a combustão…algo que irá acontecer em dois países: Espanha e Itália.


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Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!