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Jeep Renegade 4Xe Trailhawk: “Híbrido que de água não tem medo”

Jeep Renegade 4Xe Trailhawk: “Híbrido que de água não tem medo”
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“Eletricidade sem barreiras”

 

Este é o Jeep Renegade 4Xe, e sim, quem está mais atento sabe que a versão Plug-In do modelo mais pequeno da gama Jeep já por cá passou. Mas este é diferente, este é o Trailhawk, o Renegade mais “duro de roer”, aquele que mais ADN tem da marca americana, mas que agora troca o diesel de 170cv por um conjunto híbrido de 240cv.

E sim, já sei que estão a fazer questões sobre como se comporta um híbrido num ambiente mais feroz como o fora de estrada. Foi isso que quis descobrir, num ensaio sem filtros, onde este Jeep Renegade Trailhawk não aparece limpo nas fotos, por uma vez que seja!

Esteticamente é fácil distinguir um Renegade Trailhawk de outras versões: para-choques específicos que lhe permitem melhores ângulos quando o alcatrão termina, assim como jantes específicas, pneus “all-weather” e decoração específica, como é o caso da faixa mate no capot.

Para além disso, o nome Trailhawk na traseira, a “medalha” Trail Rated e o gancho bem resistente, caso a nossa ambição seja demasiado desmedida. Se isso acontecer muitas vezes, talvez seja melhor trocarem por um Wrangler.



No interior também há diferenças. São elas bancos exclusivos com a inscrição da versão, vários elementos em vermelho, num interior mais utilitário do que moderno ou elegante, com uma montagem em bom plano, já que nunca apresentou ruídos, nem mesmo quando o piso era tudo menos meigo. De resto, continua a ser um Renegade, ou seja, espaço para uma família, mas uma bagageira que viu a sua capacidade reduzida, devido ao sistema híbrido, apresentando 330L de capacidade.

As minhas memórias com o Jeep Renegade Trailhawk sempre foram boas, graças a uma proposta que não conhece muitas barreiras, mas que fora isso continua a ser um Renegade “normal”, com dimensões comedidas e fácil de utilizar na vida de dia-a-dia.

Assim, o sistema híbrido continua a ser uma ajuda. Os seus 50km de autonomia não foram atingidos, mas não estiveram muito longe disso (46km), com os primeiros 100km a serem feitos com menos de 4L/100km. Após isso, o sistema elétrico ainda continua a ajudar, mantendo os números entre os 7 e 8L/100km. Relembro que com este formato “caixa”, 240cv e pneus que não têm preocupação constante com os consumos, não é um mau valor.

Usado corretamente (leia-se, metendo à carga sempre que se chega a casa), o consumo misto, em mais de 400km, ficou nos 5,5L/100km.

Ponto negativo apenas para o depósito de combustível, demasiado curto, com apenas 36,5L, o que lhe limita a autonomia total.

Mas outra memória que tinha do Renegade Trailhawk é que era caro, demasiado caro.
Não por culpa da Jeep, mas sim da nossa tributação, que fazia com que o seu preço chegasse bem perto dos 70 mil euros!

A grande novidade, é que este modelo está agora (bem) mais acessível, tendo um preço de tabela de 44.894€, pouco mais que o 4Xe Limited de 190cv ensaiado anteriormente. Com essa boa notícia, e com uma condução em estrada bem mais suave que a do seu antecessor, a dúvida é saber fora de estrada este 4Xe é também um vencedor.



Em termos de potência, este PHEV sai na frente com 240cv vs os 170cv do antigo diesel, mas no binário esta nova versão sai um pouco a perder (270Nm vs 350Nm), ainda que o sistema elétrico ajude num arranque mais decidido logo em baixas rotações. Mas é também nos ângulos que este 4Xe fica um pouco atrás, graças a uma menor altura ao solo e ângulos não tão bons quanto os do seu antecessor, mas bem melhores do que os Renegade “certinhos”, fruto dos para-choques bem mais “trialeiros“.

Dessa forma, os limites são bem mais largos e a descoberta de novos caminhos, passa a ser uma realidade sem correr o risco de deixar peças pelo caminho. As passagens pelos ribeiros podem ser feitas sem problema, com uma passagem em vau até aos 40cm. Quando o terreno fica mais difícil, o Selec-Terrain permite uma seleção vasta de pisos, contando mesmo com bloqueio de diferenciais para as subidas mais difíceis. Aqui, não se notam também hesitações no que toca ao sistema híbrido, o que poderia prejudicar em alturas de atacar um obstáculo.

Como se pode ver nas fotos, este Renegade Trailhawk híbrido, foi tratado como um Jeep, sem se negar, mesmo tendo uma consciência mais ecológica. Assim, é uma das propostas mais camaleónicas do mercado. Pode tanto atravessar um país graças a não ser “apenas” um elétrico, ser um SUV Híbrido capaz de nos ajudar no dia-a-dia, assim como um todo-o-terreno que tem a particularidade de, por vezes, fazer com que o único som que se ouça seja o dos seus pneus na lama, ou a água que fica a ondular depois da nossa passagem.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!