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Eletrificação democratizada – Teste ao renovado Corsa com motorização Mild-Hybrid

Eletrificação democratizada – Teste ao renovado Corsa com motorização Mild-Hybrid
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“Verdadeiramente eficaz”

 

Estivemos ao volante do renovado Opel Corsa, um modelo cheio de história, presente na marca do “Blitz” desde 1982, agora na sua 6ª geração, a primeira projetada e desenvolvida já sob a alçada do antigo grupo PSA, agora Stellantis. Para além de diferenças no exterior, o modelo de segmento B da marca germânica recebe o novo (e importante) grupo motopropulsor Mild Hybrid.

Teste à versão GS na variante de 100cv desta solução eletrificada.

No exterior é fácil entender que foi na dianteira onde este Opel Corsa mais mudou. Assim, esta secção recebe agora o Opel Vizor, estando mais aproximado da imagem de modelos como o Astra, assim como dos SUV Mokka ou Grandland. Para além disso, o para-choques e os grupos óticos contam igualmente com um novo desenho. Podemos contar ainda com novos desenhos das jantes, assim como uma nova cor Cinzento Grafik. Atrás, o destaque vai para a presença do nome Corsa ao centro do portão de bagageira, enquanto o badge Hybrid é o único ponto que nos permite diferenciar este Corsa eletrificado dos demais.



No interior, o destaque é sobretudo tecnológico, com alterações feitas tanto no painel de instrumentos 100% digital, que conta agora com novos e melhorados grafismos, como no novo sistema de infotenimento, que é agora mais avançado, capaz de ser atualizado over-the-air, permitindo a conexão via Apple CarPlay ou Android Auto sem fios.

Em termos de estilo, o volante conta com um desenho ligeiramente diferente, enquanto o comando da transmissão surge, tal como nas últimas unidades pré-restyling, com um novo desenho, igual ao que encontramos no Astra.

Em termos de espaço, é um segmento B que está perfeitamente na média do seu segmento, ou seja, não é a solução mais espaçosa, mas está longe de ser apertado. É ideal para dois adultos circularem confortavelmente nos assentos traseiros, com a bagageira a contar com uma capacidade de 309l.

Ao volante

Para além destas alterações estéticas e tecnológicas, a grande novidade é o conjunto que este Opel Corsa – perfeitamente incógnito face aos outros – esconde debaixo da sua “pele”.

Este conjunto utiliza uma vez mais um motor 1.2 Turbo, que conta com algumas diferenças. Para começar, substitui a correia por corrente, uma solução mais fiável que deverá resolver erros do passado, assim como passa a funcionar no ciclo de combustão Miller. Mas, ainda mais importante do que isso, conta com uma solução electrificada (e bastante compacta) de 48V.



O motor elétrico síncrono de imanes permanentes está alojado na nova caixa de velocidades, agora de dupla embraiagem de seis velocidades (as versões apenas térmicas contam com manual de 6 ou automática de 8). Na transmissão é onde está igualmente o inversor da corrente contínua, bem como o ECU. Isto faz com que o peso não aumente em demasia (apenas mais 92kg que um Corsa 1.2 Turbo com transmissão manual) nem roube espaço habitável no interior.

A bateria de iões de lítio de 48V tem apenas uma capacidade útil de 432Wh, mas quase faz milagres, como constatámos durante os quilómetros que passámos ao volante deste utilitário.

Dizemos milagres porque, em percursos sobretudo citadinos, é possível ver a percentagem de condução feita em zero emissões facilmente passar os 40%, atingindo mesmo 60% num dos percursos que fizemos, que contou com mais de 15km. A sua energia é conseguida via regeneração, que é talvez a maior diferença que notamos a conduzir este modelo com o novo propulsor.

A comutação entre propulsores é bastante suave, graças igualmente ao motor de arranque ser agora acionado por correia, que inicia e reinicia o motor térmico. A nova transmissão de dupla embraiagem perde duas relações, mas revelou-se rápida e suave nas suas passagens, não merecendo críticas. No entanto, achamos que a Opel poderia ter colocado um conta rotações no ecrã digital, já que contamos com patilhas de seleção montadas atrás do volante, bem como um modo “Manual” da transmissão…

Num percurso misto de 100km que percorremos para testar os consumos deste novo Corsa Hybrid, o número conseguido foi bastante positivo: 4,4l/100km, ligeiramente abaixo do anunciado pela marca. No final, após mais de 500km, com mais autoestrada à mistura, o valor ficou fixado em 4,9l/100km, conseguindo-se, desta forma, justificar a total ausência da solução Diesel nesta renovada geração.

Podemos comprovar igualmente que é mais do que justificado o investimento extra de 950 euros face ao Corsa 1.2 Turbo de 100cv e transmissão automática. A sua poupança é notória, ganhando suavidade, num sistema que parece ser bem-nascido.

Quanto ao Corsa, a sua renovação coloca-o mais próximo das outras propostas da gama, continuando a ser uma escolha segura para quem procura uma solução no “sempre povoado” segmento B.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!