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Ao volante do renovado Alfa Romeo Stelvio

Ao volante do renovado Alfa Romeo Stelvio
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“Retoques para lutar”

 

O Alfa Romeo Stelvio marcou a chegada da marca de Arese ao mundo dos SUV em 2017, impressionando pela sua dinâmica exemplar. Será que sete anos após o seu lançamento, o Stelvio ainda tem “truques na manga” para combater com os seus rivais?

O Tonale é o novo “menino bonito” da marca Italiana, sendo responsável pelo incremento de vendas da Alfa Romeo. No entanto, não podemos esquecer o Giulia e Stelvio, modelos recentemente renovados. Para conhecer as suas alterações, começámos pelo Stelvio, o “outro SUV”, aqui presente com a motorização Diesel mais potente (210cv) e tração integral Q4.

Dono de uma estética que é ainda apaixonante, o Stelvio mudou pouco por fora, mas o suficiente para notar as diferenças, encontradas sobretudo na sua dianteira.

Isto porque a Alfa Romeo conferiu ao modelo uns novos grupos óticos, que não mudam a sua forma exterior, mas sim a assinatura luminosa no interior, dando igualmente um “upgrade” a nível tecnológico, dotando o modelo com a tecnologia Full-Led Matrix. De resto, a dianteira não conta com diferenças, continuando a contar com um desenho que mescla o belo com o agressivo, com o scudetto sempre em destaque.

Na lateral não encontramos diferenças, com as jantes a transitarem da versão “pré-restyling”, e a traseira a contar com as mesmas diferenças no mesmo lugar da dianteira, ou seja, nos elementos luminosos, agora mais escurecidos.



No seu interior as diferenças encontram-se no painel de instrumentos, agora totalmente digital, elaborado com extremo bom gosto, relembrando-nos dos modelos da marca dos anos 60 e 70 do século passado. O volante não mudou, que continua a apresentar o botão start nesse local, ainda que esta unidade não contasse com as soberbas patilhas de seleção, notando-se a sua falta.

A posição de condução é elevada, não sendo fácil de encontrar a posição correta. Daqui apreciamos um habitáculo que, embora tendo sido renovado ao longo dos anos, já se nota o peso da sua idade, principalmente no sistema multimedia, algo confuso de operar e difícil de “ler”, principalmente quando a luz exterior está mais forte, exibindo muitos reflexos.

Já na segunda fila, o espaço é ideal para dois adultos, já que o túnel central conta com dimensões generosas. A bagageira de 525l volta a mostrar a “veia familiar” deste Alfa Romeo.



Ao volante

Mas é ao volante que este Alfa Romeo pode ainda deslumbrar, continuando a ser uma das referências no seu segmento neste campo. É verdade que a sua mecânica Diesel não é a que faz acelerar mais o coração, mas continua a ser frugal, numa gama que não conta com qualquer tipo de eletrificação.

Este bloco 2.2 Diesel debita 210cv, ligado a uma transmissão de 8 velocidades, que transmite a potência às quatro rodas, graças ao seu sistema Q4.

A potência é suficiente para o uso que possamos vir a dar a este SUV, conseguindo imprimir um andamento interessante, sempre equilibrado e seguro, convidando a adotar uma condução inspirada. Prova disso são os 6,6s que necessita para cumprir o arranque dos 0 aos 100km/h. A falta de patilhas de seleção foi, mais uma vez, notória quando o ritmo aumenta. Quem já conduziu um Giulia ou Stelvio (não importa o motor) sabe bem a diferença que essas patilhas fazem, já que a transmissão é rápida e agradável de utilizar desse modo.

Como ponto igualmente menos positivo está o som do motor, que acaba por ser demasiado audível no habitáculo, sinal dos tempos e da cada vez mais abrangente eletrificação que faz com que os nossos ouvidos fiquem cada vez mais sensíveis. Por outro lado, este propulsor, mesmo entregando uma boa dose de potência, consegue ser comedido no seu apetite, com uma média final ligeiramente abaixo dos 7l/100km, conseguindo uma autonomia de mais de 800km, sem necessidade de parar para abastecer.

Com um preço desde 65.500€, o Alfa Romeo Stelvio aponta claramente a um cliente que procure um comportamento dinâmico mais envolvente e um estilo exterior mais emotivo. No entanto, o seu interior demonstra já alguma idade, principalmente no sistema multimédia, algo que se estende igualmente à gama de motorizações, que não está ajustada às necessidades atuais do mercado, algo que os seus rivais diretos fazem melhor.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!