Home Ensaios “Imagem de aventureiro, familiar por natureza” – Škoda Kamiq 1.0 TSI Scoutline

“Imagem de aventureiro, familiar por natureza” – Škoda Kamiq 1.0 TSI Scoutline

“Imagem de aventureiro, familiar por natureza” – Škoda Kamiq 1.0 TSI Scoutline
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“Imagem e conteúdo”

É verdade que já foi por aqui testado o Škoda Kamiq, com este mesmo conjunto de motor e transmissão, mas voltei a bordo do mais pequeno SUV da Škoda para o colocar à prova em longas distâncias, aproveitando assim as suas mais valias, como o conforto e o seu espaçoso habitáculo. Será que uma família precisa mais do que um B-SUV?

Para descobrir, utilizámos agora a versão Scoutline, diferente do Style ensaiado anteriormente. Com uma imagem mais aventureira, o Scoutline assenta melhor ao Kamiq, ainda que, na prática, não conte com nenhuma diferença técnica que nos faça poder andar fora de estrada sem preocupações. A altura ao solo é mais elevada, mas a tração continua a ser apenas dianteira e os pneus são pensados para o asfalto. Portanto, é melhor que as aventuras fiquem apenas pelo alcatrão ou então nos simples caminhos de terra. 

No entanto, as diferenças estéticas são visíveis, seja nos arcos das rodas em plástico, assim como diversas proteções especificas, algumas delas criando contraste com o cinza mais escuro da carroçaria, algo que as capas dos espelhos também contribuem para criar esse efeito. As jantes de 17’’ polegadas são de série nesta versão e são suficientes para garantir uma boa imagem, sem prejudicar o aspeto geral do modelo.



Para um segmento B, o Kamiq apresenta boas quotas de habitabilidade, principalmente para quem viaja atrás, com um bom espaço para a cabeça e para as pernas, o que se revelou durante a longa viagem ao qual sujeitamos este Škoda. Passando para a frente, encontramos um habitáculo organizado de forma lógica, com os comandos físicos quer no volante, quer no sistema de climatização, o que melhora a sua ergonomia e facilidade de utilização. Esta unidade, porém, não contava com o Cockpit Digital (555€), contando por isso com um arranjo mais “tradicional”, que mesmo que sendo tão evoluído é, ainda assim, muito completo graças ao seu computador de bordo. O sistema multimedia aqui presente é também o de série, contando já com Apple CarPlay e Android Auto sem fios, mas sem poder contar com sistema de navegação. Para isso há que escolher o sistema de infoteinment Amundsen de 9,2’’ polegadas. 

Os materiais são macios na parte superior, com os plásticos mais rijos a surgirem, como é habitual neste segmento, mais abaixo e nas portas posteriores. Globalmente, a montagem é correta. 

A bagageira de 400l não é a maior do segmento, mas é, ainda assim, superior a muitos dos seus principais concorrentes. No entando, o acesso é algo fundo, o que se nota mais na altura de carregar (ou descarregar) malas de viagem mais pesadas. Fator positivo para a presença de roda suplente, com dimensão normal. 

E foi na bagageira onde as mochilas e os casacos dos quatro ocupantes a bordo, encontraram lugar, na altura de arrancar para 650km ininterruptos a bordo deste pequeno (grande) SUV da marca. A autoestrada durante mais de 200km foi o primeiro desafio, com uma velocidade estabilizada no limite de velocidade permitido. 



Tal como dito acima, o motor aqui presente é o 1.0 TSI de 110cv, com a transmissão a estar a cargo da DSG de 7 velocidades. A potência deste “mil” revelou-se suficiente, com a possibilidade de manter um andamento “vivo” mesmo com a lotação (quase) esgotada e diferentes tipos de topografia, que poderiam ter sido – mas não foram – dificuldades para o Škoda. 

A 120km/h, as rotações permanecem reduzidas, o que ajuda a que o consumo não seja exagerado. Neste primeiro percurso, o valor estava fixado nos 6,5l/100km, com os próximos que se seguem, em estrada nacional, a ajudarem a baixar mais esse valor. 

E isso, assim se verificou, com o consumo médio a descer para a casa dos 5,9l/100km. A transmissão DSG, pouco utilizada neste percurso inicial, revelou-se “um descanso” na altura de ultrapassar, com uma boa gestão da potência a ser entregue. Mas é, lá mais à frente, na cidade, que iremos ver as suas verdadeiras vantagens. 

Na malha citadina, a transmissão automática é uma verdadeira vantagem no arranque dos semáforos e na desenvoltura no tráfego. No entanto, podia ser mais rápida e decidida a baixas rotações, assim como sistema o start/stop ser mais rápido nas suas reações. Talvez seja altura para incluir neste 1.0 TSI uma solução de micro-hibridização 48v para melhorar este aspeto. 

Até aqui, os quatro passageiros – onde eu estou obviamente incluído no lugar do condutor – saem para almoçar, sem o cansaço de viagem. Esse fator é conseguido graças a uns confortáveis bancos dianteiros com bom apoio e suporte, assim como espaço suficiente para quem vai atrás, sem ir com as pernas demasiado fletidas, algo que poderia acontecer em outras propostas deste segmento. 

Na altura do regresso, o percurso é o mesmo, mas agora com a luz do dia a começar a despedir-se para dar lugar à noite. 

Os quilómetros passam e as vantagens deste pequeno Kamiq continuam a ser somadas, com climatização a demonstrar-se eficaz, com saída dedicada para os passageiros traseiros e regulação especifica de duas vias (graças ao opcional Climatronic por 565€), assim como CarPlay sem fios, mesmo no sistema de infotenimento de acesso, mostrando que o “salto” para o outro acima só é justificado se quisermos contar com navegação nativa no Kamiq. 

Mas é o pisar no asfalto, confortável e sem demasiado balanceio, que mais surpreende, bem como a insonorização, mesmo quando o ritmo aumenta um pouco mais nas longas planícies atravessadas neste mais de meio milhar de quilómetros percorridos. 

A luz cai, os faróis LED iluminam os últimos 200km até casa. O ritmo volta a aumentar, com as rotações a continuarem reduzidas. Com o Škoda Kamiq atingir quase o final do seu desafio, provando que uma proposta não se mede aos palmos, passando no teste. O consumo ficou nuns agradáveis 6,3l/100km. 

O Kamiq é, por isso, uma das soluções com mais lógica deste segmento, sendo difícil apontar pontos negativos. Bem equipado de série, o modelo pode ainda contar com vários elementos opcionais que o podem elevar para um outro patamar, tanto de conforto, estilo ou tecnologia. Desde os 24.791€ é uma proposta a ter em conta para quem procura um automóvel deste tipo.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!