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Em viagem com o Volkswagen Tiguan 2.0 TDI R-Line

Em viagem com o Volkswagen Tiguan 2.0 TDI R-Line
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“Um bom parceiro”

 

Após ter estado ao volante do Volkswagen Tiguan Allspace no ano passado, chegou a altura de testar o Tiguan “de cinco lugares” na sua versão R-Line. Mais compacto em 21mm, este Volkswagen acompanhou-me numa viagem entre as duas capitais da península ibérica, revelando as qualidades próprias de um bom parceiro de viagem.

Na sua segunda geração, o Tiguan é um dos pilares importantes da marca germânica. Lançado em 2016 e renovado em 2020, de forma a manter-se atual e bem integrado na gama, prepara agora a chegada da terceira geração já em 2024, geração essa que curiosamente apanhámos em testes finais praticamente sem camuflagem, em terras espanholas, durante o nosso ensaio.

Ainda assim, este modelo “tem muito para dar”, com as suas qualidades a estarem bem presentes.

Esteticamente, este é um SUV (muito) bem conseguido, principalmente nesta versão R-Line, que lhe confere uma estética bem mais interessante e dinâmica, fruto dos para-choques específicos, spoiler, jantes Misano de 20’’ opcionais, assim com a cor “R” Azul Lápis. Para além disso, o Tiguan conta com proporções corretas e uma imagem bastante robusta. Comparativamente com o Allspace, as diferenças são apenas visíveis na lateral, já que a dianteira e traseira são praticamente iguais, apenas com a versão de sete lugares a ser ligeiramente mais alta.



O interior foi digitalizado no seu restyling, mas que ainda é bastante “analógico”, ou seja, conta com comandos específicos para a climatização (algo que já não contaremos na próxima geração), ainda que sejam comandados através de um comando sensível ao toque. Para além disso, o Digital Cockpit é bastante completo, possível de ser configurado ao gosto do condutor ou das necessidades do momento.

Em termos de qualidade, essa é elevada com bons materiais na sua maioria, com alguns de superfície mais rija a serem encontrados em locais menos acessíveis à vista, ou no topo das portas traseiras. Mas a montagem provou estar num nível elevado, sem apresentar quaisquer ruídos ou falhas. Em termos de conforto, os bancos específicos desta versão R-Line oferecem um melhor apoio, o que não nos deixa ter motivos de queixa após 600km ininterruptos (por duas vezes). A organização do habitáculo e a sua qualidade provam o que foi dito acima, que o Tiguan “tem ainda muito para dar”, graças à ergonomia e capacidade de ser o familiar que muitos procuram.

Aliás, quanto a isso, o espaço atrás é generoso, suficiente até para três adultos. Existe uma saída de ventilação específica (possível de regular a própria temperatura), um apoio de braço central, bolsas para os smartphones nas costas dos bancos traseiros, enquanto os próprios assentos são possíveis de reclinar ou de mover longitudinalmente, para beneficiar a bagageira se necessário. Graças a isso, a bagageira pode ir dos 520l (caso os passageiros traseiros viajem “à larga”) até aos 615l. Debaixo do piso de forma regular e com bom acesso, sem bordo, encontramos ainda uma roda suplente, para que uma longa viagem como esta não fique estragada por um furo.



Para estes 1500km de teste, contámos com os préstimos do conhecido bloco 2.0 TDI com 150cv (existe ainda uma versão com 200cv e tração às quatro rodas), que se revelou um bom equilíbrio para as prestações necessárias de um automóvel como este. A gerir os seus 150cv e 400Nm de binário, a transmissão DSG de sete velocidades é a responsável e que, tal como o bloco Diesel, é uma escolha segura e eficaz.

Este conjunto garante, para além de um andamento despreocupado, uma boa eficiência no que diz respeito ao consumo de combustível, com um “tanque” a ter durado 1000km, finalizando este ensaio com uma média de 6,0l/100km, com metade do percurso a ser feito com “casa cheia”. A transmissão DSG é, em parte, culpada por essa poupança, já que gere bem a utilização deste motor, assim como circula muito tempo em “modo vela” quando retiramos o pé do acelerador nas descidas ou retas.

Mas somando a um exterior que agrada, um interior bem construído e espaçoso, bem como um motor que cumpre e é suficientemente poupado, o seu comportamento assume um compromisso interessante, entre o conforto necessário para longas tiradas como esta e algum dinamismo quando as curvas aparecem, algo que é possível graças a uma boa afinação (mesmo que este Tiguan ainda assente numa plataforma mais “antiga” MQB A2), assim como pelo ajuste correto e preciso da direção, tato eficaz de travão, ou pelos opcionais suspensão DCC e jantes de 20’’ polegadas, que contam ainda com uns pneus que estão prontos para um andamento mais despachado.

Por outro lado, em pisos mais degradados, lembramo-nos que temos umas jantes com dimensões generosas. Portanto, se gostar do desenho das jantes de 19’’ polegadas, talvez seja melhor optar por essas, já que a parede extra de pneu torna o Tiguan ainda mais confortável.

Se um automóvel cumpre bem numa viagem longa como esta, cumprirá igualmente bem nas tarefas do dia-a-dia. O Tiguan é um produto completo, repleto de mais-valias e ainda competitivo face aos seus concorrentes, mesmo que o seu sucessor esteja já ao virar da esquina, o que é bem-vindo graças a uma gama de motores mais abrangente, onde se inclui um híbrido Plug-in com uma autonomia elétrica que chegará aos 100km.

Mas não há bela sem senão, com esta unidade a custar em torno de 60 mil euros, ou seja, um Tiguan igual a este não é para todos. No entanto, quem procura um SUV familiar, tem aqui uma escolha segura. Se esse for o caso, saiba que a gama inicia nuns mais simpáticos 36.979 euros, se optar pelo motor 1.5 TSI de 150cv e transmissão manual, o que também não é nada mau conjunto…


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Volkswagen ID.4 Pro Perfomance – “Familiar sem ansiedade de autonomia”

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!