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“Intenção de ficar” – Teste ao Mitsubishi ASX 1.0 MPI-T Invite

“Intenção de ficar” – Teste ao Mitsubishi ASX 1.0 MPI-T Invite
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“O Tempo não pára”

 

Estávamos em 2020 quando a Mitsubishi Motors anunciou que ia sair do mercado europeu quando o ciclo de vida dos seus modelos atingisse o fim. Um ano depois tudo mudou, com a marca a anunciar uma estreita parceria com o Grupo Renault, que faz parte da mesma aliança à qual pertence a marca nipónica.

Portanto se está a ver aqui um automóvel muito parecido (ou virtualmente igual) com um SUV francês que começa com o “Ca” e termina em “ptur” não precisa de ir ao oculista, parece mesmo.

A razão é simples. O desenvolvimento de um automóvel demora muito tempo e, acima de tudo, é demasiado caro. Ora bem, duas coisas que a Mitsubishi Motors não se podia dar ao luxo de fazer, a primeira porque o seu volte-face de regressar a Europa deveria ser imediato, para não correr o risco de ficar sem gama e o segundo porque precisa de rentabilizar e tornar lógica a sua permanência na Europa. O que era na verdade a razão da sua saída, para se focar nos mercados onde era mais forte.

Ora bem, pensem nos vossos tempos de escola, têm de fazer um grupo. Juntam-se com quem tem mais hipóteses de ter sucesso, não é? Foi o que a Mitsubishi fez, já que tinha a hipótese de contar com um dos SUV compactos que mais vende no velho continente.



Esteticamente isto vai ser rápido. As diferenças estão na dianteira, com a pequena grelha a contar com o “Dynamic Shield”, deixando cair o losango da marca francesa e colocando os três diamantes da marca japonesa. Na lateral não existem diferenças, a não ser os logos nas jantes, enquanto na traseira o nome Mitsubishi aparece no tampo da bagageira, assim como o nome do modelo ASX. A câmera de estacionamento está numa posição um pouco inestética, mas isso é justificado pela posição que está no modelo que lhe dá origem. Como o tempo não pára, não houve tempo para muitas alterações.

Tal como no exterior, que ainda não conta com linhas ou uma filosofia de design dos futuros modelos da marca. Sim, isto não vai ser assim para sempre, também o interior é um “carboncopy” do Captur, com as diferenças a estarem apenas presentes no diferente centro do volante de três braços.

Importa, no entanto, referir que este habitáculo é espaçoso e conta com uma boa apresentação, sendo ainda ergonómico e funcional, graças aos seus comandos físicos colocados numa posição lógica. O espaço habitável está na metade superior do seu segmento, com um ampla área para quem viaja atrás. A bagageira de 393l revela-se igualmente uma das mais volumosas face aos seus rivais diretos…



Na base das motorizações da gama ASX está este 1.0 MPI-T, um propulsor gasolina com 999cm³ com 90cv de potência, embora não sejam prestações explosivas, é suficiente para “mexer” este crossover de segmento B. Para quem procura mais, o ASX está ainda disponível em mais duas motorizações, o 1.3 MHEV com transmissão automática e 160cv e uma PHEV, que aponta mais ao cliente empresarial, capaz de fazer 49km em modo elétrico (ciclo combinado), com 158cv.

Voltando ao “nosso” 1.0 MPI-T, os 90cv são comandados por uma transmissão manual de seis velocidades, não muito rápida nem mecânica, mas que serve para as aptidões deste modelo utilitário. A sua condução é “leve” e fácil, garantindo uma agilidade necessária, oferecendo também uma boa dose de conforto aos passageiros.

Em termos de consumos, o valor combinado nas duas centenas de quilómetros percorridos, fixou-se nos 6,3l/100km

Por 25.290€, nesta versão Invite (começa nos 24.590€) o Mitsubishi ASX é mais uma solução para quem procura um crossover urbano, que está bem equipado e conta com um interior espaçoso.

É verdade que não é a proposta mais original do mercado graças à inevitável semelhança com o seu “primo francês” no quer no exterior, quer no interior.  Mas este ASX é o ponto de partida para a nova etapa de “vida” da Mitsubishi na Europa.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!