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Teste ao Volkswagen Golf “de entrada” com motor 110cv a gasolina

Teste ao Volkswagen Golf “de entrada” com motor 110cv a gasolina
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“Do que é que preciso mais?”

 

Alguns ensaios, por vezes, contêm como título uma afirmação que fiz ao volante do protagonista de um teste. Este é um desses casos. Ao volante deste Volkswagen Golf senti que, às vezes, a simplicidade é das melhores opções que podemos selecionar e que nem tudo o que parece necessário é obrigatório.

Este é um Volkswagen Golf que se destaca pela sua cor Amarelo Lime, mas que debaixo dessa cor original esconde um automóvel de segmento C com tudo o que se precisa, assim como um motor que muitos poderão achar insuficiente, mas que cumpre no que mais precisamos.

Esteticamente, o Golf na sua 8ª geração não se revolucionou, o que na verdade sempre foi uma tendência. Aqui, a evolução foi mais tecnológica, sem chocar o cliente fiel deste automóvel. Assim, esta proposta é reconhecida como tal, com as suas proporções típicas e códigos estilísticos que não nos deixam enganar. Nesta versão Life, podemos encontrar a imagem “pura” do Golf, já que não conta com linhas desportivas.

A dianteira destaca-se pela sua baixa altura e pelos seus grupos óticos esguios, a lateral de imagem robusta exibe o típico pilar C de dimensões largas, enquanto atrás o logo da marca continua ao centro da bagageira, como tem sido usual desde a quarta geração do modelo. As jantes de 17’’ polegadas (Ventura) são opcionais, assim como outras opções de 18’’ polegadas, já que de série o Golf conta com jantes de 16’’ polegadas.



Passando para o seu interior, encontramos um habitáculo mais digitalizado, limpo e adaptado aos tempos atuais, sem perder a sensação de estarmos a bordo de um Golf, já que continua a ser uma das melhores propostas do segmento no que diz respeito à qualidade.

Ainda assim, existem alguns plásticos mais rijos ao toque (nomeadamente atrás), mas que é perdoado por uma elevada qualidade de montagem, bem como detalhes como o revestimento interno dos espaços de arrumação das portas, que evitam ruídos desagradáveis durante as nossas viagens. Pormenores que fazem a diferença.

A digitalização está presente graças aos dois ecrãs, um dedicado ao painel de instrumentos, outro para o sistema de infotenimento e regulações de climatização, ainda que existam alguns atalhos (também táteis) logo abaixo. Ao início poderá exigir alguma habituação, mas a verdade é que após pouco tempo com este Golf torna-se fácil de operar. Os comandos do volante contam com botões físicos, o que também ajuda a uma maior facilidade de utilização.

Mas voltemos ao que “importa”, o espaço a bordo. O Volkswagen Golf senta confortavelmente quatro passageiros, podendo dar boleia a um quinto, mesmo sabendo que não vai estar num lugar tão confortável. Atrás contamos com apoio de braço central (para quando esse quinto passageiro fica em terra), assim como saída de ventilação dedicada. A bagageira conta com uma volumetria generosa de 380l de capacidade, podendo contar com kit de reparação, roda suplente de emergência ou de dimensões convencionais, por 109€ ou 258€ respetivamente.

Se de forma estática este Volkswagen Golf cumpre, em andamento muitos poderiam esperar que um 1.0 TSI não fosse suficiente para este modelo. Ao que podemos responder desde já que está enganado.

Existe um carro para cada um e, muitas vezes, existe uma falha nesse momento de decisão. Quantas pessoas conhecem que compraram “carro a mais” ou então no polo oposto, as que escolheram uma proposta que ficou “curta” para a vida que têm?



Este Volkswagen Golf pode ser uma resposta para uma grande parte de quem circula no dia-a-dia. Pode não ser ideal para todos, mas é bom para bem mais pessoas do que poderia imaginar, basta esquecer que é um “mil”.

Há pouco falei do Golf IV, e agora aproveito para voltar até esse modelo lançado em 1997. A motorização de entrada era feita por um motor 1.4l sem turbo com 75cv. Sim, era mais leve, o seu peso era de 1126kg, 138kg mais leve que este Golf amarelo que aqui estão a ver nas imagens. A diferença? Para além de contar com mais elementos de segurança ativa e passiva e mais tecnologia a bordo, este Golf tem mais 35cv, o que lhe dá uma relação peso/potência de 87cv por tonelada, enquanto o Golf IV “base” tinha 66cv por tonelada. Outra coisa: o primeiro Golf GTI tinha… 110cv.

Portanto, deixando essa questão do “mil” para trás, este Volkswagen Golf apresenta-se bem insonorizado, com um pisar bastante confortável e com reações bastante previsíveis, assim como uma transmissão de seis velocidades, com tato suave e bem escalonada a gerir os 110cv. Ao contrário de outras propostas deste tipo (e como já pudemos provar anteriormente), este motor não teme autoestrada, local onde faz igualmente bons consumos, na ordem dos 5 a 5,5l/100km em ritmos máximos permitidos pela Lei. Juntando alguma estrada nacional e circuitos urbanos, podemos esperar uns 5,7l/100km, um valor bastante justo (e possível de ser ainda mais baixo).

A suavidade é um dos seus pontos fortes, seja no funcionamento, seja na sensação de “rolar” que este Golf nos transmite, sendo fácil de conduzir e continuando a ser uma proposta onde se entende o seu favoritismo por parte dos clientes.

Por 29.488€ é possível ter um Golf parecido a este (a unidade em ensaio custava abaixo de 33.000€) o que continua a ser acima de alguns dos seus rivais, mas que é justificado por um produto coeso, repleto de qualidades.

E é isso mesmo, o Volkswagen Golf não “choca” no seu exterior, o interior continua com a qualidade exigida a este modelo, contando agora com uma montra tecnológica “obrigatória” na indústria, assim como um interior espaçoso e confortável para uma família. Para quem vai ao volante, a posição é correta, a condução fácil sem nunca deixar de ser entusiasmante, graças também a um motor de 110cv que é bem mais do que muitos esperam, sendo suave e capaz nas suas performances, com baixos consumos e andamentos interessantes (ou pelo menos os que podemos ter).

O Golf continua igual a si próprio, continuando a ser uma proposta difícil de apontar o dedo. E se ainda está cético quanto a este motor, o melhor mesmo é conduzi-lo.


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Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!