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Volkswagen Taigo 1.0 TSI 110 DSG R-Line

Volkswagen Taigo 1.0 TSI 110 DSG R-Line
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 “Caso sério”

 

O Volkswagen Taigo é mais uma proposta da família SUV da marca alemã. Na verdade, este é um CUV (Crossover Utility Vehicle) que se situa entre o T-Cross e o T-Roc. Mas siglas à parte, este novo modelo pode muito bem vir a ser um “caso sério”, já que a Volkswagen juntou vários ingredientes importantes (e populares) neste seu novo Taigo.

Baseado na mesma plataforma – a MQB A0 – que dá “estrutura” aos Polo e T-Cross, o Taigo segue com a filosofia de design da marca de Wolfsburgo, com 4,27m de comprimento, 15cm maior que o T-Cross, sendo, por outro lado, mais baixo que o modelo que também é produzido na mesma fábrica de Pamplona, em Espanha.

Se a dianteira é facilmente reconhecível, sendo até mais idêntica à do T-Roc do que à do T-Cross, a versão R Line destaca-se por uma desportividade extra, patente na sua grelha e para-choques específicos. Mas é na lateral que encontramos o perfil diferenciador da proposta, com linhas e cavas de roda bem demarcadas, que nesta unidade conta com as opcionais jantes de 18’’ polegadas. O perfil Hatchback, para além de se destacar na sua lateral, é na traseira que mostra os seus trunfos, com um spoiler, que lhe confere a desportividade tão necessária para cativar uma clientela jovem, assim como a (bem na moda) barra luminosa iluminada que une ambos os farolins traseiros LED.



Passando para o interior, esse é muito idêntico ao que encontramos no Polo (a outra solução de segmento B da marca), onde se destaca o novo volante – que nesta versão R-Line conta com melhor pega – assim como um painel de instrumentos digital 10,25’’ (aqui não estava presente por ser uma unidade pré-série) e o sistema de infotenimento MIB3, que conta com controlo por voz… e gestual, contando ainda com conectividade com os sistemas Apple CarPlay e Android Auto.

Tal como dito acima, por esta unidade ser pré-série, também não contávamos com o ar condicionado climatronic de duas zonas, com comandos táteis disponível de série, que melhora ainda mais o aspeto interior desta proposta. Em termos de qualidade, o tablier conta com materiais suaves ao toque, assim como acabamentos interessantes, como a faixa iluminada que percorre a parte inferior do friso decorativo. Já as portas são em plástico mais rijo, normal neste segmento. A montagem está num bom nível, não exibindo ruídos parasitas nem falhas.

Passando para os lugares traseiros, acomodam três adultos, mas são ideais para dois. O espaço é razoável não havendo necessidade de concessões para quem vai à frente. Em altura, mesmo com este desenho mais inspirado, a cabeça ainda se consegue manter afastada do tejadilho, pelo menos nesta unidade que não contava com teto de abrir panorâmico. Cá atrás, destaque ainda para as duas entradas USB-C dedicadas, para que ninguém fique sem carga no smartphone para “aquele post” imprescindível.

A bagageira é outra surpresa, ao contar com uns bastante aceitáveis 438l de capacidade, podendo até atingir 1.222l caso queiramos rebater os bancos traseiros (na proporção 60/40).



Passando para a condução, este Volkswagen Taigo pintado neste Cinzento Smoke tinha debaixo do seu capot o 1.0 TSI de 110 cv acoplado à transmissão DSG de 7 velocidades. Este é o conjunto intermédio, já que a Volkswagen ainda oferece o 1.0 TSI de 95cv (apenas com transmissão manual) e o 1.5 TSI de 150cv (somente com esta DSG7). O equilíbrio estará no meio?

Muito possivelmente, sim. Seja pelo seu preço, que posso dizer já que é cerca de 4.000€ inferior ao 1.5 TSI, seja pelo peso de 1260kg acusados na balança, fazendo com que os seus 110cv cheguem perfeitamente para uma “vida normal”.

Sentados no lugar do condutor, os bancos desta versão R Line marcam pontos no conforto e ergonomia, com o volante a contar também com uma dimensão correta. A posição de condução é ligeiramente mais elevada (sem ser exagerada) o que também melhora a visibilidade, exceptuando pelo vidro traseiro, algo que poucas propostas conseguem oferecer. Para ajudar contamos com os nossos “amigos” sensores e câmara de estacionamento…

Começando pela cidade, que é onde este Taigo passará muita da sua vida – penso eu – a proposta da Volkswagen demonstra uma boa agilidade, graças a uma direção rápida e suspensão que consegue até oferecer um certo e bem-vindo dinamismo, sem que as imperfeições do piso se façam sentir em demasia. Fora da cidade, esse acerto de suspensão em conjunto com as jantes de 18’’ polegadas não fazem com que este Taigo seja um “pãozinho sem sal”, justificando o seu look mais desportivo.

Mas mais importante que isso é sentir que o Taigo “pisa bem” parecendo até um segmento C.

Quanto a andamentos, é um “mil” mas que não se acanha na altura de enfrentar uma ou outra viagem mais longa. Graças à sétima velocidade, as rotações permanecem às 2500rpm quando circulamos a 120km/h, com os consumos a ficarem abaixo dos 6,0l/100km. Em percurso combinado, é melhor contar com uns mais realistas 6,5l/100km, o que não é, de todo, um mau valor. De futuro tentaremos trazer o 1.5 TSI de 150cv para comparar com estes valores.



Quanto a preços, este Volkswagen Taigo pede-nos em troca 31.514€ (com os opcionais desta unidade sobe para os 32.674€). Para se ter uma noção do seu posicionamento, entre o Taigo Style e o T-Roc Style, ambos com o mesmo motor 1.0 TSI 110cv e transmissão manual (no T-Roc, o R-Line só está disponível com o 1.5 TSI de 150cv e o 2.0 TDI de 115cv), o Taigo é mais barato 2.516€.

Em jeito de conclusão, o Volkswagen Taigo não é um T-Cross “diferente”, nem um Polo “mais alto”. É sim um modelo próprio, com a sua própria identidade. É uma solução de segmento B, com quotas de habitabilidade de segmento C, ideal para quem não quer o estilo “full SUV” do T-Roc, mas para quem o estilo continua a importar. O motor tricilíndrico de 110cv é suficiente “para as encomendas”, com consumos comedidos.

Agora resta esperar para ver o sucesso que este Taigo terá. A Volkswagen acredita, e tem razões para isso.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!