Home Carburadores “A minha história especial com o Peugeot 106 que faz agora 30 anos”

“A minha história especial com o Peugeot 106 que faz agora 30 anos”

“A minha história especial com o Peugeot 106 que faz agora 30 anos”
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“Parabéns, velho amigo”

 

Esta semana, no meio de vários comunicados de imprensa que vou recebendo, houve um que me chamou a atenção: “Peugeot 106 celebra o seu 30º aniversário”.

Ali, naquele momento, tive a sensação de que um velho amigo chegava a uma data importante, ao mesmo tempo que soube que também eu me aproximo dessa idade “respeitada”.

Passo a explicar-vos.

A minha infância foi passada a bordo de modelos da marca Peugeot, já que o meu pai trabalhou na marca francesa durante grande parte dos meus primeiros anos. Bem, na verdade, quando nasci, até estava na Renault. Para mim, era um exemplo de coragem trocar uma marca pela outra, um sinal de rebeldia, a passagem para o “outro lado da barricada”. Acho que agora, passados uns anos, a ele não lhe custou muito. Mas na minha cabeça, com 4 anos, imaginar isso, até que foi bem engraçado.

A parte mais curiosa, é que eu já era completamente apaixonado por automóveis, talvez mais do que agora, já que tudo era espetacular e estávamos nos anos 90 – que anos esses! – e as marcas não tinham tantas regras de emissões ou entraves financeiros como agora. Também poderei estar a olhar com “óculos cor-de-rosa”, mas acho que posso afirmar que era mesmo tudo mais “fixe”.

De entre muitos modelos em que andei, onde o meu favorito era sem dúvida o 406 Coupé (muito devido a ter bancos elétricos), o Peugeot 106, o primeiro da geração do “6”, foi um dos modelos em que mais vezes me sentei no banco de trás e vivi grande parte da minha infância, longas viagens e muito provavelmente férias de verão, embora ache que aí era muitas vezes a 306 Break a escolhida. Não me esqueço da “Eden Park”, que tinha bolas de rugby a fazer de encostos de cabeça…

Mas foi num Peugeot 106 que passei a apreciar as viagens de automóvel, foi num Peugeot 106 GTI que soube o que era um desportivo e foi até num Peugeot 106 que o meu pai sentiu bem de perto, sem qualquer culpa, o perigo de andar na estrada. Nesse último caso, tudo correu bem graças a reforços estruturais que foram feitos na altura da renovação do modelo, poucos meses antes desse incidente. Pode-se dizer também que o 106 é um número de sorte para mim… e também para ele.

Basicamente, este comunicado de imprensa “bateu-me”; senti que o tempo passa, que aquele modelo representativo de uma marca já é considerado um clássico. Modelo em que eu passava horas sentado ao seu volante, a fingir que estava a conduzir, seja em versões banais como os  XS, XT ou XR, os mais desportivos XSi, GTi ou Rallye, ou mesmo os mais “diferentes” como o Sketch, KID ou “sucesso de vendas” Quicksilver, que tinha uma imagem desportiva mas um coração com 1124cc e 60 “esforçados cavalos”.

Senti saudades da simplicidade, senti verdadeiramente saudades desses tempos.

Só me resta dar os parabéns ao Peugeot 106 que, quase no final da sua carreira, “passou a bola” ao 206, sendo esse, definitivamente, o modelo em que mais andei sentado no banco de trás e que me deixa ainda mais memórias, muitas do seu lançamento em Portugal.

Mas isso fica para 2028, altura em que fará 30 anos…

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!