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Vai mais longe, mais rápido – Cupra Born eBoost em teste

Vai mais longe, mais rápido – Cupra Born eBoost em teste
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“Mais perto de ser um VZ”

 

O Cupra Born é a proposta mais consciente da marca de Barcelona. Depois de um teste completo logo após o seu lançamento, a proposta 100% elétrico voltou ao MotorO2 na sua versão eBoost, a mais potente. Será esta a melhor versão?

Baseado na mesma plataforma na qual assenta o seu “primo” Volkswagen ID.3, o Cupra Born tem revelado ser num visível sucesso nas nossas estradas Portuguesas, com os clientes nacionais a aceitarem bem esta faceta elétrica da Cupra, que contará com um novo capítulo com o Tavascan, modelo que irá surgir já em 2024.

Esteticamente, o Born aproveita os cânones estilísticos da marca, com uma maior desportividade no seu design exterior, embora muito moldado pela aerodinâmica, a “melhor amiga” da eficiência, algo que um automóvel elétrico sempre busca em conseguir alcançar.

No seu interior também se nota essa abordagem e inspiração do modelo com o qual comparte muitas das soluções, com um ambiente bastante simples e “clean”, mas que mesmo assim conta com revestimentos e imagem Cupra, mais desportivo, como pode ser visível graças aos diversos elementos “acobreados”, bem como mais ecológica, graças aos bancos revestidos em Seaqual, fibras elaboradas através de garrafas de plástico resgatadas do fundo dos mares.

No entanto, o plástico no topo das portas não é macio e a solução dos vidros traseiros que nos obriga a carregar no “Rear” antes de operar os únicos dois comandos (para quatro vidros) são os pontos que podiam ser melhorados.



No entanto, o seu habitáculo é confortável, para além de bem-apresentado, com vastos espaços de arrumação. Atrás, existe espaço para dois adultos e uma criança (ou um adulto que não se importe de ir no lugar central) graças à inexistência de túnel central. Quanto à bagageira, os 385l estão longe de desiludir para uma proposta de segmento C.

Mas a questão que se fez logo no início foi: “Será o eBoost a melhor versão do Born?”

Em termos de potência, o Born eBoost apresenta 231cv (170kW), o que se traduz em 27cv (20kW) mais do que o Born. Mas para além disso, o eBoost é o único Born que pode contar com bateria de 77kWh de capacidade útil, embora também esteja igualmente presente a mesma de 58kWh do Born de 204cv (150kW).

Essa diferença de autonomia talvez seja o fator mais importante, ainda que se justifique a pouca diferença de preço para garantir uma potência elevada, mesmo que essa esteja apenas disponível quando é escolhido o modo “Cupra”. Aliás, essa é a principal diferença visível no interior do Cupra Born eBoost, os botões no volante que permitem escolher os vários modos de condução, assim como o atalho para o seu modo mais “agressivo”.

Carregando nesse atalho, podemos constatar que o Born tem Cupra nos seus “genes”, com um comportamento divertido, embora não seja (ainda) um verdadeiro desportivo, ou seja, um verdadeiro VZ, mas está a caminhar nesse sentido. Na versão eBoost podemos ainda contar com um modo ESC Sport, que permite mais deriva do eixo traseiro e, se contar com jantes de 20’’ polegadas, desbloqueamos ainda o modo ESC Off, que desliga totalmente o sistema de controlo de tração e estabilidade.

A condução está longe de ser aborrecida, com um tato de travão fácil de dosear, mesmo se utilizarmos o modo B, que regenera de forma mais vigorosa.



Mas, para além dessa capacidade dinâmica mais presente, foram os seus consumos e facilidade de utilização que mais se destacaram. Durante os quatro dias que passámos com este Born eBoost decidimos não carregar as suas baterias, conseguindo, ainda assim, percorrer 428km, com ainda 57km de autonomia “de sobra” a figurarem no painel de instrumentos. O consumo ficou assinalado nos 15,0kWh/100km, conseguido em circuito misto, o que não deixa de ser uma agradável surpresa.

Para isso, muito conta a capacidade preditiva do Cupra em regenerar, adaptando-se ao trânsito e ao percurso, sem ser incomodativo. O modo Range também faz com que os quilómetros “estiquem” sem que nos impeça em demasia o andamento.

Por 42.541€, acedemos à gama Cupra Born, com a gama eBoost a começar nos 44.992€, um investimento que valerá a pena se procurar mais emoção ao volante. Para quem a autonomia é o que mais importa, é necessário desembolsar mais 4.318€ para adquirir esta versão de 77kWh (49.310€).

No final, entregámos a chave do Cupra Born com a sensação de que é (cada vez mais) agradável conviver com um elétrico no dia-a-dia. A autonomia é desafogada para a maioria dos condutores, com os consumos reduzidos (e fáceis de atingir) a serem mais valias importantes. O aspeto mais emocional e um interior agradável fazem o resto.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!