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BYD Tang: Familiar elétrico à prova

BYD Tang: Familiar elétrico à prova
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Para sete

 

Por enquanto, este é o BYD que faltava testar. Depois de um primeiro contacto e teste completo ao Atto 3, uma análise ao Han e um mais recente ensaio ao Dolphin, chegou agora a vez de estar ao volante do Tang, um SUV elétrico que oferece espaço para sete ocupantes, uma potência superior a 500cv e um estilo fácil de agradar.

A BYD é líder na produção de veículos eletrificados, com os seus números a não parecerem querer abrandar a cada ano que passa, muito graças a uma gama que está a aumentar no mercado europeu. Em Portugal, foi este modelo (Tang) o primeiro a encontrar uma “garagem” para morar.

Tal como o Han, o Tang faz parte de uma família de modelos que tem nas dinastias chinesas a inspiração para o seu nome, com este SUV de cinco metros de comprimento a ter sido inspirado por um dragão para o seu desenho exterior.

Inspirações à parte, o modelo da marca chinesa consegue agradar à vista, com um design fácil de gostar, assim como boas proporções, onde se destaca a sua grelha de grandes dimensões (que ainda conta com logo antigo da BYD), uma lateral com linha de cintura elevada e um friso que se evidencia, assim como uma secção traseira bem resolvida, onde o destaque vai para a iluminação, que confere uma assinatura luminosa característica.

Para além destes elementos, são igualmente as generosas jantes de 22’’ polegadas que saltam à vista, escondendo um sistema de travagem Brembo, o que será necessário tendo em conta as dimensões (e peso) desta proposta.



No seu interior encontramos um habitáculo agradável à vista e ao toque, com bons materiais empregues (na sua maioria) e uma montagem sem mácula, com o destaque a ir para o “bater de portas” bastante europeu, não ficando nada atrás neste campo. O conforto é oferecido por uns bancos dianteiros com regulação elétrica, e bom suporte, que nos coloca numa posição elevada como seria de esperar.

É daqui que podemos apreciar da melhor maneira o tablier deste SUV familiar da BYD.

O seu aspeto é mais sóbrio do que aquele que encontramos no mais recente Dolphin ou no Atto 3, ainda que conte com alguns pontos mais originais, com que a marca se pretende destacar.

No entanto, a fixação com o significado BYD parece ter ido longe demais, com o passageiro dianteiro a contar com essa inscrição logo por cima do porta-luvas, iluminada à noite. O mesmo acontece atrás, no topo da saída de ventilação traseira.

 

Contudo, voltando à dianteira, é importante falar de dois pontos que ainda importam melhorar nesta proposta. O painel de instrumentos é completo, mas confuso na sua operação entre menus, exigindo que tiremos os olhos da estrada para o operar. Para além disso, a medição dos consumos médios é confusa, apenas oferecendo a hipótese de consultar o valor desde o primeiro quilómetro feito ou a média de kWh/100km… dos últimos 50km percorridos.

O ecrã multimédia central conta com a possibilidade de girar em 180º, mas que peca por não ser ainda verdadeiramente competitivo em funcionalidades face aos seus concorrentes diretos. Por exemplo, não conta com Apple CarPlay ou Android Auto, assim como o sistema de navegação não conta com um planeador de rotas, algo importante para um automóvel 100% elétrico como este.

De qualquer maneira, este sistema contará com atualizações OTA (Over-The-Air) o que deverá garantir a resolução (ou melhoria) desses problemas.

Atrás, na segunda fila, ainda que os assentos não sejam individuais, não há queixas quanto ao espaço, com o mesmo a não poder ser dito quando passamos a utilizar a terceira fila, algo que deverá ser usado apenas em recurso. Na configuração de cinco lugares, contamos com uma bagageira com 940l de capacidade, reduzindo para os 235l se sentarmos sete passageiros.



Ao volante

Para este BYD Tang, a receita utilizada é a mesma que no Han. Ou seja, tração integral graças a dois motores elétricos, um montado no eixo dianteiro (180kW) e outro no traseiro (200kW), totalizando 380kW, ou seja, 517cv, ainda que ofereça um binário em 20Nm inferior, totalizando 680Nm.

Face ao Han, o Tang pesa 239kg mais, o que lhe prejudica a prestação da aceleração dos 0-100km/h, mas que ao ser capaz de a cumprir em 4,6s, continua a ser um valor bastante interessante.

Em condução, para além da sua potência elevada, o BYD Tang impressiona pelo bom pisar e insonorização que oferece, mesmo com jantes de 22’’ polegadas que não prejudicam muito o conforto, excetuando em algumas zonas onde o asfalto não está tão cuidado, conseguindo depois recuperar isso em autoestrada ou quando precisamos de imprimir uma condução mais dinâmica, com mudanças de direção mais rápidas.

Aliás, o Tang parece contar com uma afinação mais europeia do que o Han.

Mas para além do peso, a aerodinâmica de um SUV não ajuda a que a autonomia “estique” e é exatamente por aí que podemos começar. Face ao Han, o Tang apresenta uma autonomia de 400km (-121km), mesmo contando com capacidades de bateria praticamente iguais.

Durante o nosso ensaio, foi difícil baixar dos 24,5kWh/100km, o que se traduz numa autonomia de 352km com uma carga, o que não se pode dizer que seja propriamente eficiente. Para além disso, o (pequeno) botão que permite selecionar a força de regeneração está situado na consola central, dispondo de apenas dois níveis, necessitando por vezes que demos um toque de acelerador para que mude de força.  Outro ponto que não gostámos foi o som para alertar os peões, que “entra” demasiado no habitáculo, tornando-se difícil de ignorar.

Importa ainda falar dos carregamentos, esses são possíveis de serem feitos até 120kW nos carregadores rápidos, assim como 11kW caso utilizemos corrente alternada, como uma wallbox doméstica.

Por 72.575€, o BYD Tang é uma proposta que se situa numa posição quase única no mercado. Primeiro, por ser um dos poucos SUV 100% Elétrico capaz de sentar sete ocupantes, assim como oferece uma potência mais elevada do que o seu concorrente mais direto.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!