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Testámos o eficiente Nissan Juke Hybrid

Testámos o eficiente Nissan Juke Hybrid
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“Eletrificar o sucesso”

 

O Nissan Juke foi um dos modelos de maior êxito da marca japonesa na Europa, a par com o Qashqai, que tal como ele foi um dos pioneiros no segmento dos SUV compactos, criando uma enorme legião de concorrentes que hoje domina o segmento.

Esta geração chegou em 2019, após uma longa carreira da primeira geração, mas com uma gama de motorizações que se limitava (até agora) apenas ao 1.0 Turbo de 117cv. A versão Hybrid quer dar uma “nova vida” ao SUV mais compacto da marca japonesa, graças aos seus 145cv e uma maior eficiência.

E isso pode acontecer, já que a primeira geração do modelo não teve grandes quebras no que toca a performances de vendas, pelo que não é tarde para a chegada desta variante eletrificada.

Em termos estéticos, o Nissan Juke continua diferente como ele próprio, continuando com os seus grupos óticos separados, assim como um aspeto musculado e robusto. No entanto, existem diferenças nesta versão Hybrid que nos permitem diferenciar dos Juke equipados com o motor 1.0 Turbo vendidos até agora.

A grelha é, em grande parte, fechada, com o topo a contar com um friso em negro brilhante; altera também o formato do friso cromado que neste Juke Hybrid não conta com um elemento horizontal na parte inferior. Para além disso contamos com umas jantes com um diferente desenho (e preocupação com a aerodinâmica) assim como os logotipos Hybrid nas portas e no portão da bagageira, caso não tenham reparado nas diferenças.



Já o interior, é praticamente isento de alterações, salvo alguns botões específicos desta versão, assim como um diferente arranjo do painel de instrumentos, que troca o conta-rotações pelo indicador de utilização de potência.

Dessa forma, continuamos com um habitáculo com inspiração desportiva, como é o caso dos revestimentos em suede na parte superior do tablier, as saídas de ventilação redondas ou as bacquets revestidas em pele que integram o sistema áudio Bose e nos dão uma ótima posição de condução. Em termos de materiais, o Juke não apresenta plásticos moles, mas o aspeto global é positivo muito por culpa desses revestimentos mais cuidados, como a suede ou a pele.

Em termos de tecnologia a bordo, o Juke está um passo atrás do seu irmão Qashqai, seja pela inexistência de um painel de instrumentos digital, algo que a Nissan poderia ter aproveitado para incluir neste Juke Hybrid, seja pelo sistema multimedia que ainda é da anterior geração. Contudo, é simples de utilizar e suficientemente completo.

Atrás o espaço é até mais habitável do que se poderia julgar, não sendo ainda a proposta do segmento mais “luminosa”, mas está menos claustrofóbica do que anteriormente, conseguindo sentar confortavelmente dois adultos. Em termos de espaço para as bagagens, o Hybrid não é tão amplo, devido à colocação da bateria de 1,2kWh. Perde 68l, totalizando 354l disponíveis.



Tirando partido da aliança da qual faz parte, a Nissan utilizou a mesma cadeia cinemática utilizada pelos seus “primos” franceses Renault Captur e Clio E-Tech. Dessa forma utiliza três motores, um a combustão com 1.6l com 94cv que está associado a dois motores elétricos, um principal com 36kW (49cv) e outro motor de arranque/gerador com 15kW. Em conjunto, oferecem ao modelo 145cv e até 205Nm de binário.

A gerir tudo isto está a mesma caixa de velocidades que equipa os modelos da Renault, ou seja, uma transmissão automática de seis velocidades, sem embraiagem e sincronização. Estas seis dividem-se em quatro para o motor a combustão e duas para o motor elétrico gerador.

Tudo isto pode parecer algo confuso na teoria, mas na prática funciona de forma correta, com o sistema híbrido a gerir tudo de forma eficaz e mais adaptada à circunstância, o que nos traz o que mais podemos querer: poupança.

Contamos com três modos de condução: Eco, Normal e Sport, que utiliza os rendimentos dos motores de diferentes maneiras.

Num percurso citadino, a diferença face ao motor térmico a gasolina 1.0 DIG-T é notória, com este Hybrid a conseguir valores abaixo dos 4l/100km em algumas situações, já que o motor elétrico alimenta muito tempo este Nissan. Em percurso misto, que se estendeu por mais de 500km, o “nosso” Juke Hybrid apresentou uma média final de 5,2l/100km. Este é um valor positivo tendo em conta igualmente o seu aumento de potência, que lhe permite ser mais desenvolto e ser, finalmente, uma alternativa face à única escolha que tínhamos até ao momento. Curiosamente, a sua velocidade de ponta é inferior à versão a gasolina de 114cv (166 vs 180km/h).

Em termos dinâmicos, o Nissan Juke Hybrid continua a ser divertido, com um bom comportamento, mesmo que o peso tenha aumentado 138kg, mesmo assim pesando uns (não exagerados) 1400kg.

Mas aqui, importa saber qual é o “preço da poupança”.

Como o Juke Hybrid só está disponível a partir do nível N-Connecta (33.700€), a diferença de preço dessa mesma versão com o motor 1.0 DIG-T é de 7300€, o que reduz para os 5700€ se optarmos pela transmissão DCT, para ficar mais equilibrado com este Juke Hybrid. É uma diferença ainda generosa, mas que valerá a pena se circular muito em cidade, assim como pela maior suavidade deste conjunto.

Em jeito de conclusão, o Juke Hybrid é uma importante adição a uma gama que necessita de mais escolha, e com a eletrificação a ser o caminho a seguir, o Juke Hybrid ganha ainda um relevante interesse. Na prática o modelo não perde a sua identidade, seja ela estética, seja em termos de condução, adicionando a isso uma maior eficiência graças a este conjunto que se revelou bastante poupado.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!