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Opel Mokka-e: Primeiro teste completo ao Elétrico da Opel

Opel Mokka-e: Primeiro teste completo ao Elétrico da Opel
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“Elétrico emocional”

 

Este é novo Opel Mokka, e tal como o Corsa, chega ao MotorO2 primeiro na versão e, elétrica. Este modelo marca uma nova era para a marca de Russelsheim, mas será receita vencedora?

Olhando para o Opel Mokka, poderia dizer desde já que sim. Com um estilo exterior que pareceu agradar com quem me cruzava, muito ajudado pela cor Verde Matcha que realça as linhas bem delineadas, o modelo conta com proporções bem conseguidas, assim como uma dimensão geral mais comedida (mede 4,15m), mostrando que há espaço para carroçarias mais compactas.

A dianteira é marcada pelo Opel Vizor, uma nova filosofia de design da marca alemã, e que dá a este modelo uma imagem mais conceptual. Este novo rosto da marca engloba a grelha (fechada) com os faróis IntelliLux de matriz de LED com um total de 14 elementos perfeitamente integrados, numa dianteira bastante vertical, dando também um aspeto mais robusto a este crossover. Na lateral, um jogo de superfícies que lhe garante uma imagem jovial, incrementada pelo opcional da pintura com dois tons, onde para além do tejadilho, também o capot assume uma cor de contraste.

A secção posterior também segue a linha moderna deste modelo, sendo mais inclinada do que outras propostas, com um aspeto de “Hatchback sobrelevado”, que em conjunto com uns farolins estreitos e um spoiler mais proeminente o tornam mais emocional. Aliás, o Mokka não tem de se preocupar tanto com o cariz familiar, já que para isso, no mesmo segmento, está o Crossland.



No seu interior, nova revolução. Pure Panel, é como se chama este novo estilo, que une os dois ecrãs (painel de instrumentos e sistema multimédia) e que garante, tal como no exterior, um estilo mais moderno ao Mokka. Este une muito bem a componente digital, graças aos ecrãs de grandes dimensões (12 e 10 polegadas) e de fácil utilização, com os comandos físicos que tanto agradam a estarem presentes, os quais a Opel optou para controlar a climatização. O restante interior conta com um estilo bem conseguido, com a superfície decorativa a imitar fibra de carbono, assim como uns bancos confortáveis e com bom apoio. Atrás, o espaço não é tão desafogado como no Crossland, podendo ainda assim sentar três passageiros. Quanto à bagageira, são 310L de capacidade neste Mokka-e (os modelos de combustão contam com 350L), o que é um valor honesto para um automóvel deste género.

A posição de condução conta com ajustes bastante vastos, conseguindo mesmo uma posição de condução mais baixa do que estamos habituados num automóvel deste género. Aqui, apenas o acesso não se mostra tão facilitado, já que a entrada obriga a levantar demasiado a perna, algo que já foi reparado nos outros modelos da Stellantis que usam esta plataforma, nomeadamente o Peugeot 2008 e o DS 3 Crossback. Nada que manche os modelos, mas que é curioso quando o consumidor procura um SUV ou Crossover para melhor acesso…



Passamos à condução. Antes que ache que este Mokka é igual de se conduzir face a um Peugeot e-2008 por usar o mesmo motor e plataforma, está redondamente enganado. Nem mesmo com o DS 3 Crossback. A Opel (e as outras duas marcas) conseguiram diferenciar bem as propostas, garantindo experiências diferentes ao volante. O Mokka é o mais desportivo do trio, ainda que desportivo talvez seja uma palavra forte quando falando na variante elétrica do modelo, mas o Opel é o mais reativo, digamos assim, com uma suspensão mais rija e que informa mais o condutor.

Isso torna a condução mais divertida, ainda que, em mau piso, se pague um pouco por isso. No entanto, essa parte menos positiva é mais notória nesta versão elétrica, já que os técnicos da marca quiseram continuar a oferecer uma boa experiência de condução, compensando o peso de 1598kg (incluindo condutor), o que é mais 303kg face a um Mokka 1.2 Turbo com transmissão automática. Para garantir menos rolamento, teve de se “enrijecer” um pouco mais a suspensão deste elétrico. Ainda assim, nada que chegue a incomodar em demasia!

O motor elétrico é aquele já conhecido, com 100kW, o que equivale a 136cv e que é alimentado por uma bateria de 50kWh, composta por 216 células em 18 módulos. Segundo a marca, é possível fazer 324km com uma carga completa.

Pode ser possível, ainda que o “nosso” Mokka tivesse chegado a marcar mais do que isso no painel de instrumentos, mas o consumo final (em ciclo misto) ficou em 17,0kWh/100km, o que pelas contas dará algo em torno de 294km. Ainda importa referir que em cidade, o Mokka-e chegou a fazer 14,6kWh/100km, algo que ultrapassa o estipulado pela marca, com uns esperados 342km com uma carga completa. Nicht schlecht, Opel!

Tal como os seus colegas de grupo, o Mokka conta também com três modos de condução, Normal, Eco e Sport, assim como um modo B que aumenta a travagem regenerativa para “carregar” mais as baterias. Contar segundos num elétrico é algo não tão interessante, mas para quem gosta de saber bastam apenas 9,0s para atingir os 100km/h com uma velocidade máxima limitada aos 150km/h.

Quanto aos tempos de carregamento, utilizando um carregador Wallbox com o cabo opcional de 11kW (que aconselhamos, já que de série traz um de 7,4kW), o tempo é de 5h15m a chegar dos 0 aos 100%. Se for usado um posto de carregamento rápido (a 100kW), os primeiros 80% de bateria demoram apenas 30 minutos a carregar.

Resta só falar do preço. O Opel Mokka-e está disponível desde 36.100 euros na versão Edition, estando esta Ultimate disponível desde 42.100 euros, que com alguns opcionais como esta unidade vê o seu preço ascender para os 45.065 euros. Um valor algo elevado, face à concorrência. Importa saber que o Mokka “térmico” começa a partir dos 21.100 euros, algo que garantidamente agrada mais ao consumidor comum.

Portanto, quais as primeiras impressões após uns dias ao volante do novo Opel Mokka-e? Primeiro, o seu aspeto jovial é uma mais-valia neste segmento, destacando-se pelas suas dimensões mais comedidas. Depois o seu interior, mais tecnológico, parece-me uma aposta certa por parte da Opel. O comportamento dinâmico, ainda que no Mokka-e não seja o melhor que a gama Mokka ofereça, é mais entusiasmante que alguns dos seus concorrentes, mesmo que o eixo traseiro se faça sentir em lombas mais elevadas. Só mesmo o seu preço e o consumo quando nos esquecemos de ser ecológicos podem manchar um pouco um novo modelo que marca uma nova era para a marca alemã, que começa assim uma ofensiva forte para os anos que se aproximam. No geral: passou no teste.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!