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OPEL Mokka 1.2 Turbo 130 AT8: “É preciso ser-se engraçado”

OPEL Mokka 1.2 Turbo 130 AT8: “É preciso ser-se engraçado”
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“O Culto da imagem”

 

Para o Opel Mokka, a sedução do seu cliente é um dos elementos chave para conseguir uma boa carreira comercial. Pelo que fui vendo ao longo do tempo que passei ao seu volante, a atenção de quem se cruzava comigo foi sendo conseguida. Será que temos aqui um caso de sucesso?

Depois do ensaio ao Mokka-e, regressei ao volante do Mokka, agora com motor a gasolina com 130cv, dias depois de saber que a marca pretende, a partir de 2028, ser somente elétrica. Portanto, tudo indica que estamos perante a ultima linhagem de automóveis térmicos da Opel.

O Mokka é compacto, contrariando o que o resto da indústria tem feito, e com proporções bem conseguidas e um ar jovial, com esta unidade GS Line a exibir a sua desportividade graças a elementos em vermelho que contrastavam com o branco da carroçaria e o preto que cobre o tejadilho e o capot. A sua largura de 1,79m é evidenciada por uma linha de cintura bem definida, com uma secção posterior que faz bem uso disso, com os farolins a aproveitar a linha divisória para se apresentarem com o seu ar rasgado. Na frente é Opel Vizor que se destaca, assim como os seus grupos óticos bem colocados.



Se no exterior o Mokka chama a atenção, no interior as coisas também seguem o bom caminho, com um novo arranjo dos comandos, bem organizados e funcionais. A posição de condução conta com amplos ajustes, tanto para quem gosta de “conduzir cá em cima” como num SUV, ou mais “em baixo” como num desportivo. Cá dentro, e no lugar do condutor, é também possível ver que existem variados sistemas de ajuda à condução, como é o caso do leitor de sinais, cruise-control adaptativo, limitador de velocidade, assim como o assistente ativo de via ou os máximos automáticos, que aproveitam da melhor forma os faróis IntelliLux com matriz de LED que, deixem-me que vos diga, valem cada cêntimo dos 315€ pedidos pela marca.

O espaço atrás não é tão desafogado mas, sendo esta uma proposta mais emocional, isso já era esperado. Ainda assim, há espaço para a cabeça (eu meço 1,74m e não roçava no teto), já para as pernas e em largura o espaço é mais comedido. No entanto, quatro passageiros conseguem conviver bem no habitáculo deste Mokka, sem chegarem zangados ao destino. A bagageira, neste 1.2 Turbo, é maior que no Mokka-e, ou seja, são 350L de capacidade.



Voltando ao posto de condução, é altura de arrancar este Mokka. Primeira impressão é que é notória a maior leveza, sempre são menos 303kg face ao elétrico, o que mostra que os 130cv chegam perfeitamente para mover estes 1295kg. A transmissão de oito relações faz o seu melhor para tornar tudo mais suave e descansado (existe também a possibilidade de contar com manual de seis relações que diminui a fatura em 2000€). Esta EAT8 conta ainda com patilhas no volante, para utilizar quando optamos pelo modo de condução mais desportivo, fazendo ainda o “modo vela” quando selecionamos o modo ECO para quando a poupança é o objetivo.

Por falar nisso, os consumos em ciclo misto rondam os 7,0L/100km; já circulando em autoestrada e nacional, esses valores reduzem em torno dos 6,4L/100km.

O Opel Mokka oferece uma condução fácil e descomprometida, ainda que “pisque o olho” a alguma desportividade, afinal este é um crossover emocional para a marca. Isso é conseguido graças a um chassis competente, assim como uma suspensão mais rija, que garante superior estabilidade. Segundo a marca, isso tem a ver com o ADN da marca, assim como do seu país de origem, já que na Alemanha é de onde são originárias as Autobahn (trechos de autoestradas sem limitação de velocidade), então o condutor alemão quer um automóvel mais “estável” a velocidades mais elevadas.

A parte negativa disso só aparece em maus pisos ou lombas, duas realidades que assolam a nossa sociedade, uma realidade bem diferente daquela que a marca encontra no seu mercado doméstico.

Quanto a preços, este Opel Mokka GSLine testado, já com opcionais como bancos aquecidos, capot pintado em preto perla negra, acesso mãos livres e o “obrigatório” sistema IntelliLux LED, pedia em troca 29.190€. O valor está em linha com os seus concorrentes diretos, sejam eles vindos de Espanha, França ou Alemanha. O Mokka quer destacar-se pelo seu aspeto futurista, a sua vasta personalização, assim como pela sua filosofia mais descomprometida que não esquece que também terá um papel familiar “lá em casa”.

Aposta ganha? Parece que sim, mas só o tempo dirá, mas neste segmento é preciso ser-se engraçado, e nisso o Mokka parece já ter um lugar.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!