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Teste Completo – OPEL Astra Plug-In Hybrid 180 GS Line

Teste Completo – OPEL Astra Plug-In Hybrid 180 GS Line
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“Casual Chic”

 

Este é o Opel Astra de sexta geração, o primeiro a ter sido desenvolvido na mesma base dos seus familiares franceses, ex-PSA, agora Stellantis. Mesmo sendo radicalmente diferente face ao seu antecessor, e também o primeiro a ser eletrificado, a marca promete que o modelo não perdeu a sua identidade, logo a começar pelo seu local de nascimento, que continua a ser na sua “terra natal”, Rüsselsheim. Em teste a versão Plug-In Hybrid com 180cv, na versão GS Line.

Com tudo isto, será o mais competitivo Astra dos últimos anos?

 

Exterior

O Opel Astra conta com um estilo exterior que é fácil de agradar, com a nova linguagem de design da marca germânica. Na dianteira, destaca-se o Opel Vizor, estreado inicialmente no Mokka, tendo aparecido depois nos renovados Crossland e Grandland. Este elemento destaca-se na sua dianteira, graças à peça completa em negro, que se estende até aos grupos óticos, que podem contar com a tecnologia IntelliLux LED.

Na sua lateral, encontramos um estilo sóbrio com linhas que realçam as suas vias, conferindo alguma robustez e dinamismo ao modelo, sem nunca ser “demasiado desportivo”, isto é, não afastando potenciais clientes que procurem uma proposta mais sóbria. É uma espécie de “Casual Chic Automóvel”.

Este modelo assenta agora na plataforma EMP2, medindo 4,37m de comprimento e 1,86m de largura. A distância entre eixos cresceu 13mm, o que ajuda no espaço interior, principalmente na bagageira, mas quanto a isso falaremos no capítulo do interior. O detalhe mais original está no pilar C, numa homenagem ao Opel Kadett, o sucessor espiritual do Astra.

A zona posterior conta com o nome do modelo orgulhosamente colocado no tampo da mala, com uns farolins mais esguios e bem conseguidos do ponto de vista estético. O spoiler esconde a terceira luz de stop, com um formato curioso, seguindo assim o vinco do capot até esta zona.

Devido ao nível GS Line, existem algumas diferenças no exterior. Os para-choques são distintos e exclusivos, com um diferente desenho, as siglas passam a contar com um acabamento em preto, tal como o tejadilho passa a ser bi-color, podendo o cliente optar por não contar com esta particularidade, em opção. Opção também são as jantes de 18’’ polegadas que fazem muito pelo estilo exterior deste familiar médio da Opel.



Interior 

Digitalização. Palavra de ordem da Opel para a criação de um novo habitáculo para o Astra. No entanto, a marca alemã não cometeu o “pecado” de retirar todos os botões do habitáculo, fez antes uma nova organização e uma limpeza, que podemos muito bem dizer que foi bem conseguida.

O elemento de destaque vai obviamente para os dois ecrãs de 10’’ polegadas que criam o Pure Panel, que servem o propósito de ser o painel de instrumentos, assim como o ecrã multimedia – direcionado ligeiramente para o condutor. Com um novo software, mais completo, fluído e personalizável, o Astra está em linha com as principais propostas do seu segmento, enquanto abaixo desse segundo ecrã conta com um vasto número de opções – físicas – para que seja de acesso mais rápido e fácil, fazendo então a ponte entre o “digital” e o “físico”.

Esta unidade não contava, porém, com Head-up display nem com o Pure Panel Pro, que conta com ecrãs de maiores dimensões e um acabamento mais premium, algo que esperamos encontrar numa futura unidade em ensaio. O posto de condução é correto e confortável, muito pelos bancos AGR, muito envolventes, assim como o novo volante de três raios com uma boa pega e um design também ele interessante.

Em todo o habitáculo encontramos diversos materiais, dos mais macios na parte superior, aos mais rijos nos locais onde os olhos não chegam. Contudo, a Opel poderia ter feito melhor nas portas, já que existe muito plástico, algo que poderia ter sido “disfarçado” com uma pega diferente. Nesta versão GS Line temos elementos decorativos específicos, como os frisos vermelhos, em linha com aqueles que também davam acabamento às jantes de 18’’ polegadas.

Atrás, o espaço é mais aconselhado para dois passageiros, que podem assim viajar de forma confortável. Os viajantes traseiros contam ainda com apoio de braço central, assim como saída de ventilação, mas apenas uma ficha USB-C, algo que poderá melhorar a capacidade de partilha dos ocupantes… ou fomentar uma luta. Esperemos que seja a primeira.

Na bagageira, contamos com um bom acesso, mas ao contrário dos Astra apenas térmicos, este Hybrid conta com um decréscimo de 70L, oferecendo 352L de capacidade, o que, ainda assim, está longe de ser negativo para uma proposta Plug-in.



Condução

É inevitável fazer comparações com o seu “primo” de Sochaux. Se no exterior ambos diferem, tal como no interior, interessava saber se o Astra é verdadeiramente diferente da outra proposta do grupo. A resposta é que sim, embora claramente existam muitos pontos de igualdade.

O grupo propulsor desta variante é fruto da união do motor 1.6 Turbo de 150cv com um motor elétrico de 110cv, ambos a oferecer a potência ao eixo dianteiro. A potência combinada é de 180cv e 360Nm de binário, com uma bateria de 12,4kW a prometer 60km de autonomia elétrica, com a transmissão e-EAT 8 a orquestrar tudo. Conjunto conhecido, portanto.

O Astra liga-se sem ruído (sempre que tenha bateria) e existem três modos de condução à escolha: “Elétrico”, que circula sempre em modo zero emissões até aos 130km/h; “Normal”, fazendo a melhor gestão para uma superior poupança; ou “Sport”, que utiliza os dois motores para uma melhor performance.

Os quilómetros começam a somar-se com uma alta dose de conforto, mesmo que o ajuste de suspensão, que está bem conseguido, decaia mais para o lado da firmeza, garantido devido aos bancos que se preocupam com o nosso bem-estar. Essa firmeza, que não sendo ideal em piso degradado, torna-se ideal em autoestrada, o que melhora a sensação de estabilidade e superior sensação de solidez. Isso também lhe dá pontos extra no capítulo dinâmico quando as curvas se sucedem, com movimentos de carroçaria bem controlados, com uma direção que conta com um bom peso e um tato agradável.

Nos pontos menos positivos está o pedal do travão, que se sente um pouco artificial devido à travagem regenerativa.

Em termos de consumos, nos primeiros 100km (partindo com a bateria a 100%) conseguimos um consumo de 2,8L, em ciclo misto. Os 60km de autonomia não foram atingidos, mas ultrapassámos os 50km. Depois disso, sem carregar bateria, o consumo situa-se entre os 5,8 e os 6,3L/100km em ciclo combinado.



Conclusão

O Opel Astra está mais competente e completo, de forma a combater com os seus concorrentes, sendo uma verdadeira alternativa a ter (bem) em conta se procurar um modelo de segmento C. Esteticamente, quer no exterior, quer no interior, distancia-se muito do estilo tomado pelo 308, principalmente em soluções como o volante de dimensões “normais”. No capítulo da condução, graças ao mesmo chassis e propulsor, é impossível ser 100% diferente (o que está longe de seu mau). No entanto, a Opel deu ao Astra uma afinação diferente, tal como já fez com o Mokka, sendo ligeiramente mais firme. A gama Astra inicia-se nos 25.430€, com este Plug-In Hybrid em ensaio a pedir em troca 44.924€, um valor que o aproxima de propostas premium, mas que está bem-dotado a nível de equipamento e tecnologia.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!