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Fast Forward: Opel Grandland GSe

Fast Forward: Opel Grandland GSe
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“Eletrificação emocional”

 

O Opel Grandland é um modelo bem conhecido por nós aqui no MotorO2. Lançado em 2017, foi um dos primeiros modelos a partilhar elementos (e conhecimentos) na altura da fusão da Opel com o grupo PSA. Agora, a Stellantis é um universo bastante maior, mas o Grandland continua presente na gama da marca alemã. O surgimento da versão GSe é a novidade que quer dar um ímpeto extra à carreira comercial do modelo, assim como conferir uma maior desportividade.

 

O que muda no GSe face a um Grandland “convencional”?

Este modelo da nova “submarca” da Opel é o mais potente disponível na gama atual. Na verdade, já existiu um Grandland com este mesmo nível de potência (300cv), mas agora está apenas destinado ao GSe.

Para além de uma potência mais elevada, a tração às quatro rodas é igualmente inédita, assim como uma diferente “afinação” nas ligações ao solo, incluindo molas mais firmes e amortecedores com tecnologia Koni FSD (Frequency Selective Damping).

Em termos estéticos, passamos a contar com jantes distintas, inspiradas no concept Manta GSe, um difusor traseiro mais expressivo e uma pintura dos plásticos na cor da carroçaria. No interior, os bancos contam igualmente com um desenho específico.

Nota-se a diferença na dinâmica?

Os 300cv são bem notórios, já que cumprem o arranque dos 0 aos 100km/h em apenas 6,1s, até alcançarem os 235km/h de velocidade máxima. A suspensão mais firme ajuda igualmente a uma maior envolvência na condução, mas sobretudo é a tração integral que faz a diferença. Este é um SUV mais atlético, mas não é um SUV verdadeiramente desportivo. A suspensão é mais evoluída, mas o sistema de travagem não contou com grandes alterações, assim como a escolha de pneus (Michelin ePrimacy) não ajuda a explorar grande parte do seu potencial.

Portanto, este GSe é um híbrido. Os consumos são bons?

Afirmativo. Em termos de consumos, é possível esperar valores comedidos – não tanto quanto a marca afirma (1,2l/100km) – no entanto é bastante realista contar com 3,7l/100km quando iniciamos a marcha com a carga completa. Em modo elétrico é perfeitamente possível fazer mais de 50km sem recorrer ao motor de combustão, até uma velocidade de 135km/h. Quando a bateria “acaba”, este Grandland GSe continua a ser um híbrido, pelo que ainda consegue alguns períodos de circulação em elétrico, mas onde os consumos “disparam” para os 7 a 8l/100km, devido a um peso mais elevado de 1876kg.


 


Quais são os seus pontos fortes?

As prestações são verdadeiramente competentes, tornando-o num SUV rápido, o que facilita na altura de ultrapassar. Depois, o seu o interior é suficientemente espaçoso para uma família com dois filhos, que mesmo que não conte com bancos deslizantes atrás, exibe uma boa dose de espaço habitável.

A ergonomia recebe igualmente nota positiva graças a este Grandland contar ainda com alguns comandos físicos (sem a Opel ter cometido o erro de optar por uma demasiada digitalização), a climatização é um desses exemplos.

O que poderia ser melhor?

Para além da escolha de pneus feita pela Opel, que igualmente penalizou o Astra GSe quando esteve à prova, o Grandland já começa a demonstrar o peso dos anos, com um habitáculo que embora tenha sido mais modernizado no seu restyling, ainda não conta com os mais recentes sistemas multimédia, assim como Apple CarPlay ou Android Auto sem fios.

Alguns materiais são um pouco mais rijos do que o esperado, e os espaços de arrumação também não são muito grandes, pelo que arranjar lugar para uma garrafa grande (1,5l) é uma tarefa quase impossível.

Para terminar, em mau piso o conforto sai prejudicado por uma suspensão mais firme, assim como uns bancos que não são tão confortáveis como seria de esperar. Aqui, o melhor é optar pela opção de bancos em pele, com diferente desenho.

O Opel Grandland GSe é o carro ideal para mim?

Com um preço que inicia muito perto dos 60 mil euros, o Opel Grandland GSe não será uma opção para todos. Dentro da gama do modelo, poderá ficar bem servido com a variante de 225cv, igualmente híbrida Plug-in, e que consegue melhores consumos. No entanto, mesmo que conte apenas com tração dianteira, está disponível por menos 10 mil euros do que este “emocional” GSe.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!