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Dois depósitos. Mais autonomia. Testámos o Renault Clio Bi-Fuel

Dois depósitos. Mais autonomia. Testámos o Renault Clio Bi-Fuel
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“Aposta dupla”

 

Houve, durante algum tempo, um estigma associado aos automóveis com sistema GPL devido à enorme etiqueta azul que tinham de usar no para-choques traseiro. Tudo isso mudou, e agora estes automóveis estão até permitidos a entrar em estacionamentos subterrâneos. Será uma proposta Bi-Fuel, como este Renault Clio, uma boa aposta?

 

O Renault Clio chega à sua quarta geração com um estilo evolutivo, como já falámos na altura do seu primeiro contacto. Agora é altura de conhecer a sua faceta mais “poupada para a carteira”, numa versão não tão cativante como a R.S. Line, mas que nos permite rodar largas centenas de quilómetros com custos associados muito baixos.

Esta versão Intens nota-se pelos seus para-choques mais “normais”, ou pelos embelezadores de roda. Pormenores, para quem quer um automóvel que o transporte de “A a B”. Depois de passado esse meu momento de crítica aos embelezadores, é inevitável dizer que o Clio conta com um estilo harmonioso e bem conseguido, mesmo que esta cor vermelha nos faça lembrar a geração anterior. É fácil confundir.

Tal como é fácil confundir com uma versão “normal”, esta versão Bi-Fuel distingue-se por apenas dois pormenores: o bocal específico escondido atrás da tampa de enchimento onde normalmente colocamos gasolina ou gasóleo e o seletor específico no canto esquerdo do tablier.



Cá dentro o ambiente é também mais sóbrio nesta versão, mas nem por isso deixa de ser confortável. Esta unidade contava com o Pack Clim, que lhe dá, entre outros, o ar condicionado automático, o cartão Renault mãos livres, consola central com apoio de braço e sistema de ajuda ao estacionamento. De série, os faróis LED à frente e atrás, bem como o sistema EasyLink de 7’’, que conta com sistema Apple CarPlay para uma melhor integração dos smartphones.

Importante referir ainda a boa posição de condução, assim como o desenho correto dos bancos que garantem um bom conforto e apoio, uma franca evolução face à anterior geração. Atrás o espaço é suficiente para dois adultos, enquanto a bagageira conta com 391L, com a impossibilidade de contar com pneu sobresselente devido estar lá localizado o reservatório do sistema GPL, que é montado de fábrica.

Mas é cá dentro que encontramos a maior falha deste Clio Bi-Fuel, com a ausência de computador de bordo. O painel de instrumentos conta com um ecrã central a cores, tal como num outro Clio, mas a Renault optou por não dotar este Bi-Fuel com esse atributo, devido a este ter dois sistemas de injeção, assim como dois depósitos. Dessa forma ficamos impossibilitados de saber quantos quilómetros restam de autonomia, assim como a possibilidade de fazer os parciais de quilómetros ou saber velocidades médias ou consumos.

Sendo assim, façamos as contas…

 

O motor pelo qual a marca gaulesa optou foi o 1.0 TCe de 100cv, um motor com força suficiente, obviamente um pouco mais fraco em “baixas”, mas que acorda logo às 2000rpm. A “orquestrar” tudo isto está uma transmissão manual de 5 velocidades, com um funcionamento agradável.



Os consumos apontados pela Renault não devem fugir muito da realidade, acusando 5,5L/100km quando utilizando a gasolina, e 7,7L/100km se usado o GPL. Os depósitos são de 39L (menos 3L que a versão TCe 100 normal) e 32L, respetivamente.

Fazendo as (tais) contas, este Clio consegue fazer 1122km com os seus dois depósitos, com um custo, no caso do GPL, pouco acima dos 5€/100km. Ainda acham que não vale a pena?

No campo das performances, a passagem entre os dois combustíveis é praticamente impossível de descobrir, só ouvindo um pequeno estalido quando carregamos no botão que nos permite mudar entre Gasolina e GPL. Em andamento as diferenças também não são notadas. No cronómetro (valendo o que vale), o Bi-Fuel demora 12,5s dos os 0-100km/h, mais 0,7s que o TCe100 para cumprir essa tarefa. Já a velocidade de ponta é de 188km/h (1km/h a mais que o TCe100).

Continuando nos números, este Bi-Fuel custa mais 800€ que o TCe100 no mesmo nível de equipamento, um valor que não parece exagerado tendo em conta a possibilidade de poupança, graças a um combustível que custa bem menos “ao litro” que a gasolina e que está presente em cada vez mais locais.

No final, a Renault dá a hipótese de o cliente ter o Clio que mais deseja, juntando este Bi-Fuel à gasolina que varia entre os 100 e os 130cv; o diesel que está disponível com 85 ou 115cv e um novíssimo E-Tech Hibrido de 140cv, que iremos testar em breve.

Resumindo, há um Clio para cada um.


Renault Clio V TCe 100 Bi-Fuel Intens

Especificações:
Potência – 100cv às 5000rpm
Binário – 160nm às 2000rpm
Aceleração dos 0-100 (oficial): 12,5s
Velocidade Máxima (oficial): 188km/h
Consumo Anunciado Gasolina – 5,4l/100km
Consumo Anunciado GPL – 7,7L/100km

Preços:
Renault Clio desde: 15.700€
Renault Clio Bi-Fuel desde: 18.750€
Unidade ensaiada: 20.310€


Teste Completo: Novo Renault Captur Exclusive TCe 130 EDC

 

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!