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De SEAT Ateca no dia “mais rápido” do ano!

De SEAT Ateca no dia “mais rápido” do ano!
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“O último dia” 

 

Vamos carregar no rewind só um bocadinho, e retroceder até dezembro do último ano. O telefone apita, sinal de mensagem, e recebo a proposta se quero ter como “companhia” para a passagem de ano um SEAT Ateca. Estranhamente, não tinha nada agendado nesses dias, não me perguntem porquê, mas talvez fosse o destino… ou todo o trabalho e correria desses últimos dias do ano. Sabem como é.

Aceitei a proposta, senão vejamos: tem cinco lugares, boa bagageira e ainda por cima não gasta quase nada (era o 2.0 TDi de 150), e até mexe bem as rodinhas. Portanto, why not?

E foi com esse espírito que encarei a tarefa de testar (de novo) o Ateca, de uma maneira totalmente normal, numa semana que sabemos ser sempre agitada, e que passa a correr, já que ficamos ali entre o “pós-natal” e o “pré-réveillon”, como lhe chamam os franceses de forma a ficar mais elegante.

Entro no prédio, identifico-me, subo o elevador, assino os papéis, pego na chave, desejo bom ano a todos antecipadamente, desço de novo até à garagem… e lá esta ele. No cantinho do parque, no -2, com uma cor azul que ao início não me deixou fascinado. Um “Ateca smurf” pensei eu…

Mas vamos lá, que temos muito que fazer!

Era uma segunda-feira, Lisboa não tinha muito trânsito, já que a maioria das pessoas tinha feito “ponte”, no entanto restavam aqueles que tiveram que ficar para estabelecer os “mínimos olímpicos” das empresas, e esses não tinham muita paciência. Ou seja, o resultado é um trânsito com menos carros, mas mais apressados. Aqui, notei que o Ateca até não é um mau sítio para estar.

Se dissesse que era o modelo mais moderno do seu segmento, estaria a mentir, se dissesse que era o mais luxuoso, também. Trata-se de um equilíbrio, onde não compromete, um interior confortável com tudo à mão e as doses suficientes de tudo. Uma receita bem-feita, que mesmo com alguns anos, continua a ter um bom sabor.

Esta unidade, no nível XCellence, ainda tinha aqueles truques extra para me deixar mais confortável a bordo, tal como os bancos em pele e alcântara aquecidos, o painel de instrumentos digital e os faróis LED, que quando a noite cai, são uns bons amigos.

Amanhã é já 31, e temos de ir fazer aquelas compras relâmpago.

Acordado, olho pela janela e começo a analisar a tal “cor de smurf”, e penso se estou bem em pensar que afinal não é nada má, e que até pensaria nela para mim. Senão, vejamos: o vermelho fica-lhe bem, mas não é aquele metalizado do Ateca e do Ibiza, e depois o Laranja também lhe assenta bastante bem, mas é a cor escolhida por todos os que querem ter um Ateca mais “excêntrico”. Portanto, olhem que este azul Energy não é má escolha, e ainda por cima não tem custo!



Aproveitei também, com o café e a torrada na mão, para dar a volta pelos seus 4,36m e ver as linhas de um SUV que venceu prémios e que tem vencido os corações de alguns portugueses. Sim, não é a mais recente criação da casa de Martorell, mas continua a ser atrativo. Acho que é um espelho do interior, não é o mais exuberante, não é o mais clássico. É sóbrio, é como uma mala de viagem da Samsonite, faz tudo o que lhe compete, sem chocar ninguém. Não, a Samsonite não patrocinou este ensaio…

Nesta versão XCellence, no exterior as diferenças são muito ténues face ao Style (o nível abaixo). Aqui temos a adição de jantes de 18’’, assim como as barras de tejadilho em cromado, ou os faróis LED, que para além de ajudarem na condução noturna, também dão uns pontos extra no que toca ao estilo.

Mas bem, acabou o meu momento tranquilo, dia 31 está aí, e geralmente quando dou por mim estou a contar passas e a “empurrá-las” com o desgraçado do champanhe que nunca pensou ter um final assim, mas que sempre tinha sonhado estar no lugar mais alto de um pódio.

Compras, vamos lá!

A lista mais parecia um extrato detalhado de todos os cafés que bebemos na vida. Largo o Ateca no parque, e troco-o por um carrinho, vamos lá para este supermercado para encher a bagageira. Depois de “correr” toda a banca do marisco, ir às bebidas buscar o “empurrador das 12 passas”, tratar dos doces e salgados, é hora de ir para a caixa e continuar o dia. Isto pareceu-vos rápido? Infelizmente não foi. Passei duas horas aqui fechado.

Segue-se um tétris!

A bagageira é de formato regular, o que ajuda aqui à tarefa de arrumação. Os 510L parecem suficientes, e devido à sua altura, a chapeleira pode ir fechada. A porta de abertura elétrica é um opcional, mas vale a pena, se forem como eu que ia a empurrar um carrinho pesado, num plano inclinado e com um folheto preso na boca e a carteira presa em dois dedos da mão direita. Estão a imaginar a imagem?

Depois de contar com mais uns quilinhos atrás, o 2.0 TDi de 150cv não se queixou, como seria de esperar, e tem vindo a revelar-se despachado para aquelas que são as 24h mais rápidas do nosso ano. A transmissão manual é a única opção para este nível de potência. Querem DSG neste 2.0? Têm de trazer 190cv convosco, assim como a tração integral 4Drive.

Ah, e levarem mais 16,438€ com vocês até ao concessionário. Não vale a pena.

Depois de largar as compras e almoçar um dos almoços mais luxuosos do ano (uma sandes, porque não há tempo para mais), é altura de ir buscar os “recrutas”, ou seja, os convidados para uma festa. Chamo de recrutas porque acabam por ajudar a organizar tudo, e talvez assim me dêem tempo para umas fotos, enquanto aqui “o smurf espanhol” está limpinho.

E sabem qual é a maior prova de fogo para saber se um automóvel é prático? Transportar alguém de terceira idade. Mais do que crianças de colo, os idosos têm uma dificuldade enorme em entrar (e sair) dos automóveis já que se movem pelos seus próprios meios. O Ateca revelou-se com a altura ideal, e talvez seja esta mais uma das razões pelas quais as pessoas preferem os SUV às carrinhas, o acesso. Sem muitos queixumes, está feito.

SEAT cheio, siga a viagem!

O último transfer do dia, o dinamismo passou para segundo plano, e o conforto para primeiro. A suspensão, graças às jantes de dimensões mais “normais”, ajudam a tolerar melhor o mau piso, e a desculpar os senhores da câmara municipal e da junta autónoma de estradas que teimam em não tapar os buracos, perdão, as crateras que povoam estas nossas nacionais. Com tudo satisfeito, chegamos rápido ao destino, sem enjoos nem problemas osteopáticos. Tudo está em casa, tudo está bem!

Eu já estou pronto a sentar no sofá, em frente à lareira, como um verdadeiro jovem reformado quando:

“Rodrigo! Preciso de vinho branco!”

Fiquei preocupado com a saúde dos meus companheiros de habitação quando me gritam a dizer que precisam de vinho, devia ficar preocupado? Sem perguntas, pego na chave, e pela segunda vez vou andar de Ateca “vazio”, ou seja, sem compras ou “recrutas” no banco de trás.



Como a loja fecha às 17h e são 16h45, tenho de ir mais rápido. Afinal sempre há avaliação dinâmica!

O SEAT Ateca revelou-se bastante composto mesmo com uma altura mais elevada, não me fazendo pensar em momento algum que estivesse num barco em vez de um automóvel. As suas reações são neutras, e a demonstrar boa aderência e um eixo dianteiro, que segue bem o que queremos fazer. O motor mostrou-se disponível para ajudar quem grita por vinho, e após mais uma tarefa concluída com sucesso, faço ‘scroll’ para ver o consumo: 6,2L/100km desde o início do ensaio. Que agradável surpresa.

Pronto, o resto fica “dentro de portas”, assim como o dia seguinte. Também não podem saber tudo. Se pensam que foi ressaca, enganem-se. Eu não bebo álcool, portanto o que mais posso fazer é “bloopers” do pessoal com “calor a mais”. Já o Ateca, está lá fora, satisfeito da vida. Para ele não há passagens de ano, mas há passagens de dia a ajudar uma família, e é para isso que ele é feito. Um familiar puro, que faz tudo bem. Se são precisos 150cv? Têm mais pulmão, mas custam mais 5 mil euros que o 1.6 TDi de 115cv. Depende do que sejam as suas aventuras familiares.

Agora prima de novo o play e continue a sua vida, que eu vou continuar a minha…


Conhece o Ateca mais radical de todos: 
Ateca Cupra 2.o TSi 300 4Drive

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!