Home Comerciais Teste ao “regressado” Suzuki Jimny, agora na versão Pro

Teste ao “regressado” Suzuki Jimny, agora na versão Pro

Teste ao “regressado” Suzuki Jimny, agora na versão Pro
0
0

“Proposta Inédita”

 

“Bem-vindo de volta Jimny, tive saudades tuas”. Se eu cumprimentasse este pequeno Suzuki, era isto que lhe teria dito, primeiro por ser uma verdade completa, mas também porque modelos como este ainda fazem falta e podem preencher uma vaga livre do mercado, embora possa não parecer…

Olhem para ele. Digam-me que não gostam do seu aspecto ‘Boxy’, com proporções ideais. Para mim, perdoem-me, mas o Suzuki Jimny é um dos melhores exemplos de design que temos presentes no nosso mercado, porque nem só os supercarros ou os desportivos podem ser assim catalogados. O Jimny do século XXI presta homenagem aos seus antepassados, num modelo que vê o seu nome carimbado desde 1970 em unidades comercializadas ao redor do mundo.

Agora, para conseguir aproveitar a brecha nas rigorosas (e talvez um pouco cegas) normas antipoluição, o Jimny recebe o sobrenome “Pro”, de profissional. Com isso quer dizer que vê os seus dois bancos traseiros desaparecerem e receber uma divisória de carga em rede. Isto porque os comerciais também têm normas, ainda que menos rígidas.

No exterior, o Pro destaca-se do Mode 3 que tivemos em ensaio pela adoção de puxadores e espelhos em preto, assim como jantes de aço em vez das de liga-leve. Em termos de cores, a paleta foi reduzida a apenas duas: este Branco e o Verde Jungle, que tal como o nome deixa antever, é um verde selva, ou seja, um verde tropa. Se gostarem de uma das duas cores, estão a salvo. Se não gostarem, têm de passar a gostar!

No interior, para além da ausência dos bancos traseiros, o tablier conta agora com um sistema multimédia, se assim se pode chamar, mais básico, sem ecrã a cores. Ao estilo de um automóvel de trabalho, com o mesmo a acontecer com o volante, agora revestido a plástico em vez da pele que encontrei quando conheci o Jimny pela primeira vez, em 2019.

De qualquer maneira, neste habitáculo claramente simples e fácil de “trabalhar”, ainda existe lugar para equipamentos de segurança e até de luxo. Primeiro temos sistemas como leitura de sinais de trânsito, comutação de máximo automáticos, sensor de luz e chuva, cruise-control com limitador de velocidade e até travagem automática e assistente de permanência na via. No campo do “luxo”, os bancos dianteiros são aquecidos. Podemos trabalhar, mas não precisamos de ter frio. Quando o calor aperta (como apertou como estive com ele), o Ar Condicionado também faz parte do equipamento de série.

Passando para a condução, encontramos uma proposta bastante focada no off-road, e isso é principalmente notório pela sua construção mais tradicionalista usada nas pick-ups. Este Suzuki não tem uma arquitetura monobloco, assentando sobre um chassis de longarinas com oito pontos de apoio. Assim consegue tolerar da melhor maneira os maus tratos, perdão, as exigências do fora de estrada. ´

Para isso, e para além de um sistema verdadeiramente 4×4, e com redutoras (2H, 4H e 4L), o Jimny ainda apresenta interessantes ângulos, com 37º no ataque, 28º ventral e impressionantes 49º de saída, tudo com 210mm de altura livre ao solo.

Se fora de estrada é um verdadeiro prazer (e diversão) conduzir este Jimny, quando pisamos o alcatrão sentimos que estamos a bordo de uma proposta dedicada. Ou seja, o feeling da direção não é o que estamos habituados em propostas de turismo, com um chassis que quer mais “calma” do que momentos apressados. Também não se esperava outra coisa. Para além disso, a caixa manual de 5 velocidades quer dar primazia aos momentos mais aventureiros, por isso, e graças ao seu escalonamento mais curto, circular a 120km/h em autoestrada, significa ir às 3750rpm…

Isto porque o único motor disponível é o 1.5L aspirado naturalmente, com 102cv e 130Nm. Ainda que os números não pareçam impressionar, é bastante capaz e interessante de explorar, “puxa” (e empurra) bem os 1090kg deste Suzuki, com uma transmissão que é também ela bastante japonesa, com um toque mecânico. Os consumos ficam-se pelos 7,4L/100km, o que envolveu muito caminho onde o alcatrão nem aparecia no horizonte.

Mas vamos à parte mais complicada, o preço. A Suzuki pede em troca por um Jimny Pro como este 28.374 euros. Sim, é um valor elevado, mais ainda se compararmos com o Mode 3 que era mais equipado e que tinha dois lugares extra. Por outro lado, esta é uma aposta única e inédita no mercado, tendo em conta as suas dimensões e relativamente baixos custos de utilização.

Em jeito de desabafo, se o Jimny conseguisse ser mais barato veríamos bem mais pela estrada, e pela conversa de pessoas com as quais me cruzei, se a versão de passageiros voltasse, também…

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!