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“Se queres sentar até sete, o Tarraco é o SEAT que precisas”

“Se queres sentar até sete, o Tarraco é o SEAT que precisas”
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“Nascido da necessidade”

 

Numa altura em que os monovolumes desapareceram quase por completo do mercado e as soluções elétricas são cada vez mais vastas, há um tipo de cliente que ainda necessita de sete lugares e motorização Diesel. Para esses, a SEAT continua a oferecer o Tarraco, a solução mais familiar da gama da marca espanhola, que volta a ensaio para demonstrar as suas mais-valias.

Longe vai o ano de 2019, altura em que me sentei pela última vez num Tarraco. Desde aí a marca espanhola viu o crescimento da mais emocional Cupra, com a SEAT a continuar a oferecer uma gama racional e mais preocupada com a componente familiar, onde este Tarraco, bem como os seus sete lugares, é “Rei”.

Esteticamente o SEAT Tarraco não mudou, continuando em linha com as propostas oferecidas pela marca de Martorell. A dianteira destaca-se pela sua grelha em posição vertical, o que lhe confere uma maior robustez ao desenho exterior. Ao contrário de em 2019, a versão em teste não é a Xperience mas sim a Style, que em conjunto com a FR “constroem” a gama Tarraco em Portugal.

Dessa forma não se nota um exterior tão cativante nem desportivo, optando antes pela sobriedade, mesmo que esta unidade já contasse com as opcionais jantes de 18’’ polegadas. Na lateral, nota-se alguma semelhança com o seu “primo” Volkswagen Tiguan Allspace, enquanto atrás, os farolins unem-se por uma faixa LED o que lhe concede uma imagem mais própria nesta secção.



Passando para o interior, o objetivo é o de oferecer um vasto espaço, assim como elevado conforto. E isso pode dizer-se que foi atingido. Começando pela dianteira, a qualidade de construção é boa e, face à última vez que conduzi um Tarraco, encontrei algumas diferenças.

O volante conta com um novo desenho, igual ao que encontramos nos mais recentes modelos da gama, assim como uns novos comandos da climatização, agora “hápticos”, mas que continuam destacados do sistema multimédia, o que é uma boa notícia.

O sistema multimédia foi igualmente renovado, seguindo a linhagem inaugurada pelo Leon. Como dito, a construção está num bom nível, enquanto a sua imagem não é tão moderna quanto alguns dos seus concorrentes, com o Tarraco a apostar antes em oferecer uma boa ergonomia e sobriedade.

E isso, por vezes, é o que mais necessitamos.

Se não, vejamos. Em família, o que mais queremos é facilidade de utilização, e isso é encontrado aqui, em conjunto com uma posição de condução que, embora elevada, é correta, com os comandos a estarem nos locais onde esperamos encontrar. Ainda “cá à frente”, encontramos um painel de instrumentos mais simples do que estamos habituados, cumprindo, ainda assim, com a sua função.

Atrás, o espaço é amplo. Os assentos, mesmo não sendo individuais, oferecem uma boa largura, o que permite a utilização por três passageiros, embora o túnel central por vezes se meta no caminho. Na terceira fila, encontramos os dois lugares extra, que devem ser utilizados por crianças ou pessoas de mais baixa estatura, com o acesso a não ser muito difícil. Desta forma, a bagageira pode variar na sua dimensão entre os 700l, caso optemos por levar cinco passageiros, ou 230l, caso queiramos “casa cheia” com sete passageiros a bordo.

Para mover tudo isto, a SEAT propõe para este Tarraco o já bem conhecido propulsor 2.0 TDI aliado à transmissão DSG de sete velocidades.

Não podemos achar que este Tarraco oferece performances incríveis, até porque sem passageiros pesa 1740kg. No entanto, estes 150cv provenientes do bloco “dois litros” revelam-se suficientes, com a transmissão DSG a ser uma preciosa ajuda no conforto de condução, embora que, por vezes, em arranque, acabe por exibir alguma lentidão.

Esse conforto passa também para o rolamento, com o Tarraco a contar com afinação de suspensão que tolera bem os maus pisos, assim como oferece uma boa sensação de segurança em autoestrada. A direção é suficientemente direta e conta com uma assistência correta, ajudando a “ler” a estrada e fazendo com que os trajetos mais sinuosos não sejam um “castigo” para quem vai ao volante de um familiar de sete lugares.



Os consumos são também algo que importa (bastante) para quem procura um familiar como este. Em mais de 500km feitos, o SEAT Tarraco conseguiu uma média, em percurso combinado, de 6,3l/100km, ligeiramente mais do que o seu “irmão” Ateca, que conta com menos dois lugares.

Em termos de preços, a gama Tarraco começa nos 41.336€ para esta versão Style de 7 lugares, equipada com esta motorização Diesel e transmissão DSG. No entanto, o Tarraco está ainda disponível numa versão e-Hybrid (FR e Xperience), com capacidade de percorrer até 53km em modo elétrico, mas com a desvantagem de contar com apenas cinco lugares.

Assim, o SEAT Tarraco continua a ser um produto válido para quem necessita, como dito acima, de uma solução que possa transportar mais do que os habituais cinco passageiros, assim como para quem ainda necessita de uma motorização Diesel, devido aos elevados quilómetros percorridos, A sua frugalidade, em conjunto com sua imagem sóbria e um interior bem construído e ergonómico, pode ser uma vantagem para muitos.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!