Home Ensaios Quatro rodas motrizes: Teste ao Škoda Karoq 2.0 TDI 150 4×4

Quatro rodas motrizes: Teste ao Škoda Karoq 2.0 TDI 150 4×4

Quatro rodas motrizes: Teste ao Škoda Karoq 2.0 TDI 150 4×4
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“Pedido especial”

Recentemente a Škoda renovou o seu Karoq, a proposta SUV de segmento C da fabricante que pertence ao Grupo Volkswagen. Este modelo, o terceiro mais vendido da marca, foi atualizado com a mais recente linguagem de design da marca, assim como passou a contar novos materiais no interior e tecnologias mais avançadas, sem perder a sua polivalência e elevada capacidade familiar pela qual é caracterizado.

Em teste o Karoq equipado com a motorização diesel de 150cv e tração às quatro rodas.

É verdade que a unidade em ensaio não está configurada da forma mais entusiasmante, mas conseguimos ver as alterações efetuadas pelas Škoda neste Karoq.

As primeiras diferenças encontram-se no desenho da grelha dianteira, mais larga e de formato hexagonal, o que em conjunto com os para-choques redesenhados e os faróis mais estilizados, refrescam a dianteira desta proposta. Atrás, são os farolins mais esguios, com tecnologia LED de série, spoiler mais largo, assim como o nome Škoda, agora presente de forma mais notória no portão da bagageira, responsáveis por nos fazer notar no que mudou neste SUV.

Para além de renovar a imagem, a preocupação deste restyling foi a de melhorar a aerodinâmica, algo que a Škoda afirma ter conseguido. À nossa vista, são as jantes com preocupação aerodinâmica que mais causam impacto. De série, estas de 17’’ polegadas não são as que preenchem melhor as cavas deste SUV, mas que prometem garantir o maior conforto aos ocupantes. Em termos de cores, são 9 as possíveis de revestir os 4,389mm de comprimento.



Abrindo as portas e acedendo ao seu interior a sensação de qualidade é bem entendida, seja através dos seus materiais ou da montagem. Esta unidade não contava com o painel de instrumentos digital, que confere ao habitáculo um aspeto mais tecnológico, mas sim um painel analógico de fácil leitura.

Para além dessa sensação de qualidade, é o cuidado com ergonomia (os comandos físicos continuam presentes) e os espaços de arrumação que merecem igualmente destaque, demonstrando que a Škoda se preocupa muito com o condutor e seus passageiros, de forma a garantir uma experiência agradável durante as viagens, sejam elas longas ou mais curtas.

Para isso, mesmo nesta versão de entrada, contamos com uns bancos confortáveis e com bom apoio, que garantem uma posição de condução correta graças a múltiplos ajustes. Atrás encontramos três lugares, com um bom espaço para as pernas (o central tem sempre que gerir com o túnel central), destacando-se especialmente na altura até ao tejadilho, ótimo para passageiros mais altos, provando que o Karoq não perdeu nada da sua faceta familiar.

Para confirmar isso mesmo, a bagageira conta com 521l de capacidade, o que a torna numa das maiores do seu segmento, sendo possível através do rebatimento assimétrico dos bancos (60:40) de forma a atingir até 1630l de capacidade. A bagageira pode ainda contar com uma roda suplente de emergência, assim como ganchos que permitem pendurar sacos ou mesmo vários espaços de arrumação para facilitar a organização da carga.

Passando para a condução, a motorização diesel 2.0 TDI de 150cv está aliada transmissão DSG de sete velocidades, entregando a potência às quatro rodas graças ao sistema de tração integral, tornando este Škoda Karoq numa proposta especial. Mas vale a pena ser mais do que tração dianteira?

Para começar, o 2.0 TDI de 150cv dispensa apresentações, ao ser uma mecânica comprovada que oferece um bom equilíbrio entre as performances e os consumos, com uma boa disponibilidade na faixa de utilização que mais interessa (binário máximo de 360Nm entre as 1750 e as 3000rpm). Esta elasticidade e progressividade é ainda mais eficiente em conjunto com esta transmissão automática.

Na sua versão 4×4, o Škoda Karoq assume uma veia mais polivalente, sendo assim capaz de maior capacidade de tração, no entanto não é bem o 4×4 que podem estar a pensar. Esta variante é mais vocacionada para climas mais rigorosos, onde a tração extra é muito útil quando o piso não tem o nível de aderência ideal, podendo obviamente ir a alguns lados onde um Karoq de tração dianteira não consegue ir fora de estrada, porém existem limitações.

Essas são físicas, ou seja, o Karoq não conta com ângulos de um “jipe”, portanto é sempre necessário ter cuidado. A outra limitação é mais abrangente, mas é igualmente mais fácil de resolver…

Falamos dos pneus escolhidos pela Škoda para equipar este Karoq 4×4, que acabam por prejudicar as prestações dinâmicas do modelo. Os Giti GitiSynergy H2 estão abaixo do que deveriam estar para esta proposta, exibindo dificuldades, por vezes, em colocar a potência no asfalto assim como chegam rapidamente ao nível máximo de aderência, mais notório ainda devido às maiores velocidades em curva atingidas por esta versão 4×4. Igualmente graças à sua vocação ecológica também não ajudam em mau piso.

Tudo isso mostra que este Karoq era capaz de bem mais com uns pneus mais capazes, já que demonstra pouco balanceio de carroçaria e um bom equilíbrio, mostrando que há bastante margem de melhoria. Mas como dito acima, é um “problema” fácil de resolver.

A juntar a um bom comportamento, o nível de conforto é elevado e está no nível de que um automóvel com uma vocação familiar deve apresentar, como é o caso deste Škoda.



A transmissão DSG é suave na maioria das vezes, mas por vezes necessitamos de antecipar um pouco as ordens, carregando com mais vontade no acelerador.

Também, nesta versão 4×4, nota-se que a primeira relação acaba por necessitar igualmente de maior pressão no acelerador, exibindo uma sensação de patinar, o que pode ter a ver com o escalonamento da caixa para esta versão com tração integral. No entanto, em andamento é muito suave, conseguindo rolar a 120km/h em 7ª velocidade a 1.800rpm, o que garante consumos comedidos.

Sobre isso, podemos contar com um consumo final, ao longo de mais de 600km, com 6,4l/100km, o que é ajustado para esta proposta. No entanto, para quem não precisar da tração integral, a variante do mesmo bloco, mas com 116cv será suficiente, capaz de conseguir consumos (ainda) mais comedidos.

A gama Karoq inicia-se nos 33.686€, com este 4×4 a começar nos 49.164€, um valor que pode ser elevado para alguns, mas que é uma proposta cada vez mais rara de encontrar, sendo um SUV com capacidades acima da média. No entanto é preciso mesmo entender se necessitamos desta “tração extra”, já que face à variante de 116cv são quase 6 mil euros a separar as duas versões, pelo que este 4×4 tem de ser muito bem justificado. Portanto, se não tem de fazer caminhos de gravilha diariamente e se o seu clima não for muito agreste no inverno, a versão de tração dianteira chega. Se for o caso da primeira, pode seguir à confiança, porque qualquer seja a versão ou motorização escolhida, o Škoda Karoq continua a ser um dos melhores SUV familiares da atualidade.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!