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Teste Completo: Hyundai Kauai 1.6 GDI HEV N Line

Teste Completo: Hyundai Kauai 1.6 GDI HEV N Line
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“Elevar a fasquia” 

O Kauai já é um nome indissociável da Hyundai, modelo importante para a marca, que conquistou o coração dos Portugueses. Portanto, a chegada de uma nova geração deste modelo é sempre alvo de uma maior atenção. Para o “Teste Completo” escolhemos a versão N Line, com a motorização HEV (Híbrido convencional, sem necessidade de cabos).

Construído na Europa, tendo o Velho Continente em mente, o Kauai está agora mais tecnológico, seguro e moderno.

Exterior

Se um dos objetivos é chamar à atenção, é muito provável que o consiga com esta nova geração do Hyundai Kauai, principalmente na versão N Line, como esta que esteve em ensaio. Curiosamente, a marca desenvolveu o Kauai tendo por base a versão BEV (totalmente elétrica) que conheceremos em breve, pelo que é normal que o seu design tenha uma forte influência aerodinâmica, apresentando um coeficiente de apenas 0,27.

A secção “limpa” da dianteira, é garantida pela faixa LED que percorre toda a largura deste SUV coreano, um verdadeiro toque de modernidade, que se alia com a desportividade do para-choques desportivo desta versão N Line, onde se integram os grupos óticos principais do modelo. Nesta variante HEV, o Kauai conta ainda com Air Flaps ativos, para um controlo inteligente do fluxo de ar.

Esta verdadeira revolução no design do modelo continua na lateral, numa silhueta mais tradicional, mas que “rompe” uma vez mais com o desenho que já conhecíamos da geração que agora substitui. No entanto, surgem aqui algumas semelhanças com o anterior Kauai, como é o caso das cavas das rodas bem evidenciadas (ainda que no N Line sejam pintadas da cor da carroçaria), assim como o vinco lateral, que se inspirou tanto no Ioniq 5, como no Tucson, o SUV que se situa diretamente acima na “família Hyundai”. O tejadilho em preto, que contrasta com o Cyber Grey, é outro ponto de destaque, tal como as jantes de 18’’ com desenho exclusivo desta versão com inspiração mais desportiva.

Passando para a secção traseira, há aqui uma “sintonia” com a dianteira, com uma outra faixa LED a percorrer uma vez mais a largura deste Hyundai, com os farolins traseiros a estarem colocados numa posição inferior, nas extremidades, talvez até demasiado…

O nome Kauai está bem presente ao contro do portão da bagageira, enquanto a versão N Line se destaca igualmente neste plano, com um para-choques que integra um difusor, assim como uma dupla ponteira de escape.

Após tudo isto, importa referir que o Kauai cresceu em todas as direções, com o comprimento a ter sido onde foi mais notório, com mais 180mm que a anterior geração, medindo agora 4385mm, com isto a distância entre eixos também saiu beneficiada, o que promete um superior espaço interior.



Interior

Para descobrir temos de abrir a porta, onde encontramos um ambiente que foi igualmente revolucionado, ainda que conte com muita inspiração vinda das propostas 100% elétricas da marca.

Portanto, contamos com uma maior digitalização, com o destaque a ir diretamente para os dois ecrãs de 12’3’’ polegadas, o da esquerda encarregue de servir de painel de instrumentos, enquanto o do lado direito é responsável pelo sistema multimédia. Rápido e com novo grafismo, é uma evolução do que encontramos nas atuais propostas da marca.

No entanto, a Hyundai não se deslumbrou pela digitalização excessiva. Com isto queremos dizer que o novo Kauai continua a ter os comandos físicos que deve, como os da climatização. Em termos de arrumação, existem vários espaços para esvaziarmos os bolsos, ainda que poderiam ter algum tipo de revestimento de forma a evitar alguns ruídos quando estão a ser utlizados. Muitos desses espaços de arrumação foram possíveis de “conquistar” graças à passagem do comando da transmissão automática para a coluna de direção, o que depois de criar o hábito, torna a tarefa de condução bastante fácil.

A posição de condução é correta, com o novo volante de três braços a permitir uma boa pega. Quanto à versão N Line, as diferenças são encontradas nos pespontos em vermelho, assim como a linha decorativa que percorre o tablier, bem como os pedais em alumínio.

Relativamente ao espaço interior, nem precisamos de recorrer à fita métrica para entender que esta nova geração Kauai “deu um salto” neste campo. Atrás, há espaço suficiente para as pernas, podendo sentar até três adultos na segunda fila, graças a um túnel central que não incomoda em demasia.

A bagageira, apresenta agora 466l de capacidade, um valor verdadeiramente de SUV de segmento C, que se traduz em 92l mais do que a anterior geração do Kauai Hybrid.



Condução e Consumos

Crescido e mais plantado ao asfalto, é essa a sensação dada. Se o Kauai de primeira geração criava alguma dúvida ser um SUV de segmento C, esta nova geração sente-se como tal. Exibindo bons movimentos de carroçaria, sem excesso de adornar, mesmo que isso implique ser um pouco mais firme em mau piso. O peso total, pouco aumentou face à anterior geração, apesar do seu crescimento.

Mas, antes de passar a explicar o que está sob o capot, importa referir o ponto que menos agradou nos dias que passámos com o novo Hyundai Kauai.

Não foram precisos muitos metros para constatar o excesso de zelo deste modelo. Para começar, temos o assistente de via ativo, que tal como muitos outros modelos, assumem muitas vezes destaque excessivo na condução e que nos fazem desligar assim que “carregamos no start”. Até aí, tudo bem…

Mas o novo Kauai alcançou um novo patamar. Ou seja, para além disso, contamos com um leitor de velocidade máxima permitida, que não é mau tendo em conta a quantidade de radares nas nossas estradas, mas que passa o tempo a apitar, mal passamos 1 ou 2km/h acima do devido. Esse foi igualmente desligado.

Por último, existe uma outra novidade, com o Kauai a “olhar-nos nos olhos” a não permitir que estes olhem para mais alguma coisa a não ser a estrada. Mesmo um pequeno ajuste de temperatura, é motivo para um outro apito. Também é possível de desligar.

Pois então, estes sistemas podem ser desligados, mas sempre que voltamos a ligar o Kauai, não havendo a hipótese de memorizar. Nunca seremos contra a segurança, mas estes sistemas acabam por ser demasiado intrusivos, acabando por distrair mais do que ajudar o condutor. Devia ser algo a ser revisto pela Hyundai.

Após tudo isto desligado (uma vez mais), podemos voltar ao Kauai com mais detalhe. O conjunto HEV é composto por um motor térmico 1.6 GDI com 105cv e um motor elétrico com 32kW, em conjunto a potência oferecida é de 141cv, o que não se revelou uma alteração face à anterior geração. A transmissão automática é de seis velocidades, com a bateria de 1,56kWh a ser a responsável por armazenar a energia ganha durante a condução.

Mesmo que o sistema não tenha contado com alterações, a verdade é que esta variante HEV consegue um interessante balanço entre performances, sendo mais capaz que a variante 1.0 T-GDI de 120cv, com a poupança oferecida por um sistema híbrido. Em percurso combinado, a média após 100km ficou em 4,8l/100km, um valor positivo. Em viagem por autoestrada, o valor ronda os 5,5l/100km. No final deste ensaio, o valor fixado ficou em 5,1l/100km.

A transmissão automática oferece uma condução mais “natural”, com as patilhas de seleção que mudam de função consoante o modo de condução, em Normal, servem o propósito de ajustar o nível de regeneração, enquanto no modo Sport e Snow têm a função “normal” de subir/descer relação.



Conclusão

É mais do que óbvio que o Kauai deu um “passo” na direção certa. Revolucionou no design, ainda que possa não ser tão facilmente aceite quanto a geração que agora substituiu. O interior é inegavelmente melhor, seja na sua tecnologia como na apresentação, assim como no equipamento de série. O sistema híbrido consegue oferecer um bom balanço entre performances e eficiência, sem perder a envolvência de condução. O ponto menos positivo do Kauai, é o seu excessivo zelo proveniente dos seus sistemas de ajuda à condução, que acabam por fazer o oposto do que pretendiam.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!