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Mais do que um clone – Teste ao Mitsubishi Colt

Mais do que um clone – Teste ao Mitsubishi Colt
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“Um caso de necessidade”

 

O mercado Europeu é “duro”, principalmente para marcas japonesas com um volume de vendas não tão elevado quanto as “gigantes”. Este mercado do “velho continente” é muito exigente no que diz respeito às normas e regulamentações que, para as acompanhar e cumprir, implicam elevados investimentos.

Foi devido a isso que a Mitsubishi esteve muito perto de nos abandonar. No entanto, em 2021, tudo mudou, com uma “inversão de marcha” ao afirmar que iria continuar presente neste mercado.

Isso foi possível graças à sua inclusão na Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, com a marca a ganhar mais poder e maiores recursos para continuar a oferecer produtos competitivos. No entanto, até ao lançamento desses, a marca oferece o Colt, que tal como o ASX, é fortemente baseado em modelos da Renault. Um caso de necessidade.

O Colt é já uma instituição dentro da marca japonesa, lançado em 1978, um dos modelos que ajudou a construir as suas fundações e popularidade na Europa, tendo tido 6 gerações antes de chegar a esta que aqui temos em teste.

Esteticamente pouco difere do seu “primo francês”, com essas diferenças a acontecerem sobretudo na dianteira e traseira. Na frente é o “Dynamic Shield” que se destaca, querendo oferecer alguma imagem de marca a este modelo bastante reconhecível. Já atrás, o nome Mitsubishi inscrito, em grandes dimensões, é o ponto de divergência. As jantes de 17’’ polegadas desta versão Lauch Edition ajudam a conferir um aspeto mais desportivo a este modelo de segmento B, que pode contar com cinco diferentes cores.



Passando para o seu interior, não existem igualmente surpresas, o que não é, de todo, negativo. A diferença está no logo presente no volante e pouco mais, num habitáculo ergonómico e com boa qualidade, onde os bancos e a posição de condução confortável ajudam a um maior prazer de condução. O ecrã multimédia é algo pequeno nas suas dimensões (não havendo hipótese de escolher maior), mas completo no que oferece, num interior onde contamos com os equipamentos necessários, não faltando o Ar Condicionado automático, espelho retrovisor anti encadeamento, assim como sistemas de segurança e conforto, como é o caso do assistente de ângulo morto, carregador por indução, o cruise-control ou faróis Full LED com comutação para máximos. O painel de instrumentos é igualmente digital, medindo 7’’ polegadas.

Atrás, espaço suficiente para dois adultos, enquanto a bagageira oferece 340l, menos 82l que o ASX, o SUV de segmento B da marca japonesa, que é o caminho a seguir para quem quer continuar com a Mitsubishi, mas necessita de mais espaço.



Para Portugal a Mitsubishi dotou o Colt com dois diferentes propulsores 1.0l gasolina, um sem turbo de 65cv e este 1.0l Turbo com 90cv que equipa a unidade em teste.

Com este motor mais potente, a transmissão manual ganha uma sexta velocidade, o que em conjunto com o seu escalonamento permite uma elevada poupança de combustível, algo comprovado nos quilómetros feitos ao volante deste Colt, que ficaram nos 5,2l/100km.

É impossível distinguir o comportamento deste Mitsubishi do modelo da marca francesa, já que o Colt não conta com modificações no chassis. O que, tal como no interior, é algo positivo. Mesmo que a potência não impressione, o Colt conta com um bom comportamento, com um eixo dianteiro preciso e um bom amortecimento. O seu peso de 1195kg ajuda igualmente a que os 90cv não se sintam “curtos”, assim como aumenta a sensação de agilidade.

Portanto, o que dizer do Mitsubishi Colt? Podemos começar por dizer que embora seja praticamente um “clone” do modelo francês, é igualmente uma razão pela qual o devemos colocar “em cima da mesa” na altura de escolher um novo utilitário. Esta versão Lauch Edition está bem equipada, com a unidade testada a custar 23.050€, garantindo ainda a vantagem de contar com uma garantia de 5 anos ou 100.000km.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!