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Evitei todo o alcatrão possível com o Jeep Wrangler Night Eagle

Evitei todo o alcatrão possível com o Jeep Wrangler Night Eagle
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“O Asfalto é lava!”

 

Quem me conhece, sabe que a minha “onda” são mais os pequenos desportivos, onde a leveza é imperativa. E o Grupo FCA tem, e teve, bons representantes nesse campo, onde o Alfa Romeo 4C foi “rei e senhor”, enquanto a “equipa Abarth” comanda ainda nesse sentido. Porém, há outro modelo de uma marca do Grupo que não tem nada a ver com isso, mas que é impossível não regressar aos seus comandos.

 

O JEEP Wrangler, um modelo que se confunde mesmo com a marca, é uma imagem de marca como se pode chamar, um automóvel cujo carácter é tão forte, que se pode dar a certos luxos. Parafusos expostos ou insonorização menos eficaz?

Isso faz tudo parte do cenário.

Pois bem, estava em marcações, e quando cheguei ao “J”, na JEEP a novidade passava por este Wrangler, que não é novidade aqui (já que testei o Rubicon 2P e o Sahara 5P), mas sim pela sua nova versão Night Eagle, um nível de equipamento que se baseia no nível Sahara, e que oferece uma decoração exclusiva interior e exterior, onde se destaca o negro nas suas sete barras verticais na frente, assim como nas jantes e nas molduras dos seus redondos faróis dianteiros. Tudo numa silhueta impossível de confundir.



Já no interior, os bancos em pele preta (adivinharam!) conta com um equipamento generoso, e um conforto que para quem teve o prazer de experimentar (ou ter) um Wrangler da anterior geração, sente o enorme salto qualitativo e de conforto. O completo sistema multimédia UConnect de 8,4’’ é a “estrela” neste interior ainda muito dotado de linhas retas e superfícies aguçadas, que lhe dão um aspeto mais robusto, como queremos. Porém, é confortável e ergonómico, ainda que os comandos dos vidros elétricos estejam ao centro, logo por debaixo dos comandos da climatização.

Porquê? Porque as portas podem sair, assim como a parte frontal do tejadilho, ou mesmo todo o teto deste JEEP Wrangler Night Eagle.

Agora pensam: bem, ele já falou das diferenças, e acabou por aqui o ensaio.

Pois bem, estão enganados. Assim que marquei este carro, pensei: “o que é que vou falar agora sobre ele? O motor é igual, o nível de equipamento muda ligeiramente, até a cor é parecida…”

Sentei-me à secretária e abri o “Google Maps”, de forma a delinear uma experiência, toda ela muito pouco… necessária.

Que me perdoem os senhores das estradas de Portugal, ou das câmaras municipais por onde passo no meu trajeto trabalho-casa, mas decidi fazer algo diferente: fazer o mínimo de caminho por asfalto. Sim, não importa quando tempo iria demorar, o que importa é que estes pneus andem o mínimo em alcatrão.

Pois assim foi, não houve praticamente estrada de areia, gravilha ou até relva que não fosse passada por este JEEP. Obviamente não havia caminho direto para a minha casa por areia, mas à primeira hipótese que existisse de fugir do “aborrecido” alcatrão, eu estava lá. O que foi notório é que, muitas das vezes, andava, olhava para o lado e a casa já estava lá atrás, e o caminho é sempre mais longo. Uma espécie de “Take the long way home, dos Supertramp”, em versão real.

O cuidado redobrava-se, já que ciclistas e “atletas de fim de semana” se juntavam aos meus percursos que agora, para mim, eram principais. O bom de tudo isto é que a cada chegada, era como se uma meta se tratasse, e mais uma etapa terminasse. E nem à noite a “aventura” terminava, já que os novos faróis LED (obrigado a quem os inventou) ajudavam a que a velocidade não fosse “de caracol”. O sistema de tração total pouco foi utilizado, já que os caminhos de terra para este Wrangler são menos do que lombas, para um normal utilitário ou familiar, apenas numa ou outra subida, ou até mesmo uma “poça surpresa” cheia de lama, que deu mais “alegria” ao percurso.



Mas se houve sítio onde não pude evitar foi na ponte, aí o desvio era demasiado grande, e não poderia deixar ficar para trás as obrigações. Mas mais uma vez, ali, pude verificar novamente que a nova transmissão é (não queria usar infinita) muito melhor que a da anterior geração, conseguindo trocas bem mais rápidas, e uma relação em 8ª velocidade, que a 120km/h vai ali mesmo nas 2000 rpm. A poupança? Garantida.

Sabem que mais, este 2.2 Multijet II Turbo com 200cv, nestas minhas aventuras “interestradas” (assim chamei a este “Rally” que ligava uma estrada de asfalto a outra), ficou abaixo dos 10L/100km, o que é muito bom tendo em conta que nem tudo era tão “lisinho” como aquela superfície preta que todos vocês usam.

Já eu fiquei só a pensar que os senhores e senhoras da JEEP deviam ter inventado alguma espécie de bóias que tornassem este Wrangler anfíbio, já que as portagens não perdoam, e os mais de 6 euros que pagava na ponte não desculpavam a estrada que poupei (e sujei) nos últimos dias.

Quer um JEEP Wrangler como este? Tem todo o meu apoio. Tem as suas concessões, e são algumas. Mas está mais utilizável que nunca, assim como mais domesticado e confortável, o equipamento nesta versão Night Eagle é muito completo, e esta unidade, que pouco menos tinha que a anterior Wrangler Sahara que experimentei. Vale a pena gastar isso depois em “moedinhas” na lavagem automática.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!