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Opel Astra 1.5 Turbo D Ultimate

Opel Astra 1.5 Turbo D Ultimate
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“Fórmula concentrada”

 

A Opel tem uma forte tradição no segmento dos familiares compactos, com mais de 24 milhões de unidades vendidas do Kadett e do Astra. Agora, na quinta geração deste último, a marca germânica optou por uma ligeira renovação estética, com principal foco na aerodinâmica e nos seus motores, de forma a tornar este Astra numa das propostas mais eficientes do mercado.

 

Estávamos em 2016, quando a Opel apresentou o Astra K, que se destacou desde logo pela sua oferta de equipamento, digno de segmento superior, tanto em conforto como em segurança ativa e passiva. A redução de peso também teve importante destaque nessa nova geração, já que em certas versões contou com um “emagrecimento” de até 200kg.

Para terminar esse ano da melhor maneira, foi ainda vencedor do “Car of the Year”, o mais importante galardão que um construtor automóvel pode alcançar.

Portanto, como está hoje, quase 4 anos após o seu lançamento?

Esteticamente, o Opel Astra mostra-se bem integrado na gama atual, mesmo que ainda seja da era “pré-PSA”, grupo do qual agora faz parte. As suas linhas são fluidas e tipicamente Opel. Neste restyling, as diferenças (ou diferença) são apenas reparadas por alguém com olhar atento, já que a distinção reside na nova grelha dianteira, com um diferente padrão, assim como uma nova faixa cromada que se liga com os faróis dianteiros IntelliLux LED, também eles alvo de revisões.

Contudo, a maior diferença está atrás dessa grelha, com a integração de uma cortina ativa, que melhora a aerodinâmica, e graças a isso, uma menor pegada ambiental, com menos emissão de CO2. Também por isso, o Opel Astra é o automóvel com o efeito de arrasto mais reduzido do seu segmento.

O resto da sua silhueta é elegante, destacando-se por um capot curto e um tejadilho descendente, evidenciado por uma faixa cromada no topo da secção envidraçada. As jantes de 18’’, opcionais, melhoram a sua aparência e dão “pontos extra” na desportividade, enquanto a secção traseira continua elegante e de aspeto “limpo”.



Quanto ao interior, o Opel Astra também sofreu alterações de pormenor, mas essas ficam mesmo em frente aos nossos olhos. Falamos, obviamente, do novo painel de instrumentos que ganha um elemento digital, que pode ser configurado, e que é dos mais completos do mercado. De fácil leitura e utilização, eleva assim a parte tecnológica do modelo que combate no segmento C. O resto do interior não sofreu alterações, com a sua montagem a não apresentar falhas, e mesmo que alguns materiais tenham um toque mais rijo, como é o caso da parte inferior do tablier e o topo das portas traseiras, a maioria dos elementos que temos contacto apresentam bom toque.

A ergonomia é boa, com o ecrã multimédia que dispõe de Apple CarPlay e Android Auto a ser igualmente fácil de utilizar e com ícones de dimensão generosa, enquanto os comandos da climatização estão independentes, em botões físicos, e muito bem. Pontos de destaque neste interior são os espaços de arrumação, destaque para o do smartphone, que encontra um espaço dedicado, assim como para os bancos, revestidos em Pele e Alcantara, que dão um bom apoio e uma elevada dose de conforto, os quais a Opel tem o orgulho de referir que foram certificados pela AGR, que se preocupa com a postura do condutor e dos seus ocupantes.

Falando em ocupantes, importante falar do espaço atrás. Está na média do segmento em largura, mas apresenta um bom espaço para as pernas, sendo interessante o facto de serem aquecidos (tal como os dianteiros e o volante, graças ao pack Inverno II), contando também com dupla entrada USB. Quanto à bagageira, são 370L de capacidade, que podiam contar com roda suplente, não fosse o caso desta unidade contar com o sistema de áudio Bose, que em troca de uma melhor qualidade de som, necessita desse espaço para guardar o seu subwoofer.



Falemos agora do motor, e foi aqui que surgiram as maiores alterações neste renovado Opel Astra. Foquemo-nos neste que temos aqui, o novo motor 1.5 Turbo D, que como foi dito ao início não é da “família” PSA, mas sim fruto de uma criação anterior. Apresenta uma arquitetura tricilíndrica, com a sua cabeça e bloco construídos em alumínio, sendo mais leve que o motor que substitui, e principalmente mais eficiente em termos de emissões em consumo. A potência de 122cv e 300Nm (nas versões de caixa manual) mostra-se suficiente para este Astra.

Na prática, o motor revela-se elástico a médio regime, com “vida” em autoestrada e em ultrapassagens, mostrando elasticidade, contudo, a baixas rotações pode exigir algum “trabalho de caixa” para o manter na sua área de conforto, algo normal neste tipo de motores diesel. O ruído em funcionamento a quente não invade o habitáculo, nem as suas vibrações, graças a um veio de equilíbrio que disfarça bem a ausência do “4º cilindro”. Apenas podia ser melhor quando o ligamos, ou quando o start/stop “acorda”, já que aí sim, é sentida uma vibração.

Mas isso são apenas pormenores, quando o que um cliente de automóvel diesel mais procura é baixo consumo, e aqui neste Astra 1.5 Turbo D consegue-o sem muitas dificuldades. A marca anuncia 4,4L/100km, o que não é um valor difícil de atingir, já que nas minhas tarefas diárias consegui, por duas vezes, ficar abaixo dos 5L/100km, sem cuidados de maior. E essa é uma das suas vantagens, conseguir um baixo consumo sem cuidados de maior, com o escalonamento da caixa também a ajudar nesse ponto.

Resta falar do dinamismo do Opel Astra, e aqui o modelo ainda continua bastante atual. Dizer que o Opel Astra é o modelo mais confortável do seu segmento, não seria verdade. Contudo, desculpa-se por ser um dos mais dinâmicos, e que mais diverte quem vai ao volante. O eixo dianteiro segue bem os inputs do volante, dando confiança extra, sentindo-se bem a sua leveza e agilidade. A suspensão também tem “culpas” nisso, com uma boa absorção das irregularidades, e pouco rolamento de carroçaria.

No final, o Opel Astra revelou-se (ainda) uma boa surpresa. As suas alterações, ténues, significam mais do que os olhos podem ver, com um motor diesel que se mostrou competente e com baixos consumos. A sua vertente tecnológica, que o ajudou a vencer o prémio de “Car of the Year” em 2016, ainda hoje continua presente, principalmente nos aconselháveis faróis IntelliLux LED, que tornam a “noite em dia”, enquanto o seu comportamento dinâmico prova que um condutor também tem direito a divertir-se, mesmo que o orçamento não seja enorme, e tenha de ser usado numa compra racional.


Opel Astra 1.5 Turbo D Ultimate

Especificações:
Potência – 122cv às 3500rpm
Binário – 300Nm às 1750 – 2500rpm
Aceleração dos 0-100 (oficial): 10,3s
Velocidade Máxima (oficial): 210km/h
Consumo Combinado Anunciado (Medido) – 4,4l/100km (5,2l/100km)

Preço:

Opel Astra desde: 24.690€
Versão ensaiada desde: 33.440€
Unidade ensaiada: 36.590€

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!