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Injustamente esquecido? Testámos o renovado Mazda2

Injustamente esquecido? Testámos o renovado Mazda2
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“Natural de Hiroshima”

 

A Mazda conta com duas propostas de segmento B na sua gama. Para além do Mazda2 Hybrid (que é, na essência, um Toyota Yaris Hybrid), a marca conta igualmente com o… Mazda2. Confusos?

Não há razão para isso. Ora bem, este Mazda2 é um produto Mazda, que está na sua terceira geração. Originalmente lançado em 2015, o modelo de Segmento B nascido em Hiroshima contou agora com um “refresh” quer no exterior, quer no interior, de forma a garantir mais alguns anos no ativo. Em teste a versão Homura Aka, na variante de 90cv.

Esteticamente, o modelo que continua a seguir a filosofia de design Kodo, agora a par com outras duas filosofias de estilo, as mais sóbrias Centre-Line e Exclusive-Line, bem como as duas mais dinâmicas Homura e Homura Aka. A última é a eleita para revisitar este utilitário japonês.

Assim, no seu exterior encontramos uma grelha dianteira revista, com um padrão favo de mel, um logotipo de maiores dimensões e um para-choques redesenhado. Na lateral, as alterações são apenas encontradas nas jantes de 16’’, exclusivas desta versão, enquanto atrás existem igualmente diferenças no para-choques, que tal como na dianteira, apresenta um elemento em vermelho, que distingue as versões Homura. O tejadilho em preto (e com um padrão a imitar fibra de carbono) é de série, podendo não agradar a todos…



Passando para o seu interior, o Mazda2 quis disfarçar o peso dos anos com elementos mais cuidados, com a versão Homura Aka a contar com bancos em meia pele, com o centro e friso decorativo do tablier em Alcantara, assim como diversos elementos em vermelho (pespontos e saídas de ventilação).

Bem equipada, esta versão oferece de série Ar Condicionado automático, espelho retrovisor eletrocromático, faróis LED, bem como aquecimento nos bancos dianteiros e volante. No entanto, sentimos a falta de um apoio de braço central, que para além de aumentar o conforto, garantiria igualmente um espaço de arrumação fechado, longe dos olhares dos amigos do alheio.

O desenho do interior pode não ser tão tecnológico como a maioria dos seus rivais, mas é ergonómico, sendo por isso fácil de utilizar. A posição de condução é correta e os bancos contam com um bom conforto e apoio.

Já atrás, o Mazda2 revela-se algo estreito (sendo ideal para apenas dois ocupantes), enquanto a bagageira de 255l é uma das mais pequenas do seu segmento.

Ao volante

Embora não seja das ofertas mais espaçosas do seu segmento, o Mazda2 quis, desde o seu lançamento, ser uma das propostas mais divertidas de conduzir, ou não fosse um Mazda.

Em termos de motorizações, a Mazda não fez grandes revoluções ao modelo, contando com uma gama animada pelo motor 1.5l (sem turbo) disponível em três níveis de potência: 75, 90 ou 115cv.  Para este ensaio, ficámos “na virtude do meio”, com um Mazda2 equipado com o motor 1.5 e-Skyactiv G de 90cv.

E é na transmissão manual com um bom tato mecânico, mas suave, que recorremos para manter estes 90cv na sua faixa ideal de utilização, uma sensação diferente face aos seus concorrentes, quase todos eles “sobrealimentados”. Com isto, podemos perder algum imediatismo, mas ganhamos a linearidade típica destas mecânicas.



O seu comportamento continua a ser, mesmo após quase 10 anos, bastante digno, muito graças a um peso de apenas 1112kg. Assim, as reações são fáceis de prever, ajudando a que este Mazda2 seja ágil quando assim deve ser, sem ser demasiado “leve” nas vias mais rápidas. A suspensão adota, por isso, um acerto mais firme, para sensações mais divertidas ao volante, sem nunca ser demasiado desconfortável.

Para além da linearidade do motor, somos brindados com consumos comedidos, sendo muito fácil manter os consumos nos “cinco baixos” em circuito misto. Este teste terminou nos 5,5l/100km, algo que é auxiliado também por este motor contar, nos dois níveis de potência mais elevados, com um sistema Mild-Hybrid. Isto faz com que este seja o “2” para quem gosta mais de conduzir, mas que não quer ser prejudicado por consumos elevados.

No final fica a questão: “Devo ainda colocar o Mazda2 em cima da mesa caso procure um utilitário?”

Com um preço que começa nos 20.994€ para a versão de 75cv, o Mazda2 continua a ser uma proposta pura. Ou seja, uma solução com uma mecânica simples, fiável e poupada, conseguido ser ainda bastante divertido de se conduzir, graças a uma receita que nunca irá envelhecer: a da leveza.

É verdade que o Mazda2 que já não está tão “em dia” no capítulo tecnológico, nem é o mais espaçoso face aos seus rivais, mas para quem procurar um produto que se sente japonês, com a segurança e o conforto do século XXI, poderá ter aqui uma boa solução.

Esta unidade em teste custava 26.929€, que se revela um valor elevado, ainda que uns 5 mil euros abaixo do Mazda2 Hybrid mais equipado, o que pode justificar mais esta escolha caso procure um Mazda para as suas aventuras do dia-a-dia, principalmente na cidade.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!