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Gasolina e Manual: Teste ao Volkswagen Tiguan 1.5 TSI 130

Gasolina e Manual: Teste ao Volkswagen Tiguan 1.5 TSI 130
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“Quando a base é boa…”

 

Muitas vezes trazemos até aqui as versões mais equipadas de alguns modelos, aquelas que todos nós ambicionamos quando abrimos um qualquer configurador de um modelo. No entanto, quando chegamos ao último “ponto”, o preço poderá ficar (demasiado) acima do que pretendemos.

Para contrariar isso, trazemos o Volkswagen Tiguan “base”, ou seja, na versão Life com o motor gasolina 1.5 TSI de 130cv e transmissão manual, com um preço pouco acima dos 37 mil euros.

O Tiguan é um verdadeiro sucesso de vendas para a marca alemã, que se prepara este ano para conhecer a sua nova geração. Ainda assim, achámos interessante uma última volta com este modelo, sobretudo por contar com uma receita tão tradicional como esta.

Ao contrário de alguns modelos, a versão “base” do Tiguan não aparenta sê-la, ou seja, conta com um aspeto já bastante aceitável, sobretudo se contar, como nesta unidade, com jantes de 18’’ polegadas e o pack que lhe confere as barras de tejadilho e frisos cromados. Assim, encontramos um exterior bem conseguido, já um pouco diferente dos atuais modelos da marca, mas que oferece uma imagem bastante robusta e fácil de gostar.



O mesmo se passa no seu interior, onde a qualidade e a sobriedade são palavras de ordem. Começando pela primeira, os materiais empregues estão num bom nível, assim como a solidez garantida pela montagem, dando uma sensação de passar com nota positiva ao teste do tempo. A sobriedade é conseguida graças a um modelo que já conta com alguns anos de mercado, o que lhe confere uma imagem menos digitalizada, o que para muitos poderá ser uma vantagem, já que a ergonomia ganha com isso.

Ao volante, encontramos uma posição de condução elevada, e é daí que podemos encontrar o opcional que mais se destaca no interior: falamos do Digital Cockpit Pro (543€), que é possível de configurar e oferece uma fácil leitura. Sentados igualmente nos bancos ergoActive, que valem cada um dos 683 euros pedidos pela Volkswagen, oferecem um bom conforto e suporte, assim como massagem para o condutor e ajuste elétrico do apoio lombar.

Voltando à ergonomia e funcionalidade, os principais comandos estão onde podemos esperar, com o sistema multimédia a contar com comandos físicos (ou hápticos), evitando deixar de prestar atenção à estrada; abaixo encontramos igualmente os comandos da climatização. A funcionalidade é garantida por vastos e amplos espaços de arrumação, para que tudo encontre o seu espaço a bordo.

Atrás, o espaço é suficiente para três adultos, mesmo que exista um túnel central. O conforto é igualmente garantido por confortáveis bancos (que são deslizáveis longitudinalmente), assim como pela saída de ventilação dedicada, apoio de braços e portas USB-C, igualmente opcionais (135€) mas que permitem que todos consigam carga nos seus gadgets.

Como seria de esperar, este Tiguan é um sucesso de vendas por ser um automóvel tão global nas suas qualidades, e isso é igualmente constatado quando abrimos a bagageira e acedemos aos 520l de capacidade (que podem ascender aos 615l, caso os bancos vão numa posição não tão confortável), um bom valor que, embora não esteja ao nível das mais tradicionais carrinhas (a Golf Variant tem 610l), é já um valor que não vai deixar um pai (ou mãe) de família dececionado.



Passando para a condução, este motor 1.5 TSI de 130cv é a motorização base para quem pretende um Tiguan. A sua arquitetura de quatro cilindros acaba por ser mais nobre do que aquela utilizada por alguns concorrentes com o mesmo nível de potência, tendo ainda a particularidade de contar com a desativação de 2 cilindros quando circulamos a velocidade estabilizada, para poupar o precioso combustível.

A transmissão manual de seis velocidades exige que recorramos por várias vezes, de forma a manter este motor gasolina no seu regime ideal, graças a um escalonamento mais longo. De qualquer maneira, mesmo não sendo a transmissão manual mais mecânica, é suave e fácil de operar. Graças à eficiência do motor e uma transmissão preocupada igualmente com os consumos, esses estão ajustados, com um valor final que se fixou nos 7,1l/100km, com possibilidade de, em autoestrada, conseguir valores abaixo dos 6l/100km.

Em termos dinâmicos, não se pode esperar uma adrenalina com 130cv, no entanto está ajustado ao modelo, não se sentindo “submotorizado”, no entanto para quem procura “um pouco mais”, o 1.5 TSI está igualmente disponível na variante de 150cv e transmissão DSG de sete velocidades, ainda que para isso peça em troca cerca de 5 mil euros mais.

Para quem gosta de uma transmissão manual, esse valor é bem empregue em opcionais, algo que este Tiguan tem uma larga escolha, o que faz aumentar o seu preço final. Esta unidade, que começou nos 37.436€, pedia em troca, após os opcionais, mais de 45 mil euros. Ainda assim, parece ser ajustado face à qualidade do Volkswagen Tiguan, que oferece igualmente um interior espaçoso e confortável, com a suavidade de uma motorização gasolina e a “tradição” de uma transmissão manual.

Concluindo, é caso para dizer que quando a base é boa, não há que ter medo das versões base. Este Tiguan ainda poderá “estar para as curvas” para quem procure um SUV familiar com as propriedades essenciais. No entanto, se procurar mais tecnologia, durante este ano chegará a nova geração, bem mais digitalizada.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!