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Fast Forward: Honda Civic Sport Hybrid

Fast Forward: Honda Civic Sport Hybrid
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“A outra face”

 

Após um primeiro contacto com a 11ª geração do Honda Civic na sua desportiva versão Type-R, que se destacou como um dos automóveis que mais impressionou em 2023, chegou a vez de estar ao volante do Civic Hybrid, a “outra face” deste familiar de segmento C, que busca mais a eficiência dos consumos do que eficácia das velocidades elevadas de passagem em curva do seu “irmão mais radical”.

 

Quais a principais vantagens do Civic Hybrid?

Esta nova geração do Civic surgiu totalmente revigorada e, ao contrário das anteriores gerações, menos futurista. Com um look exterior agradável e moderno, conta com um interior bastante espaçoso e muito fácil de conviver, graças a uma boa ergonomia dos comandos, que junta a isso uma boa qualidade, quer de materiais, quer de construção.

A posição de condução é boa, a visibilidade também, enquanto atrás há espaço para sentar três ocupantes, sendo dois o número ideal. A bagageira é outra das suas mais-valias, com uma capacidade de 410l e abertura ampla, graças ao seu formato fastback.

Para além disso, conta com um comportamento eficaz, que faz boa “equipa” com um conjunto híbrido bastante poupado.

 

Boa, é poupado, mas como é que o sistema funciona?

Este híbrido é “o único sabor” para quem compra um Civic. (Se esquecermos, claro, o Type-R).

Aqui numa parte mais teórica, este “full hybrid”, que embora não recorra a cabos de carregamento, consegue percorrer alguma distância (não muita) em modo 100% elétrico. Quando necessário liga o motor 2.0l a gasolina, com quatro cilindros.

Esse motor, que debita 145cv, dá potência através de um gerador a um outro motor, desta vez elétrico, com 184cv e 315Nm, que é o que dá potência às rodas, na maior parte das vezes. A energia é armazenada numa pequena bateria de 2,1 kWh.

Na prática existem três modos de funcionamento. O 100% elétrico, que em condução suave, baixa velocidade ou no arranque, move este Civic em modo elétrico; a segunda é de híbrido em série, ou seja, com o motor a gasolina a fazer mover o gerador, que por sua vez envia a energia para o motor elétrico de forma a mover as rodas dianteiras.

O último modo é utilizado a velocidades mais elevadas, com o motor a gasolina a “ligar-se” às rodas dianteiras.

Pode parecer confuso, mas os consumos baixos oferecidos por este Civic Hybrid mostram que é eficaz. A média final ficou nos 4,2l/100km, com valores de 3,6l/100km a serem possíveis de ser feitos em cidade, ou pouco acima de 5l/100km em autoestrada, local onde os híbridos não são tão eficazes. As patilhas de seleção de regeneração ajudam a garantir valores reduzidos.



A condução é envolvente?

A resposta é positiva. Por vários fatores. Primeiro, a direção é direta e fácil de “ler”, contando ainda com uma boa posição de condução, o que ajuda também na tarefa de nos divertirmos ao volante. Depois, contamos com um chassis bem plantado, graças a uma suspensão independente às quatro rodas, o que permite limites mais altos, algo a que os pneus Michelin Pilot Sport 4 também ajudam. Tudo isto é ajudado ainda por uma bem conseguida afinação de suspensão, sendo ainda capaz de um amortecimento controlado e confortável, graças também a uma distância entre eixos mais longa.

É importante ressalvar ainda o funcionamento da transmissão eCVT, que simula passagens de caixa, o que ajuda a uma maior envolvência na condução, ainda que seja apenas “artificial”.

O cronómetro também se juntou à festa para confirmar as sensações dadas. Embora não seja (nem queira ser) tão rápido quanto o Type-R, este Civic Hybrid não se pode chamar de lento, demorando menos do que os 7,8s dos 0-100km/h apresentados na sua ficha técnica, oferecendo igualmente recuperações rápidas, algo que poderíamos não estar à espera numa proposta como esta.  

O que é que poderia ser melhor?

Começamos pelo preço, com este Honda Civic a não ser uma proposta que se possa chamar de acessível, devido ao seu preço de 44.750€ nesta versão Sport. No entanto, temos que ter em conta o equipamento de série, a potência e o preço “chave na mão” que a Honda pratica.

Depois disso, existem outros “pequenos pormenores”.

Na versão Sport contamos com um painel de instrumentos de 7” que não é totalmente digital, ainda que apresente uma leitura fácil, “problema” corrigido na versão Executive, com um ecrã de 10,2”. O sistema ativo de permanência de via, é por vezes demasiado intrusivo. Por último, contamos com um raio de viragem algo largo.

O Honda Civic Hybrid é o carro ideal para mim?

A 11ª geração do Honda Civic é uma das melhores de sempre. Embora não conte com o destaque de outrora, esta geração está mais global do que nunca, com um aspeto exterior mais sóbrio e fácil de gostar, um interior com qualidade e um sistema híbrido bastante eficiente. O seu preço pode ser algo elevado face à concorrência, mas o modelo falha em muito pouco, podendo ser o automóvel ideal para muitas famílias que conjugam os percursos citadinos, com tiradas em autoestrada, mas para os quais não é lógico (nem prático) o carregamento por cabos.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!