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“Faz da cidade uma selva premium” – Audi A1 Allstreet 30TFSI S Tronic em Teste

“Faz da cidade uma selva premium” – Audi A1 Allstreet 30TFSI S Tronic em Teste
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“Premium para (quase) todos”

 

A Audi tem no A1 uma alternativa premium de segmento B, onde existem poucos verdadeiros rivais para esta proposta. A aposta da marca alemã é ainda mais lógica (e rentável) ao utilizar a plataforma MQB A0, a mesma que serve de base aos modelos mais “generalistas” do Grupo VW, conseguindo desta forma oferecer uma entrada no “mundo dos quatro anéis”. Teste à variante AllStreet, equipada com o motor 30TFSI de 110cv e transmissão S Tronic de 7 velocidades.

O Audi A1 de segunda geração, lançado em 2018, disponível na variante 5 portas (ou Sportback como a Audi lhe chama), este que é igualmente um “sucessor espiritual” do Audi 50 (que para quem não sabe era fortemente baseado no VW Polo), conta com dimensões compactas, graças a um comprimento que é em pouco superior aos quatro metros, contando, ainda assim, com detalhes que não se medem aos palmos.

Na sua variante Allstreet (que já se chamou Citycarver), o Audi A1 recebe um “tratamento crossover”, passando a contar com uma altura ao solo incrementada em 35mm e vários elementos estéticos que lhe conferem uma imagem mais robusta e aventureira, para além de uma grelha dianteira que apresenta um diferente padrão.

Na restante componente estética, o Audi A1 está bem integrado na gama, contanto com os elementos necessários para ser rapidamente reconhecido como tal, graças às suas formas, vincos e elementos onde se inclui, claro está, a sua grelha singleframe, o ponto de maior destaque na dianteira, o que lhe confere desde logo um certo estatuto premium.



Abrindo as portas, encontramos um habitáculo com uma boa apresentação, contando igualmente com elementos que nos fazem lembrar outras propostas da marca, sem renegar a jovialidade necessária para este modelo. Sobre isso, a Audi permite ainda uma elevada personalização no interior, para que o A1 “assente que nem uma luva” a cada cliente.

Esta unidade contava com o opcional Pacote Interior S line, que inclui os bancos desportivos em pele e tecido, bem como elementos decorativos em cinzento e forro do tejadilho em preto, o que eleva o interior deste segmento B a um novo patamar.

No entanto, embora a apresentação seja boa à vista, assim como a montagem, os materiais não são, como seria de esperar, tão agradáveis ao toque, sendo maioritariamente rijos na zona inferior, bem como nas portas.

Tal como isso, é normal que o espaço a bordo seja apenas suficiente para quatro, com o quinto passageiro a ter de fazer algum esforço para se sentir confortável. A bagageira conta com 335l, estando na média do segmento. Podemos dizer que chega para as necessidades de alguém que opte por uma proposta mais utilitária como esta.

Passando para a condução, este Audi A1 Allstreet contava com o propulsor 30 TFSI com transmissão S tronic. Para quem pretende manual, também tem essa hipótese, porém perde 15cv (25 TFSI) e recebe em troca uma transmissão de cinco velocidades.

Portanto, esta será a melhor escolha, ainda que implique um investimento extra de três mil euros. Esta é apenas uma das muitas escolhas que farão o preço final subir.

Mas quanto a isso já lá vamos…

Ao volante, o Audi A1 transmite boas sensações, exibindo uma boa dinâmica, de reações precisas, bem como uma capacidade de rolar sem quaisquer problemas em distâncias mais longas. O motor com 999cm³ não é um poço de força, mas está em linha com o que podíamos esperar de uma proposta como esta, com a transmissão S tronic (na maior parte das vezes) a ajudar a que este esteja no melhor regime possível. As patilhas no volante (e o comando sequencial no seletor) permitem a utilização de um modo “manual” para quando queremos explorar a dinâmica deste pequeno Audi.



É explorando-a que encontramos um chassis que é igualmente rígido, que lhe garante uma elevada estabilidade em condução mais despachada. Em termos de altura ao solo, os 35mm não fazem uma relevante diferença neste campo, assim como em fora de estrada, já que é uma questão mais estética do que verdadeiramente prática. No entanto, em cidade, podemos subir passeios mais altos, assim como abordar as rampas mais íngremes com mais confiança, ou seja, sem correr (ou ganhar) riscos.

Em termos de consumos, em circuito misto conseguimos aferir uma média de 6,5l/100km, não muito longe do anunciado pela marca.

E por falar em números, é no preço que o Audi A1 tem o seu “calcanhar de aquiles”.

A gama A1 Allstreet começa nos 28.150€ para a motorização 25 TFSI de 95cv, “subindo” para os 31.158€ desta 30 TFSI S tronic. Basta escolher alguns opcionais para ver o valor subir até aos 36.970€ da unidade em ensaio que, ainda assim, contava com a falta (notória) de faróis LED, que melhorariam a visibilidade em condução noturna face aos de halogéneo que equipavam esta unidade.

Como conclusão, o Audi A1 é uma porta de entrada para o “Mundo Audi”, mais do que suficiente para quem faz da cidade o seu principal caminho. A versão Allstreet confere-lhe um cunho mais aventureiro, com a praticabilidade de contar com uma altura ao solo ligeiramente superior, sem perder a capacidade dinâmica. O motor de 110cv é suficiente para o conjunto, e aliado com esta transmissão de dupla-embraiagem revela-se a melhor escolha para uma utilização mais despreocupada. Como pontos menos positivos temos o espaço a bordo, embora isso já fosse esperado, bem como o preço final, que é muito prejudicado por uma extensa lista de opcionais. A primeira, é o normal do segmento, a segunda é o preço a pagar por ser premium.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!