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Teste Completo: Peugeot 308 GT Pack Hybrid 180

Teste Completo: Peugeot 308 GT Pack Hybrid 180
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“Upgrade de classe”

 

A Peugeot afirma, de alguns anos para cá, que quer ser uma marca generalista premium. Agora, com a nova geração do Peugeot 308, prova que é capaz disso e até mais. O novo pequeno familiar da marca gaulesa evoluiu bastante face à anterior geração, muito perto de se revolucionar, mas que não chegou a cometer esse erro. Para este primeiro teste, recolhemos a chave do Hybrid de 180 na versão GT Pack, a mais equipada.

 

Exterior

Para um construtor automóvel, é muito importante atingir uma imagem de marca forte. No caso deste novo 308, a Peugeot conseguiu criar uma imagem de continuidade face à anterior geração, conferindo-lhe os cânones das mais recentes propostas da marca, como é o caso dos grupos óticos dianteiros com os elementos LED verticais, assim como os farolins traseiros mais esguios.

Mas demonstrando a importância do 308 para a marca gaulesa, a Peugeot aproveitou este modelo para estrear o seu novo logo, com uma clara inspiração naquele que foi usado durante a época de 60 do século passado. As suas proporções são agora mais atléticas, com um comprimento que aumentou 11cm, mas com uma altura que diminuiu, o que graças a um pilar B recuado, frente mergulhante e uma linha de cintura bem evidenciada, juntam uma imagem mais desportiva e dinâmica, aos detalhes e superfícies vanguardas conseguidas pela equipa de design da marca, ainda que esta cor Preto Perla Nera não seja a melhor para descortinar os detalhes deste novo 308.

As versões GT e GT Pack destacam-se pelos detalhes mais desportivos no exterior, como é o caso dos para-choques exclusivos, assim como saias laterais, um diferente padrão na generosa grelha dianteira e os logos colocados na lateral junto às jantes de maiores dimensões, que no caso deste GT Pack recebem um tratamento que as torna mais escurecidas.



Interior

É no interior que se nota o incremento de qualidade desta proposta, que obviamente não largou a filosofia i-Cockpit, que surgiu inicialmente no Peugeot 208 lançado em 2012 e que já conta com mais de 7 milhões de utilizadores. Agora, o novo Peugeot 308 junta o volante de pequenas dimensões com a instrumentação digital e tridimensional, tal como já utilizada no 208 e 2008, ainda que aqui seja mais personalizável.

Essa é também uma palavra muito importante, já que o Peugeot estreia um novo sistema multimedia, que marca um importante salto no que à tecnologia diz respeito. Para além das generosas dimensões e boa qualidade de imagem, o software foi renovado e permite um ajuste quase total de onde queremos os ícones colocados, de forma a tornar a convivência com este modelo mais fácil no dia-a-dia. Não satisfeitos com isso, a Peugeot, para além das teclas físicas que nos dão acesso a vários atalhos, contamos ainda com os “i-Toggle”, outra faixa de ecrã que nos permite escolher os nossos próprios atalhos, uma inteligente solução que melhora muito a funcionalidade do sistema. O sistema de som Focal também merece destaque, contando com 10 altifalantes, complementados por um subwoofer e um amplificador de 12 vias que ascende aos 690 watts de potência.

Ponto a favor, igualmente, para as arrumações a bordo, que permitem albergar dois smartphones de dimensões generosas, seja no local de carregamento por indução, seja no outro local colocado mais abaixo. O apoio de braços central conta também com um local de arrumação, assim como dois suportes de copos na consola central, que pode ser escondido evitando deixar pertences à “vista desarmada”.

Ainda no interior, os bancos dianteiros contam com uma excelente dose de apoio e conforto, contando agora com a norma AGR, para além de massagem e aquecimento, algo que o Peugeot 308 passa também a contar no volante.

Nos lugares traseiros, o Peugeot 308 acaba por apresentar um espaço muito idêntico ao da anterior geração, sendo confortável para viajar com dois adultos de forma confortável. Ainda para os passageiros traseiros, a Peugeot dotou o 308 com saída de ventilação própria, assim como ficha USB-C e apoio de braço central, com abertura própria para “porta-ski”.

No que à bagageira diz respeito, o Peugeot 308, nas versões térmicas convencionais, conta com 412L de capacidade. No caso destes Hybrid, o valor decresce para os 361L de volumetria, devido à colocação da bateria. Assim, aproveitamos para passar para a condução.



Ao volante

Como dito acima, este teste foi feito com a versão Hybrid de 180cv, que é fruto da junção entre o motor 1.6 PureTech, aqui na variante de 150cv, e o motor elétrico de 81kW. A bateria de 12,4kWh apresenta uma autonomia de 60km quando a carga está completa.

A base modular EMP2, a mesma que é utilizada pelo DS4 e pelo Opel Astra que se prepara para chegar ao mercado, mostra uma vez mais a sua capacidade de acolher motorizações multienergia, ou seja, capaz de albergar uma solução BEV, para além dos motores térmicos ou soluções híbridas, como é o caso da unidade em ensaio.

Sentado no lugar do condutor, é fácil encontrar uma posição de condução confortável, principalmente se for fã da solução de volante pequeno que a Peugeot apresenta, mas é também aí que encontramos o primeiro problema deste novo 308. Isto porque o pequeno volante é um obstáculo para que seja visto na sua totalidade o belo painel de instrumentos que acredito que a Peugeot tenha perdido muitas horas a desenvolver.

É quase como ter um lindo quadro numa parede lá de casa, mas tapar parte dele com um móvel…

Tirando isso, em andamento o Peugeot 308 mostra desde logo um pisar irrepreensível, com um bom balanço entre forte aderência, mesmo em ritmos mais elevados, com boas reações de carroçaria, sempre como se estivesse pronto para mais. Mas também a tolerar o mau piso, um verdadeiro bom trabalho feito pelos engenheiros. Este conjunto de 180cv parece ser suficiente para puxar os 1678kg do novo 308, ainda que falte um contacto com a versão mais potente de 225cv, que pede em troca mais 1500€…

Em termos de consumos, esta proposta torna-se também muito apetecível, com os primeiros 100km, a serem feitos com carga completa, a ficarem nos 2,9L/100km. Um teste mais extenso, com 600km feitos de uma só vez, com apenas uma carga, terminaram com 5,3L/100km, o que prova que mesmo quando é necessário fazer viagens, este Peugeot 308 Hybrid está pronto, enquanto durante as voltas diárias, pode estar dias sem ingerir uma única gota de gasolina, cada vez mais preciosa.

O outro ponto que exige algum hábito é o travão, o que não é caso único deste Peugeot 308, mas algo que encontramos em soluções PHEV como esta, com alguns “pulses” de travão a tornar, por vezes, a travagem pouco suave.



Conclusão

O Peugeot 308 é um verdadeiro herdeiro para continuar o bom trabalho feito pela anterior geração. Com um estilo exterior evolutivo que revolucionou em detalhes, como é o caso do logotipo, apresenta uma maior qualidade, um verdadeiro compêndio tecnológico, assim como um pisar e conforto acima da média. A sua escolha de motores (gasolina, diesel e híbrido) permite que exista o 308 “ideal” para cada um. Para mim, era o GTi, mas quanto a esse, o melhor é esquecer a ideia…

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!