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Toyota Supra 2.0 Legacy é a entrada no “Mundo Supra”

Toyota Supra 2.0 Legacy é a entrada no “Mundo Supra”
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“A porta de entrada”

 

Em alguns mercados, que não a Europa, o Toyota Supra está disponível com um motor aspirado com 197cv; por cá, a entrada no “mundo Supra” é feita através deste motor 2.0 litros Turbo com 258cv. Voltámos ao volante do desportivo da marca japonesa, na versão Signature.

O reencontro com o Supra é quase como se fosse o primeiro. As suas linhas desportivas – quase conceptuais – continuam a impressionar, seguindo todas as “regras” de proporções que devemos encontrar num automóvel deste tipo, compacto com capot longo, “ancas” bem definidas, bem largo e baixo. Face ao GR Supra com motor 3.0L 6 cilindros, este 2.0L não perde quase nada no capítulo estético, apenas as jantes os diferem, passando aqui a contar com 18’’ polegadas e umas ponteiras de escape mais comedidas na sua dimensão.



O interior é o cockpit a que estamos habituados, com uma elevada qualidade e uma divisão bem evidente entre “piloto e co-piloto”, só dois se sentam a bordo deste Toyota Supra. A posição de condução não merece reparos, com as pernas bem esticadas (ideal até para conduzir com os dois pés, mesmo que este seja automático) e um volante com ampla regulação. Neste interior há, no entanto, reparos. O primeiro vai para a ausência do sistema Apple CarPlay e Android Auto, algo a que já estamos habituados em todas as propostas da marca. Porém, o sistema de infotenimento (vindo da BMW) é muito completo e conta com uma boa fluidez e resolução.

Continuando no interior, as bacquets contam com um apoio suficiente, mesmo para uma condução mais inspirada, podendo apenas ter um maior apoio na zona das pernas, não dando a possibilidade de inclinar a base do assento. Atrás destes, contamos com uma bagageira que não tem divisão para o habitáculo, ideal para um fim de semana a dois, contando com 290L de capacidade. Para aceder, apenas carregando num botão dentro do habitáculo… ou na chave.

Ligando o 2.0L, o som é também agradável, emanando logo uma sensação de desportividade, muito importante numa proposta como este Supra. Todos os nossos sentidos são despertos, quando carregamos no botão Start. Ao contrário do 3.0L, que conta com transmissão manual de seis velocidades, o Supra 2.0L está disponível apenas com transmissão automática de oito velocidades que, mesmo que não conte com uma interação “homem-máquina” tão forte, pauta por uma grande rapidez de passagem sem perdas de potência. Eficácia é com ela. Para se ter noção, os 0 aos 100km/h são conseguidos em 5,2s, “apenas” mais 0,6s que o 3.0L com a nova transmissão manual.

O modo manual funciona bem, principalmente usando o seletor, já que as patilhas podiam ser de maiores dimensões e, dessa forma, juntamente com o modo Sport, explorar melhor o potencial do Supra. O controlo de tração e estabilidade pode ser desligado parcialmente ou totalmente. No meio está a bonança, já que é suficientemente permissivo para quem se quer divertir, mas que nos salva de forma a não deixar o Supra com outras formas que não aquelas desenhadas pela equipa de design da marca nipónica.



Isto porque o Toyota Supra é um pouco hiperativo nas suas reações, é um carro que precisa de bom piso para ser explorado ao limite. A frente, por vezes, parece não tão incisiva quanto esperamos e quando ganha o grip necessário, a traseira ganha vida. Nessa altura é fácil de controlar, mas algo “brusca” na altura de se endireitar novamente e atacar a próxima curva. Não é um defeito, é mais uma questão de feitio. Se querem fazer derivas mais elegantes e prolongadas, o GR86 é a proposta a escolher.

O Supra é feito de outra fibra, é feito para ser rápido e eficaz, que pede que a sua condução perto do limite seja focada para oferecer o máximo.

Essa fibra tem um preço que, por 67.150€, é 17.300€ mais elevado que o GR86, o outro coupé de tração traseira da marca, esse com transmissão manual. Aqui é mesmo uma questão de escolha, se quer uma opção mais purista ou uma mais futurista, como é o caso deste Supra. As suas vantagens estão num motor que, mesmo sendo 2 litros, impressiona pela sua disponibilidade, com os 258cv a serem bem geridos por uma transmissão automática sem mácula.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!