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Teste ao renovado (e ultra-eficaz) Honda Civic Type-R

Teste ao renovado (e ultra-eficaz) Honda Civic Type-R
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“Sem espinhas”

 

De novo ao volante do Honda Civic Type-R, agora renovado, volto a sentir uma capacidade atlética – se assim se pode chamar – acima dos seus rivais. Porque me impressiona tanto?

 

Esteticamente, o Honda Civic Type-R FK8 pouco mudou, apenas o parachoques dianteiro teve um pequeno retoque estético onde apresenta agora uma maior abertura para o novo radiador. O seu estilo (muito) japonês e agressivo continua a ser alvo de atenções, mesmo após 4 anos de mercado, graças a elementos como as três saídas de escape centrais, as jantes de 20 polegadas ou pela massiva asa traseira.

No interior, também existem diferenças. O volante conta com o mesmo desenho, mas é agora envolto em alcantara em vez da tradicional pele, enquanto a pega da (excecional) caixa manual de seis velocidades recebe agora um novo punho, ainda mais ergonómico. Na parte tecnológica, o sistema multimédia passou a contar, tal como os Honda Civic “normais”, com botões físicos que ajudam a navegar entre menus.



As bacquets vermelhas permanecem iguais, num interior onde o espírito “Racing” está bem presente, numa posição de condução que está isenta de reparos. Embora seja mais complicado de convencer “lá em casa”, graças ao seu aspeto exterior que não esconde “ao que vem”, o Honda Civic Type-R é o desportivo de segmento C mais espaçoso que se pode comprar (ainda que só sente quatro passageiros), com um amplo espaço traseiro e uma bagageira de 420L de capacidade.

Agora resposta à questão: “Porque é que o Honda Civic Type-R me continua a impressionar?”

Existe aqui uma mescla de três elementos que tornam o Civic Type-R numa verdadeira máquina de corridas, algo que não me sinto a exagerar quando digo. Comecemos pelo chassis, muito equilibrado e com uma “obsessão” por não largar o asfalto, com um pisar que, mesmo em mau piso, faz de tudo para que o pneu não deixe de estar em contacto com o solo. Ainda mais agora, no restyling, com o modelo a ter ajustes na suspensão que consegue estar mais competente “no limite”, mas também mais confortável quando apenas queremos fazer a nossa vida de dia-a-dia.



Depois disso temos um motor “cheio”, o 2.0 VTEC Turbo, que não teve aumentos de potência, mas não é problemático quando temos 320cv disponíveis assim como 400Nm de binário disponíveis entre as 2500 e as 4500rpm. No cronómetro são necessários 5,8s para chegar dos 0 aos 100km/h, até atingir os 272km/h anunciados pela marca. Mas a acompanhar este poço de força está o elemento que liga melhor tudo isto, a transmissão manual de seis velocidades, que tem um tato absolutamente irrepreensível, mecânica, agora com curso ainda mais curto. Esta está bem escalonada e sabe tirar o melhor “sumo” deste conjunto.

O consumo é claramente proporcional ao uso. Numa toada normal, é possível conseguir médias em circuito combinado abaixo dos 8,0L/100km. Se o objetivo é explorar as potencialidades, acima de 10L/100km é uma realidade constante.

Mas quando chegamos a esses valores é quando voltamos a constatar o seu comportamento dinâmico frenético, num automóvel que deveria ser conduzido e explorado por todos. A sua direção informa o que se passa com as rodas dianteiras, dando confiança, num chassi que praticamente não apresenta rolamento. O motor “enche-se” de força e faz-se ouvir melhor agora, graças ao sistema Active Sound Control (nos modos Sport e R+), o que nos faz sentir que estamos mais numa prova de WTCR em Vila Real do que a caminho de um centro comercial.

Para além de tudo isso, o Civic Type-R continua a oferecer uma sensação constante de querer agarrar toda e qualquer partícula de asfalto, o que o ajuda ainda mais a “catapultar” até à próxima curva. Mas é aí, na travagem, que encontramos outro melhoramento importante, graças aos discos bimatéria, mais leves e que passam a garantir paragens mais imediatas, com menor fadiga.

Quanto a preços, o Honda Civic Type-R GT está disponível desde 53.690 euros.

Este é um dos automóveis que se adora ou se odeia a nível estético, uma escolha que não é ideal para quem quer passar despercebido. Mas todo este aspeto tem uma justificação que é dada pelo seu comportamento e prestações. Depois, para os que odeiam, acredito que depois de conduzir o tolerem um pouco mais…

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!