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Já “atacámos” Lisboa a bordo do novo Citroën Ami

Já “atacámos” Lisboa a bordo do novo Citroën Ami
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“Agora, algo completamente diferente…”

 

Este é o Citroën Ami, talvez uma das mais importantes “coisas” a verem a luz do dia nos últimos anos no que toca a objetos com rodas. Repararam? Não chamei o Ami de automóvel, porque na verdade ele não o é; é um quadriciclo fabricado por uma das mais inovadoras marcas automóveis, a Citroën, que mais uma vez volta a “agitar” o mercado depois de modelos como o DS ou o 2CV.

Este é um objeto de mobilidade na cidade, uma alternativa às trotinetes e bicicletas elétricas ou mesmo às scooters (quantos já não vimos pais preocupados porque o seu filho anda em duas rodas?). O Ami pretende ser mais seguro do que essas soluções, mais confortável (principalmente quando chove, ou está um frio ou calor insuportável quando o nosso corpo é a carroçaria), assim como limpo, graças à sua propulsão 100% elétrica.

Ora bem, debaixo da sua “carapaça” que tem sempre a mesma cor, o Ami conta com um motor de 6kW (o que equivale a 8cv) e uma bateria de apenas 5,5kWh, capaz de fazer 75km. O que em cidade é bastante. O seu peso é de apenas 458kg sem condutor. Essa leveza também é conseguida por umas dimensões verdadeiramente diminutas: 2,41m de comprimento e menos de 1,5m de largura. Ou seja, bem mais pequeno que um certo automóvel de uma marca que começa por S e acaba em art…

Entrando no pequeno Citroën, pela porta do condutor que abre no sentido inverso da do passageiro, encontramos um espaço que impressiona. O banco do condutor é regulável longitudinalmente, enquanto o do passageiro é fixo, numa posição mais recuada, de forma a dar espaço a bagagens que vão debaixo do pequeno tablier. Dá para uma mala de cabine.

Muito simples, o comando para selecionar D,N ou R está situado no banco do condutor, à esquerda, com o travão de mão na posição normal. Botões? Apenas os dos quatro piscas, o desembaciador ou o da ventilação. Instrumentos? Sim. Temos a velocidade, o sentido para que vamos a andar e a autonomia. E chega.

O Ami é para ser prático, e isso vê-se em mais elementos no seu interior, como os packs que se podem adquirir para complementar o habitáculo, ou mesmo a abertura dos vidros lateral, bipartidos. Para se ter noção, o Ami é composto por apenas 250 peças, o que lhe garante, para além dessa simplicidade, um preço baixo sobre o qual falaremos no final.

Primeiro, a condução.

Conduzir um Citroën Ami é uma experiência, no mínimo, diferente. No entanto, é mais fácil para um condutor que nunca guiou uma moto passar para este novo modelo francês do que para uma scooter. É um “carro”, só que com metade das dimensões.

Não há ruas estreitas que sejam impossíveis para o Ami, são verdadeiras avenidas para a pequena solução de mobilidade da marca do grupo Stellantis. A sua potência não é entregue de forma explosiva, mas ainda assim consegue ser o “rei dos semáforos”. Importante apenas lembrar que a sua velocidade é limitada… a 45km/h.

Isto permite que um jovem com 16 anos e com carta B1 possa conduzir o Ami, poupando cabelos brancos aos pais. Esquecendo a limitação de velocidade, que na verdade só se faz sentir em alguns locais de lisboa, no meio do trânsito lento da capital o Ami move-se com uma desenvoltura que não associamos à sua humilde ficha técnica.

A suspensão “amortece” algumas irregularidades, outras são o nosso próprio corpo; a direção não é assistida mas também é necessário, já que com rodas “fininhas” e um peso tão leve, só prejudicaria a condução… e o preço.

As rodas bem nos quatro cantos permitem que o Ami curve sem problemas, composto como talvez não esperaria. Para além disso, a brecagem é uma das suas mais-valias, ideal para as inversões de marcha mais rápidas. A visibilidade é uma das suas outras grandes vantagens, há uma visão (praticamente) sem ângulos mortos, com um teto panorâmico que dá uma generosa dose de luminosidade ao habitáculo.

Agora, para banda sonora o Ami não tem sistema de som nem rádio, mas tem um local para a coluna Bluetooth, o que é ajudado pela acústica do próprio Citroën que faz um “eco” típico de um automóvel que não teve muitos problemas em insonorização.

Vamos a números.

Para carregar este Ami, numa ficha normal leva 3 horas a chegar dos 0 aos 100%, em opção pode ser adquirida uma ficha própria para os postos “fora de casa”. Em termos de preço, o Citroën Ami começa nos 7.350€ para o Ami Ami, passando para os 7.750€ para o My Ami que permite ao proprietário decorar este “objeto de mobilidade” em quatro diferentes tons (Azul, Laranja, Khaki ou Cinzento), depois passamos para o My Ami Pop com um estilo mais racing, e o My Ami Vibe, com um espírito mais aventureiro, com valores de 8.250€ e 8.710€ respetivamente.

Para quem tem uma empresa na urbe, o My Ami Cargo pode ser uma solução interessante, que por 7.750€ oferece uma proposta comercial com um volume de carga adicional graças a ter só um lugar. São 400L de capacidade que chegam praticamente a todo o lado.

As compras podem ser feitas totalmente online (ou no concessionário), com o cliente a poder escolher a entrega no concessionário de forma gratuita ou mesmo em casa, com a explicação de um técnico da marca por 200€. O modelo também pode ser encontrado nas lojas FNAC.

No final, este é uma imagem do que poderá ser o futuro da mobilidade. Não é uma proposta perfeita? Não, mas é um começo para isso, com a Citroën a não ter tido medo de arriscar. Resta saber a sua aceitação, que deverá ser mais notória quando começar a estar disponível numa espécie de aluguer ou leasing, como já é feito no seu mercado doméstico…

Para breve, o Citroën Ami regressará ao MotorO2 para uma aventura muito especial.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!