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Regressei aos comandos da Honda X-ADV antes das férias

Regressei aos comandos da Honda X-ADV antes das férias
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“A paixão segundo o Rodrigo da X-ADV”

 

Nunca devemos dizer nunca, é verdade. Mas se há algo que quase certamente poderei dizer é que “nunca irei gostar tanto de motos como de automóveis”. A razão é simples, os automóveis são algo que me acompanhou desde criança, enquanto que as motos não é tanto assim.

Pois bem, desta vez e não de forma inédita, voltei a pedir a X-ADV à Honda, e acho que desta vez a “picada” das motos meteu o ferrão um pouco mais fundo.

Vozes tradicionalistas poderão dizer que me apaixonei pela moto errada, uma espécie de scooter que se cruzou com uma Africa Twin; ou que por não ter “mudanças” não é uma moto a sério. Tudo bem, eu respeito. Também não sou fã de SUV no campo dos automóveis. Não é por isso que nos chateamos.

SUV, isso é talvez a melhor maneira de caracterizar esta proposta da Honda. Uma moto mais fácil de viver, com muitas das facetas práticas das scooter, mas com a aventura digna de uma Adventure. No papel não falha.



Refrescando a memória, esta moto é pesada. Sim, muito pesada, são 238kg os que se acusam na balança, ajudados por um motor bicilíndrico, “sete e meio” com 55cv. Parece pouco? Sim, no papel parece.

Este é um motor pouco rotativo, gosta mais de oferecer disponibilidade a mais baixas rotações, usando para isso a transmissão DCT. Como aquelas dos automóveis, uma Dupla Embraiagem, com seis relações com vários modos de condução. Drive, para quem como eu gosta de relaxar, ou os modos S, são três, e permitem que cada mudança se “estique” mais um pouco. Também usei, não vou mentir.

Para além disso, existem ainda seletores manuais, de forma a que ainda sejamos nós os comandantes desta moto.

Mas porque raio falei de paixão?

Porque uma vez mais entendi algumas coisas sobre andar de moto. Corro o risco de me tornar repetitivo, mas este fim de semana que me dediquei a fazer centenas de quilómetros, deu-me a vontade de partir para a aventura. O que até agora ainda não tinha acontecido. Durante estes dias também fui a locais onde não tinha ido, e acedi a outros que durante o verão não conseguimos chegar de carro. O sentimento que tive foi de liberdade. A liberdade é uma coisa ótima, tenho de referir.

Lutámos por ela, fizemos revoluções. Mas esta, que sinto, é interna. Não é uma liberdade como aquela que senti aos 18 anos quando tirei a maravilhosa carta B1 de carro, não. Esta é uma outra liberdade, é um ensinamento que a cada quilómetro aumenta e me faz aprender. É uma maneira diferente de ver as coisas.

E é disso que somos feitos, de experiências.

Porquê a X-ADV? Porque achei que precisava de me concentrar na experiência, no absorver de cheiros e sons, de novos ângulos que de carro não consigo enxergar, e para isso uma transmissão automática é a melhor amiga. Depois, a parte Adventure, que me permitiu ver o pôr-do-sol, para lá de onde o asfalto me permite ir. Sim, já lá fui de jipe, mas aqui tive de pensar, e de lutar um pouco mais.



A Honda X-ADV parece uma daquelas “pedradas no charco” certeiras, é uma moto que se estranha, mas depois se entranha. O seu conforto nos largos quilómetros conquistou-me, nunca tive vontade de colocar uma mudança que fosse (perdoem-me os puristas), e senti que podia conviver com ela aos domingos de manhã, numa volta pela serra como dei, ou uma ida aos cabos para ver o final do dia.

Enfim, compreendo. Contudo, regresso ao início. Automóveis são a minha verdadeira essência, a minha praia, mas as motos até que podem ser a minha piscina ou aquele ‘barzinho‘ de final de tarde. Um complemento para quem é apaixonado por motores, pelo ruído e pelos cheiros.

Tudo isto que vos contei foi conseguido com consumos baixos, num depósito que deu para os gastos. Foram apenas 3,5L/100km, a média que esta moto me apresentou no seu quadrante, que por acaso é inspirado na próxima moto que quero experimentar… a Africa Twin. Agora sim, estou preparado, vamos ver é se o “bicho” ainda não me “pica” mais fundo.

Agora, aproveito para vos dizer que vou de férias, mas vou de carro.
Até para a semana!

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!