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FIAT 500C Dolcevita

FIAT 500C Dolcevita
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“Transformar um dia mau”

Era uma quarta-feira, estava nublado, com o céu escuro a ameaçar chuva, o trânsito começava a acumular-se, e eu chego à FIAT para levantar (mais) um 500C. Não foi o primeiro, e não deverá ser o último. Mas este foi, talvez, o que mais gostei. Tudo por uma questão emocional, que a comunicação da marca trabalhou muito bem, pelo menos no meu caso.

Dolcevita de seu nome, tem a tarefa de comemorar o 62º aniversário do modelo, assim como comemorar a “dolce vita italiana dos anos 60”. Assim sendo, remete-nos para as praias italianas, e foi para aí que fui “teletransportado”.

Porque é em Janeiro que me começa a dar saudades das férias de verão, e nestas férias passei, graças à minha “pequena volta de carro”, em Portofino, uma aldeia que continua a ser piscatória, mas que se converteu ao turismo. Situada na Riviera Italiana, é o símbolo da ‘dolce vita’ italiana e, por isso, é a “cara” deste FIAT 500C Dolcevita. Bem, isso seria possível caso ele tivesse essa capacidade antropomórfica, como não tem, posso apenas afirmar que este pequeno espécime ficaria lá muitíssimo bem.

Fez-me lembrar as férias graças ao seu exterior que se destaca pela sua capota em tecido azul, com riscas brancas, o que faz lembrar as típicas cadeiras de praia, em pano, daquelas praias. Para além disso, o seu exterior conta com uma dupla linha em vermelho (que também está dissimulada na capota), assim como exclusivas jantes diamantadas com acabamento da mesma cor da carroçaria e espelhos em cromado, que brilham (se houvesse um sol a ajudar).



A carroçaria, essa brilha sempre, alegrou logo o meu dia, o céu cinzento continuou lá, mas o 500C parecia querer trazer a bonita baía que circunda a Piazzeta até Alfragide. E o nome da cor “Bianco Gelato” fez-me lembrar… pois, já entenderam…

As suas pequenas dimensões guardam também um interior especial, como estas versões assim prometem (e cumprem). O marfim é o tom escolhido, reveste praticamente grande parte do tablier, e aqui volta uma vez mais a lembrar-me da tarde solarenga de agosto. Isto porque a pele que se une com a madeira clara na faixa decorativa do tablier, faz-me lembrar os Iates que, tal como eu (mas de maneira diferente), aproveitam o mediterrâneo para descontrair. Mas existem mais detalhes, tais como os acabamentos dos bancos, que unem o vermelho que conseguimos ver no exterior, com uma parte central em vime.

Na mecânica, tudo igual, o mesmo “fiel amigo” 1.2 atmosférico de 69cv (que se prepara para sair e dar lugar a um Mild Hybrid, que podem ler aqui) com 102Nm de binário, suficiente para trajetos urbanos, e que consegue ser dono de baixos consumos. A transmissão manual de cinco velocidades é a escolha a fazer, conta com um bom escalonamento e um funcionamento suave, ótimo num automóvel deste tipo. Mas rapidamente voltei a ter reminiscências da Riviera, assim que comecei a “furar” o trânsito. De imediato, as ruas estreitas da nossa capital já mais pareciam a Via Duca degli Abruzzi, uma estrada sinuosa (e extremamente) estreia que nos liga da praia de Paraggi até ao centro de Portofino.

Rapidamente imaginei-me lá, nas estreitas estradas e de capota aberta com o sol a brilhar bem alto. Ouvi uma motorizada, mas em vez de ser uma das centenas que percorrem a região com locais bronzeados e de tolhas debaixo do braço, não. Era apenas mais uma das que fazem inúmeras entregas de Pizzas aos esfomeados cosmopolitas, e que tentava “furar”, ainda mais que eu, as filas de Lisboa. Nesse momento, o Sol da Riviera fora trocado pelas primeiras gotas da chuva que me esperava.



Triste? Nada disso. No sistema de som Beats tocava uma playlist italiana no Spotify, graças à ligação Apple CarPlay com que podemos contar no sistema UConnect, e assim sempre me sentia um pouco mais por lá.  

No final de tudo, o sol nunca espreitou para mim, talvez tenha que colocar a navegação até lá, ou falar com a FIAT de Itália a ver se me arranjam um destes por aquelas paragens. Resta-me continuar viagem e relembrar tudo o que há de bom. O cheiro a bronzeador foi trocado pelo fumo do tabaco, os iates que balançam no Mediterrâneo são trocados pelos catamarãs que ligam a margem sul à margem norte, e a minha cadeira de praia está a servir de tejadilho, que posso sempre abrir quando houver sol. O espírito está cá, e é isso que transforma um dia mau, numa dolcevita.


FIAT 500C Dolcevita 1.2

Especificações:
Potência – 69cv às 5500rpm
Binário – 102Nm às 3000rpm
Aceleração dos 0-100 (oficial): 12,9s
Velocidade Máxima (oficial): 163km/h
Consumo Combinado Anunciado (Medido) – 5,7l/100km (5,5l/100km)

Preços:
FIAT 500C desde: 19.406€
Preço da unidade ensaiada:24.117€


 

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!