“Gourmet”
Escolhermos um novo carro é cada vez mais uma tarefa árdua. Neste momento, há mais estilos disponíveis do que nunca. Se for dotado para um uso maioritariamente familiar vêm logo à tona os novos crossover que crescem como “cogumelos” ou então as sempre populares variantes station wagon.
Mas também há quem procure uma alternativa mais tradicional, contudo dinâmica, elegante e com um estilo inconfundível, não perdendo nada do que é indispensável num automóvel, como o espaço, a segurança e o conforto.
O Mercedes Classe A incluí-se neste último leque de escolhas, mas entra também numa outra sub-categoria, a chamada premium.
Esta é uma espécie de corredor gourmet num hipermercados ou uma área privada num aeroporto enquanto esperamos pelo nosso avião, onde só pode entrar quem tenha acumulado mais milhas. O Classe A é a porta de entrada da Mercedes-Benz para esse mundo especial, onde o automóvel ganha outro estatuto.
Estatuto que aparece naturalmente, que pela qualidade empregue, que pelo requinte do resto da sua gama. Aqui chegamos a um ponto onde não é apenas o conteúdo que importa. Aqui não importa lutar para ser apenas bom, importa sim lutar para ser o melhor.
E é isso que a Mercedes-Benz tem feito, de forma transversal a toda a sua gama e o Classe A é um bom exemplo disso mesmo. Este automóvel que vai agora na sua terceira geração, ganhou desta vez um maior protagonismo, tendo mudado radicalmente a sua imagem de monovolume que o acompanhava desde o lançamento da primeira geração em 1997.
O Classe A assume agora um design desportivo e “orgânico” devido à fluidez das suas linhas, um misto de suaves e vincadas. O que acabei de dizer parece ser contraditório mas não é. Estas unem-se de uma forma natural e isso é bem visível na superfície vidrada que adopta também ela um desenho diferente do habitual. Na frente, a grelha diamantada exibe a estrela de três pontas, símbolo inconfundível da marca de Estugarda.
É também nesta secção que se encontram os novos detalhes estilísticos no restyling sofrido recentemente. O capot ganha novos vincos, bem como os para-choques novas entradas de ar. Os faróis LED outrora apenas disponíveis para o “vitaminado” A45 AMG passam agora a estar também disponíveis nestas versões mais comuns.
Na lateral, para além das tais linhas vincadas, as jantes opcionais de 18” tentam roubar os olhares, em conjunto com o Pack Night que escurece os vidros traseiros ao mesmo tempo que oferece as capas do espelhos em preto.
A traseira sofreu alterações nos farolins, contando agora com elementos em LED e novo desenho do para-choques, que inclui a dupla saída de escape cromada.
Entrando no bem construído habitáculo do Classe A, somos recebidos com uma atmosfera desportiva, graças Às suas bacquets e ao revestimento do tablier texturizado, um pouco ao estilo da fibra de carbono. A posição de condução baixa e com as pernas esticadas também ajuda ao ambiente desportivo.
Os comandos estão colocados de forma ergonómica e a posição de condução com múltiplos ajustes ajuda a conseguirmos encontrar uma posição de condução perfeita. A consola central apresenta no topo um pequeno “tablet” com todas as informações, que embora não sendo táctil, graças ao comando rotativo na consola central, este torna-se bastante intuitivo e com bons gráficos. De fácil leitura é também o quadrante, analógico com um pequeno ecrã ao centro, e fundo axadrezado para os dois manómetros principais.
O espaço na parte dianteira é bastante desafogado e o Classe A é um sitio agradável para se estar, já atrás, embora não sendo acanhado, é algo limitado na oferta de espaço para a cabeça dos ocupantes (design oblige). Mas para isso a Mercedes oferece o GLA, um crossover baseado no Classe A. Igualmente importante, a bagageira dispõe de 341l de capacidade, uma bom valor, em linha com os seus concorrentes.
Mas um carro não se conhece parado, por isso é altura de ligar o A180d, o motor best-seller. Este tem 109cv e consegue ter boas performances, juntamente com consumos referênciais. Para explorarmos melhor o motor temos o Drive Select que se encontra “escondido” no tal tablet, onde podemos alternar entre quatro modos: Eco, Comfort, Sport e Individual.
Com a ajuda do primeiro podemos fazer consumos recordistas, com o Classe A180d a “deslizar” com uma maior facilidade, e o motor é comandado por um mapa de acelerador mais suave, enquanto o Sport aumenta o peso da direcção e “estimula” o motor de forma mais vigorosa, deixando transparecer o bom trabalho feito ao nível do chassis deste pequeno familiar.
Mas qualquer que seja o modo que escolhemos, conseguimos constatar o bom funcionamento da caixa manual de 6 velocidades, bem oleada e com um curso bastante decidido, embora o seu uso possa ser adiado devido ao propulsor disponibilizar uma notável linearidade desde muito baixas rotações.
O Classe A180d já vem bem equipado de série, mas ainda assim a nossa unidade contava com quase 5000 euros em opcionais, sendo o Pack Urban o mais caro, enquanto os faróis LED High Performance que tornam a noite em dia são 1100€ que valem bem a pena, a somar ao Pack Night custa 950€… Preço total? Pouco mais de 35 mil euros.
O Mercedes Classe A é uma excelente maneira de ser premium, contando com uma grande qualidade perceptível, assim como um propulsor bastante económico. O estilo fala por si próprio sendo apelativo e destinado desta vez a condutor de uma faixa etária mais jovem. Esta é definitivamente a porta de entrada no mundo Mercedes!
Mercedes-Benz Classe A180d
Especificações:
Potência – 109cv às 4000rpm
Binário – 260Nm às 1750rpm
Consumo anunciado (Medido) – 3,7l/100km (4,4l/100km)
Preços:
Preço base Mercedes-Benz Classe A180d: 28.744€
Preço da unidade ensaiada: 35.021€
