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Ensaio by MotorO2 – Peugeot RCZ THP 200

Ensaio by MotorO2 – Peugeot RCZ THP 200
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“O Rei Leão”

O Leão é conhecido por ser o rei daselva, e se me pedissem para eleger o “Rei da Selva” da gama Peugeot, a tarefairia ser muito fácil pois a minha escolha recairia sem dúvida alguma sobre oRCZ, que é o protagonista deste ensaio.
A história do RCZ começa de formaalgo diferente de outros modelos que vemos a rolar nas nossas estradas.
Isto porque, embora existam vários concepts, infelizmente a grande maiorianão passa de estudos, de soluções para o futuro, em que se aproveitam pequenospormenores para modelos de produção em série, mas que nunca chegam a abandonaro papel ou a passar das portas dos salões.
O que torna o RCZ diferente é queeste surgiu como um concept no salãode Frankfurt de 2007 com o nome 308 RCZ – um Coupé 2+2 com linhas marcantes. Mas devido à enorme aceitação querdo público, quer dos jornalistas a Peugeot decidiu arriscar e produzir esteprotótipo. Em 2010, depois de serem feitas alterações bastante ténues aoprojecto inicial foi lançado o RCZ que deixou “cair” o prefixo 308.
Do projecto inicial para o produtofinal, manteve-se um dos pontos estilísticos mais importantes: o tecto”dupla-bolha”. Ou seja o RCZ é um concept de estrada!

Digo isto porque este modelo possuiproporções bastante arrojadas, que fazem desviar olhares onde quer que passe. ORCZ é largo e baixo, essa largura é pronunciada pelos arcos das rodas bastantesobressaídos.
A frente é agressiva e bastanteexpressiva, e ganhou este ano uma “face” própria e mais ao estiloseguido pela marca, já que a antiga frente era demasiado semelhante com oantigo 308.
As parecenças com o concept SR1 também são evidentes,principalmente na sua nova grelha de tom negro e que tal como em outros modelosda marca parece “flutuar” sobre uma grelha inferior mais pequena quea contorna e que inclui nas pontas as luzes diurnas LED.
Os faróis são menos rasgados, mascontinuam a ser um ponto marcante quando olhamos o RCZ de frente muito devido àcor preta que preenche agora o interior da óptica.
O símbolo permanece em destaque, nomesmo sítio que estava anteriormente mas sem a armação cromada que usava,ficando com menor evidencia mas mais ao estilo do resto da gama.

Na lateral, encontramos uma silhuetamuito equilibrada com uma clara linha de cintura alta que “dobra”quando termina a porta (sem moldura), silhueta essa que conta com um dos pontosmais marcantes do RCZ, o arco do tejadilho de cor preto mate a delimitar alinha suave do coupé. Nota-se ainda oslargos guarda-lamas, principalmente os do eixo traseiro, que dão uma enormesensação de robustez ao RCZ.
As jantes (Technical Grey) com que o RCZ está “calçado” tambémchamam muito à atenção, não só pela sua dimensão,- com pneus 235/40 R19 – mastambém pela sua inegável beleza que desperta e muito a desportividade do modelofrancês.

Na traseira reparamos desde logo noincrível tecto “dupla bolha” que é uma excelente mostra de caracter eque torna este modelo exclusivo. Na porta da bagageira encontramos um friso, éo spoiler que está”camuflado” erguendo-se 19°quando a velocidade ultrapassa os 85km/h, o aileroneleva-se ainda até aos 34°quando a velocidade passa dos 155km/h, este mecanismo melhora consideravelmentea estabilidade do veículo.
De qualquer maneira este apêndiceaerodinâmico pode ser “subido” manualmente atravésde um botão localizado na consola central independentemente da velocidade. Osfaróis traseiros, tal como os dianteiros são marcantes, e mostram outra dasdiferenças “pós-restyling“já que agora são compostos por elementos LED e que à noite dão à traseira doRCZ um grande impacto visual. Mais abaixo, no para-choques encontramos doisvincos a reforçar a imagem e um difusor traseiro que incorpora no centro ofarol de nevoeiro e a luz de marcha atrás, à esquerda está presente a dupla saídade escape cromada.

Dentro do RCZ a primeira coisa quesalta a vista é a pele, já que a unidade ensaiada conta com o pack Couro Nappa que “forra”todo o tablier, painéis das portas eobviamente os bancos. Estes bancos são estilo bacquet e na parte central são forrados a Alcantara, a pele écozida com uma linha de cor contrastante, por isso sou da opinião que estaopção é obrigatória isto porque aumenta (e muito!) a sensação de qualidade abordo.
Depois de admirar-mos a qualidadedeste pack, encontramos a posição de condução que é excelente, devido aosbancos e à posição baixa em que conduzimos com as pernas quase esticadas, ovolante tem a dimensão e espessura ideal, também já novolante notamos um outro ponto premium, a inserção do nome RCZ em alumínio novolante. O quadrante é de leitura fácil, todo ele analógico, apenas com um ecrãa meio que nos informa das médias de consumo e outras informações adicionais,como as indicações GPS.

Na consola central inclinada, comose de um cockpit se tratasse, encontramos os comandos do sistema multimédia,essas informações são mostradas num ecrã a cores, pop-up no topo do tablier,que por vezes tapa um pouco a visibilidade devido a estar perto do retrovisor,deixando apenas um pequeno espaço, mas tudo tem solução, ou seja, pode recolhero ecrã e o rádio continua a funcionar, e assim fica o problema resolvido.
Ainda na consola central entre osventiladores circulares encontra-se um relógio analógico de muito bom gosto,mais um ponto que acrescenta exclusividade ao RCZ.´

A Peugeot anuncia o RCZ como um coupé 2+2, mas os lugares traseirosservem apenas para emergências já que o espaço é quase inexistente, a duplabolha no tejadilho ainda ajuda na altura, mas o espaço para as pernas dospassageiros é reduzido, mas de qualquer maneira estão lá.

A bagageira por sua vez, serve bempara mais de 4 pessoas (384L) capacidade essa que pode ainda ser acrescida(760L) rebatendo os dois “lugares” traseiros.
Um ponto a favor deste RCZ é que um éum coupé, mas não se esqueceu dosespaços de arrumação que são muitos, quer seja nas portas, debaixo do rádio(existe um compartimento ideal para o telemóvel) ou no apoio de braço.

Ao rodar a chave, acordamos o motor- o 1.6 THP de 200cv – engrenamos a primeira e seguimos, e o que se repara deimediato é a suavidade do propulsor, mas enquando as rotações vão aumentandodeparamo-nos com outro pormenor, muito importante por sinal: A sonoridade. Asonoridade é brilhante, logo acima das 2200rpm o som começa a ficar mais roucoe se passarmos das 4500rpm o Leão “ruge” desalmado, transformando-se secompletamente e mostrando-nos do que é feito.

Em curva porta-se de maneiraimpecável, há muito pouco rolamento da carroçaria, muito graças aos pneumáticosde grandes dimensões, o São Pedro não nos deixou explorar muito o lado maisdesportivo desde RCZ, mas por outro lado ajudou, isto porque descobrimos queeste RCZ é um autentico cruiser, quenos dá vontade de andar devagar e apreciar uma boa estrada a velocidadesmoderadas, umas reduções para ouvir o som rouco e deixar que os transeuntestorçam os seus pescoços a seguir a silhueta branca que se afasta. Este motorsabe bem como devorar quilómetros, porque é fácil de explorar, já que atinge obinário máximo logo as 1750rpm, daí para cima entrega potência sem se queixar.

A caixa é um pouco”áspera” e tem um escalonamento mais curto, para as performances, masnota-se que as duas últimas velocidades são mais longas para minimizar oimpacto na carteira. Os valores médios de consumo deste ensaio foram de7,6l/100km afastando-se um pouco do valor anunciado pela marca (6.7l/100km).Mas para um carro com 200cv com um som tão delicioso, a média realizada traduz-senum valor bastante razoável.
O conforto a bordo é o que se podiaesperar de um desportivo, mas mesmo com as enormes jantes de 19′, a suspensão eos excelentes bacquets fazem umexcelente trabalho, menos em cidade isto porque rodamos a menor velocidade oque torna cada buraco perceptível.

Conclusão
Com esta nova face o RCZ ficou maisintegrado na gama, e ao mesmo tempo ganhou uma imagem própria, digna doautomóvel que é. É um carro altamente eficaz, com um design brilhante eintemporal, a vida a bordo é óptima (pelo o menos para os passageiros dafrente) a mala é maior do que poderíamos esperar num automóvel deste género. Éum carro com o qual se consegue viver no dia-a-dia já que o motor é bemcomportado e com um funcionamentobastante suave, no fim-de-semana pode sempre optar por uns belos passeios pelamarginal, ou por umas estradas de montanha.
Pontos Fortes:

  • Estilo distinto e exclusivo
  • Motor sempre disponível
  • Boa posição e experiência de condução

Pontos Menos Fortes:

  • Difícil acesso ao cinto de segurança (falta aquele braço extensível)
  • Lugares traseiros apenas figurativos
  • Conforto em condução citadina (mais culpa das estradas)

 

 

 

 
Modelo: Peugeot RCZ THP 200
Motor: 1598cm3; 200cv/5500rpm; 275nm/1700rpm; Transmissão manual de6 velocidades;  Consumo oficial:6,7/100km;Consumo medido: 7,6l/100km; Emissões: 155g/km CO2
Dimensões e capacidades: Comprimento: 4,287; Altura:  1,362; Largura: 1,845; Capacidade de mala:384l; Capacidade do Depósito:
Equipamento de série: Faróis de Nevoeiro; Luzes Diúrnas ePiscas e LED; Volante Multifunções em Pele; Ar Condicionado bi-zona; EcrãMultifunções; Sistema multimédia Pop-Up; Sistema Bluetooth, Sistema deNavegação; Tomada Jack; Ficha USB; Limpa para-brisas com sensor de chuva;Faróis com sensor de luz; Cruise-Control com limitador de velocidade; Ajuda aoestacionamento traseiro;Hill Assist; Aileron Traseiro Móvel
Equipamento opcional presente na unidade testada:  Jantes em liga-leve 19′ (475€); Alarmeperimétrico e volumétrico (280€);Pinças de travão em preto lacado(190€);Navegação WIP Nav Plus (990€); Pack Vision (Fárois Xénon) (795€); PackCouro Nappa (2.320€);Arcos do tecto em Preto Mate (590€)
Preço versão base: 33.980€Preço versão ensaiada (com opções): 39.620€

Texto e Fotos: Rodrigo Hernandez
Vídeo: João Costa/Rodrigo Hernandez

MotorO2 ©

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!