Conheces os desportivos Peugeot?

“O passado, o presente e o futuro dos desportivos da marca do leão”

Já passaram mais de 30 anos desde que a Peugeot se aventurou nos automóveis desportivos, presente desde Ralis, Dakar, LeMans e até Fórmula Um, sendo que esta última, ao contrário das anteriores, não foi tão bem conseguida.
Enfim, não se pode vencer sempre, não é?

Ao todo, o palmarés é bem composto, com a história bem escrita nos livros, e como todos sabemos, a competição dá os conhecimentos para que os automóveis de estrada se tornem cada vez melhores. E é claro que a Peugeot não foi exceção.

Deixamos aqui cinco dos melhores desportivos da marca Francesa, bem como os atuais representantes.
E nem todos são GTi…

” O Passado”

 Peugeot 205 GTi

Temos obviamente de começar pelo “Rei”, pelo que começou todo o frenesim na gama do construtor francês. Falamos, claro, do 205 GTi. Este modelo, que é para muitos o melhor pequeno desportivo de sempre, tem características válidas para isso. O seu motor, que era inicialmente um 1.6 que desenvolvia 113cv de potência, era bastante “espevitado” e fez mudar a mentalidade de uma gama que, na época, era muito mais familiar do que divertida. Dois anos depois, em 1988, os franceses “perderam a cabeça” ao colocar debaixo do capot o 1.9, com uma potência que se aproximava dos 130cv. Mais importante que isso era o seu baixo peso, o enorme feedback que dava ao condutor e a sua manobrabilidade, o que o fazia ser muito eficaz nas curvas, muito graças à sua direção rápida, que o distinguia dos seus rivais. O chassi era bastante equilibrado, mas também desafiante, com a traseira a “soltar” perto do limite.

Basicamente, um automóvel divertido, ao mesmo tempo que juntava uma boa dose de eficácia, sem perder o espaço de um normal Peugeot 205. Ficou para sempre marcado na mente de quem gosta da marca, mas igualmente para quem gosta de automóveis. No fim deste artigo, temos a “nova geração”.

Produção: 1986 a 1991
Motores: 1.6L 113cv e 1.9L 128cv
Peso: 900kg
0-100km/h: 8,9s (1.6) e 7,9s (1.9)
Velocidade Máxima: 198km/h (1.6) e 204km/h (1.9)

Peugeot 405 Mi16

Este Peugeot merece aqui estar por ser um Segmento D que tomou “esteroides”, ou seja, quem olhava para ele não sabia que ali estava um “verdadeiro GTi”. O seu motor era o 1.9L16v, que debitava 158cv e tinha a vantagem de, em estradas mais contorcidas, mostrar o bom trabalho que o construtor fazia (e fez) na dinâmica dos seus modelos. Era bastante direto e envolvente, algo difícil na altura em que foi lançado. Outro ponto interessante é o seu baixo peso, que pouco ultrapassava os 1000kg, algo que é justificável por, na altura do seu lançamento e comercialização, a segurança ser algo que era não muito levado a sério…

Existiu uma variante mais exclusiva, a T16, que contava com tração integral e uma potência de 200cv, proveniente do motor Turbo da segunda geração do Mi16 que o fazia chegar aos 100km/h em pouco mais de 7 segundos e atingir uma velocidade de ponta superior aos 230km/h. São ambos “neo-clássicos”, e só para apreciadores.

Produção: 1987 a 1992
Motores: 1.9L de 160cv
Peso: 1085kg
0-100km/h: 8,6s
Velocidade Máxima: 220km/h

Peugeot 106 Rallye

Este carro segue muita da mística deixada pelo 205 GTi, que também ele próprio teve uma versão Rallye. O 106 foi lançado na altura em que o 205 começava a decair nas vendas. Era um automóvel mais moderno, mas de dimensões mais diminutas. Basicamente, iria ocupar o lugar deixado vago pelo 104 e posteriormente, também o do 205. O Rallye usava a velha máxima do baixo peso. O motor era o pequeno 1.3 de 100cv, responsável por puxar os parcos 816kg de peso. O resultado foi um automóvel com um comportamento brilhante, sem a ‘brutidade’ do 205 GTi, mas com mais diversão, sendo fácil de rodar a traseira (herança, não?). Para além disso, estava disponível com apenas três cores na sua primeira fase: branco, vermelho e preto.

Chegou o ano de 1996 e a gama 106 renovou-se, com o mesmo a passar-se com o Rallye. Deixou o 1.3L de parte, e passou para um mais ‘encorpado’ 1.6L, que desenvolvia mais 3cv, passando para os 103cv. O peso aumentou 52kg e a cor vermelha perdeu-se e foi substituída pelo azul. Esta segunda fase era mais “automóvel” e mais rápida, e também era, para quem escreve, o preferido dos dois.

P.S: “Cheguei quase a ter um, não aconteceu. Arrependi-me.”

Produção: 1994 a 1998
Motores: 1.3L 100cv e 1.6L de 103cv
Peso: 816kg (Fase 1) e 868kg (Fase 2)
0-100km/h: 10,3s (Fase 1) e 9,6s (Fase 2)
Velocidade Máxima: 188km/h (Fase1) e 192km/h (Fase 2)

Peugeot 306 GTi

Aqui tivemos dúvidas, isto porque existiu também o 309 GTi, só que era da mesma altura do 205 GTi, e evidentemente esse último era superior. Portanto, optámos pelo 306 GTi porque “aprendeu” os ensinamentos do 106 e do 205. Basicamente, o Peugeot 306 GTi-6 era o mais “burguês” de todos, tinha um aspeto mais crescido e um interior bem mais equipado. O motor era um 2.0l aspirado que debitava perto de 170cv, uma potência bastante generosa para a altura, ligada a uma caixa manual de seis velocidades, que explorava muito bem o propulsor. O seu chassi era um dos trunfos, como era apanágio da gama 306, graças à sua suspensão traseira. Se bem que o 306 GTi-6 era conhecido por “morder o dono”, quando se saía da zona de conforto e terminava o talento.

E isso faz-nos gostar ainda mais dele. Em Portugal não existem muitos, mas sim, 106 GTi também merecia estar nesta lista, mas desse já quase todos conhecem a história. Se arranjar um destes 306 ou um 106 GTi em boas condições, compre. Vai valorizar no futuro!

Produção: 1996 a 2001
Motores: 2.0L de 167cv
Peso: 1215kg
0-100km/h: 8,8s
Velocidade Máxima: 217km/h

Peugeot RCZ R

Vamos dar o “salto” e avançar muito na história. Basicamente, a Peugeot não fez desportivos em condições desde o fim da carreira do 106 GTi. Sim, é a mais pura das verdades. Existiu o 206 GTi que contava com motores 1.6i e 2.0i mas que não eram suficientemente picantes, e o 307 só existiu em XSi. Contudo, nessa altura, foram duas vezes campeões do mundo de ralis. Bem, passando isso, chegamos a 2014, e a Peugeot fez muito bem em aproveitar um dos automóveis mais belos da sua história, um caso raro de um concept que passou à realidade.

O RCZ R contava com o mesmo motor 1.6 THP que dava vida ao normal RCZ, mas que aqui teve “mão” da Peugeot Sport e lhe dava 270cv, o que em conjunto com o diferencial de deslizamento limitado Torsen, umas vias revistas, e travões Alcon, o tornaram num verdadeiro desportivo com performances acima da média. Este, já tivemos o privilegio de ter por cá, e podem ler aqui o ensaio.

Produção: 2014 a 2017
Motores: 1.6 THP de 270cv
Peso: 1355kg
0-100km/h: 5,9s
Velocidade Máxima: 250km/h

“A turma atual”

A Peugeot conta agora com duas propostas desportivas na sua gama:

 Peugeot 208 GTi e 208 GTi by Peugeot Sport

Começamos pelo Peugeot 208 GTi, que se divide em dois: o normal GTi e o GTi by Peugeot Sport. O primeiro é um excelente balanço entre conforto e praticabilidade, com as performances e dinâmica de um GTi, enquanto o segundo é bastante mais feroz e “focado no resultado”. Ambos contam com 208cv e baixo peso. O GTi by Peugeot Sport já esteve em ensaio, e voltou para este especial e fazer umas “gracinhas” para a câmara. Sim, esta pintura é exclusiva dessa versão e é o que determina os automóveis que têm o cunho da divisão desportiva.

Motores: 1.6 e-THP 208cv
Peso: 1245kg
0-100km/h: 6,5s
Velocidade Máxima: 230km/h
208 GTi desde: 27.500€

Queres saber mais?
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Peugeot 308 GTi

Este é um dos “hot-hatches” mais camuflados que existem no mercado. Uma unidade como a que vêm nas fotos, mas pintada numa cor normal, não faz antever o que se encontra debaixo do capot: 270cv. Basicamente, este modelo é o sucessor do RCZ R, mas é mais leve e aperfeiçoado em alguns pontos. O interior é de boa qualidade e conta com muito espaço. No final de contas, continua a ser um 308. A Peugeot, nesta proposta, optou por não disputar com adversários com muitas “asas” ou elementos que lhe tirassem a sobriedade, mas o certo é que em luta direta, esta proposta ou não fica muito atrás ou até vence…

Motores: 1.6 e-THP 270cv
Peso: 1280kg
0-100km/h: 6,0s
Velocidade Máxima: 250km/h
308 GTi desde: 42.450€

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“O Futuro”

Não se sabe muito sobre o que será o futuro da Peugeot neste campo. No entanto, é certo que o RCZ não terá sucessor, e o 308R não vai igualmente existir, contudo, esperamos que os GTi continuem presentes nas próximas gerações dos modelos. Existe ainda a hipótese do 3008 contar com essa versão, mas nada confirmado. Ainda assim, a marca conta com variantes GT, que no 308 conta com 205cv e no novíssimo 508, com 225.

É esperar para ver, mas com este passado, o futuro deverá ser brilhante…

Fotos 208 GTi e 308 GTi por: Rodrigo Inocêncio
Outras fotos: Divulgação