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O Importante papel da nostalgia

O Importante papel da nostalgia
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“Um regresso inesperado”

 

A nostalgia, seja em relação a um acontecimento ou a um objeto, acarreta consigo um conjunto de memórias. Na passada semana, recebi em mãos um objeto, simples para muitos, mas uma das razões da minha paixão por automóveis e, para os meus pais, uma benção para me conseguirem manter quieto durante largas horas: o Guia do Automóvel.

Sempre fui a favor de aplaudir os bons trabalhos, os atos de coragem que muitas vezes se confundem com loucura. Já o fiz pessoalmente, fi-lo no podcast “Faixa de Rodagem” do qual faço parte, mas quero também fazer por aqui.

O “Guia”, como carinhosamente chamamos a esta “bíblia”, desapareceu há uns anos, mas acompanhou muitos de nós na década de 80 e 90, a segunda da qual faço parte. Os preços, motores, potências, consumos. Tudo estava ali, compactado numa publicação de aspeto simples, mas completo, pequena, mas poderosa, com um tamanho A5, fácil de arrumar no bolso de trás das calças… ou no meu caso, na mochila da escola ou em conjunto com os “essenciais” carrinhos já gastos de tanta “vida”.

Receber este objeto foi uma viagem diretamente para o passado, um tempo mais simples, mais apaixonado, onde as preocupações não eram tantas. Uma viagem onde me lembro de tardes passadas a sublinhar preços a imaginar o que teria na minha garagem. Ver esta publicação, de novo, nas minhas mãos com os carros do presente fez-me acreditar que ainda há todo um caminho a percorrer.

Para além do seu aspeto, que permaneceu muito fiel ao original, o que foi uma aposta verdadeiramente ganha, os nossos sentidos ficam apurados nestes momentos de nostalgia – pelo menos eu acho – constatando que até o cheiro é igual! Vim a saber depois que é impressa no mesmo local da original. O meu nariz nostálgico não me enganou.

Para além de me emocionar a mim, emocionou certamente muitos outros que já viram o regresso de uma publicação, que é mais do que isso, como já aqui expliquei. E, no meu entender, mais essencial do que nunca, numa altura de mudança de paradigma, onde o mercado está cada vez mais complexo, com mais tecnologias e que não é de tão fácil comprensão como outrora. Era urgente e essencial ter algo assim.

Por enquanto com periodicidade anual, esperando que passe a ser como antigamente e que volte a estar presente nas mesas de café, em cima de secretárias, gastas de tanto folhear e, acima de tudo, que um dia veja uma criança de 5 anos a admirar o que poderá comprar quando fizer 18 anos. Aí sim, sentirei totalmente que o bem foi feito.

Obrigado a quem tornou isto possível, com a esperança de que estas 226 páginas não sejam  um “One-off”, prometendo desde já que aqui estarei deste lado, pronto a sentir e a desfolhar estas páginas.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!