Home Ensaios Com espírito dos Ralis: Škoda Scala Monte Carlo 1.0 TSI 110

Com espírito dos Ralis: Škoda Scala Monte Carlo 1.0 TSI 110

Com espírito dos Ralis: Škoda Scala Monte Carlo 1.0 TSI 110
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“Racionalmente Racing”

 

Esta não é uma proposta desportiva, é antes uma proposta muito racional com um estilo mais “racing” que pretende celebrar o rally de Monte Carlo, graças a elementos estéticos exclusivos que lhe conferem uma imagem mais desportiva, mas com um “coração” humilde.

Primeiro que tudo, do que se trata o Škoda Scala? Pois bem, pode ser visto como um modelo de segmento C, devido às suas dimensões e espaço interior, mas com um preço de segmento B. Tem um posicionamento algo “delicado” na gama da marca checa, já que o Octavia também se trata de um modelo de segmento C, mas com dimensões de D. Bem, estão a ver onde isto vai dar, não é?

O Scala é mais uma proposta daquelas bem racionais da marca, com preços ajustados, assim como muitas soluções engenhosas – para nos facilitarem a vida – e um amplo espaço interior. Mas antes disso, vamos analisar a sua estética, já que é a primeira vez que este modelo por aqui passa.

A sua dianteira segue os cânones dos outros Škoda, com um conjunto grelha/óticas bastante familiares. Nesta versão Monte Carlo destaca-se pela ausência de cromados (o que não é nada racing), tingindo esses a preto brilhante, assim como um lip no para-choques dianteiro, para o fazer estar mais perto do asfalto. A lateral é onde este Scala mais confunde quem com ele se cruza: “é uma carrinha”? Não, não é uma carrinha, é antes um Hatchback bem aproveitado, ainda que se possa admitir que pode criar alguma divisão aos olhos de cada um.

Visto de perfil, também existem diferenças “monegascas”. Para além das “saias” laterais, as jantes de 17’’ polegadas em preto contam com desenho exclusivo e estão disponíveis de série, embora seja aconselhado ir à lista de opcionais selecionar as 18’’ polegadas que ficam mais elegantes e colocam este Scala melhor “calçado” e com as cavas mais bem preenchidas.

Na secção posterior, é onde o modelo mais se diferencia, com um portão de bagageira que é maioritariamente em vidro, com o nome Scala gravado (a preto, claro), e com os farolins a estarem colocados de forma harmoniosa com o acesso à mala.



Passando para o seu interior, o mesmo ambiente desportivo graças às bacquets em tecido preto e vermelho, aos pespontos também desse tom mais vivo, assim como um volante em pele perfurada com melhor pega. No que à gama Scala diz respeito, o tablier está organizado de forma lógica, com um painel de instrumentos digital semelhante ao que encontramos noutras propostas do construtor, assim como um ecrã multimédia de 9,2’’ polegadas, muito completo, que conta com Apple CarPlay e Android Auto sem fios, de fácil operação.

Abaixo, os comandos da climatização… manual. Sim, a climatização Climatronic automática e dupla-zona é opcional, pelo que, por 599€ aconselhamos. Outro equipamento, mas que não é (estranhamente) opcional, é o teto panorâmico em vidro, que é praticamente todo o tejadilho, o que aumenta a sensação de espaço a bordo.

E é aí que o Scala poderá agradar mais às famílias, conseguindo garantir espaço para três no banco de trás, com um generoso espaço para as pernas e elementos de conforto, como apoio de braço e saída de ventilação dedicada. A bagageira de 467L também impressiona pela sua volumetria, contando ainda com a roda suplente de emergência, para que as viagens não terminem mais cedo.



No que diz respeito a escolhas, este Monte Carlo conta apenas com uma única motorização, com a opção entre transmissão manual de 6 velocidades ou DSG de 7 relações, com uma diferença de pouco mais de 2000€, com a DSG a ser obviamente mais dispendiosa.

A nós calhou-nos a versão de caixa manual, o que também não é uma “má companhia” para este conhecido propulsor. Os seus 110cv chegam perfeitamente para a vida normal de um modelo familiar como este, garantindo prestações mais do que suficientes, em troca de um consumo de combustível comedido, facilmente abaixo dos 6L/100km. O seu binário máximo, disponível a baixo regime, ajuda a que exista sempre uma resposta mais eficaz.

Para quando o espírito Monte Carlo vem “à tona”, o opcional Sport Chassis Control permite escolher diferentes tipos de resposta do motor, para que se consiga explorar um pouco mais.

Nesse capítulo entramos na dinâmica, que não desaponta, mas também não impressiona. É composto caso tenha de ser feita alguma manobra mais repentina, mas não vai fazer sonhar com uma passagem pelo Col de Turini, mesmo contando com uma altura ao solo reduzida em 15mm, fruto do Sport Chassis Control, que também inclui o Drive Mode Select.

Os pontos positivos deste Scala são claramente a sua oferta de espaço a bordo, bem como a versatilidade e visibilidade, com valores que o colocam como um dos mais espaçosos C da atualidade, o seu preço de 29.114€, para uma unidade igual a esta, também se pode considerar algo positivo. Nos pontos menos conseguidos estão alguns materiais um pouco mais rijos, mas que são justificados por esse preço mais competitivo, tal como algum equipamento de série, que conta com o teto panorâmico, mas onde a câmara de estacionamento traseira e o apoio de braço dianteiro são opcionais.

Como conclusão, o Škoda Scala é um automóvel que não desaponta, tem no seu espaço interior uma das suas maiores vantagens, com um motor que encaixa bem face às necessidades e um estilo, na versão Monte Carlo, que pode agradar a alguns clientes que não se lembravam deste modelo.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!