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“Um citadino crescido” – Teste ao Toyota Aygo X Limited

“Um citadino crescido” – Teste ao Toyota Aygo X Limited
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“Poção Mágica”

 

Ao contrário de muitos dos seus rivais, a Toyota continua a apostar nos citadinos, com o Aygo X a ser a proposta de entrada de gama. Agora com um estilo mais crossover (e crescido), pretende ser uma escolha mais emocional do que os seus antecessores. Uma espécie de “poção mágica” que a marca pensa que trará frutos, ou seja, vendas.

Na verdade, e num primeiro olhar para este Toyota Aygo X (leia-se, cross), nota-se bem o seu aumento das dimensões, ao mesmo tempo que se nota uma evolução de estilo face à segunda geração do Aygo que se despediu há bem pouco tempo, sem perder a sua identidade. Isso é visível em vários elementos, como por exemplo os farolins traseiros verticais e pela porta da bagageira, totalmente em vidro, embora agora mais reforçada.

As diferenças, porém, são muito mais vastas. Na dianteira perdemos o “X” com que o antigo Aygo se destacava, tendo agora uma dianteira mais “limpa”, com novos grupos óticos. Na lateral encontramos vários elementos em plástico que lhe conferem o aspeto crossover, assim como uma dupla tonalidade, com o Aygo X a “perder a sua cor” para lá da porta traseira, um toque de design bem conseguido.

No que toca a dimensões, mesmo não parecendo a uma primeira vista, este Aygo X cresceu muito, tendo agora 3,70m de comprimento, um generoso aumento de 235mm face ao anterior modelo de segmento A. Para se ter noção, mede apenas menos 240mm que o atual Yaris, modelo com o qual partilha a plataforma, tendo praticamente a mesma largura, 1,74m.

Mas será que, com um aumento de tamanho, este Toyota continua a fazer sentido no segmento dos citadinos?

Pois bem, esta é uma aposta mais emocional, para quem pretende maioritariamente circular em cidade, com um estilo distinto. E para essa condução citadina, o aumento da distância ao solo (e por sua vez da posição de condução) ajudam muito no capítulo da facilidade de utilização e visibilidade.



Dessa forma, no seu interior encontramos um habitáculo jovial, em que não vale a pena tentar encontrar plásticos moles ou superfícies muito cuidadas. Este é um citadino, portanto não é o automóvel certo para isso. No entanto, nesta versão Limited, o Toyota Aygo X está muito bem equipado, quase até demasiado para um automóvel deste género…

Ou seja, contamos com elementos como bancos aquecidos, acionamento dos limpa-vidros e faróis automaticamente, assistente ativo de via com cruise-control adaptativo, leitor de sinais de trânsito, máximos automáticos, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros com ajuda de câmara, bem como sistema de navegação incluído no renovado sistema multimedia, assim como um carregador de smartphone por indução, que poderia ter uma superfície antiderrapante, já que em curva o telefone sai constantemente da zona de contacto.

No que toca a arrumações, contamos com três porta copos e arrumações nas portas dianteiras; o porta-luvas é de pequena dimensão.

Nota-se um incremento na largura do habitáculo, com os passageiros dianteiros a estarem mais afastados do que anteriormente. Nos dois lugares traseiros existiu também um incremento de espaço, contudo o acesso a esses lugares está muito condicionado quer por uma entrada estreita, ou devido a uma abertura de porta que poderia atingir mais alguns graus, algo que a Toyota deveria ver numa revisão ao modelo. Também a bagageira cresceu na sua volumetria, passando dos 168L da anterior geração para uns mais agradáveis 231L, suficientes para a vida que este Aygo X deverá ter.

Ao volante, encontramos um posto de condução elevado – como dito anteriormente – com o mesmo volante que encontramos no Yaris. O painel de instrumentos é mais compacto, contando com a informação do combustível e das rotações digitalmente, com o velocímetro analógico a assumir destaque. Ao centro desse painel encontramos um completo computador de bordo.



O Toyota Aygo X só tem uma opção de motor, que não é híbrido nem mesmo eletrificado, algo estranho no construtor japonês, mas que foi justificado de forma a garantir um preço mais “simpático” para o cliente. Dessa forma, contamos com os préstimos de um motor 1.0L com três cilindros, que debita 72cv lá em cima, às 6000rpm, enquanto o binário é de 93Nm disponível a meio regime, às 4400rpm.

E nos primeiros quilómetros com este Aygo X reparamos logo que este modelo prefere mesmo cidade, já que este motor não deixará ninguém com pulsações aceleradas; é disponível com uma transmissão manual de cinco velocidades com relações próximas de forma a navegar rápido pela malha citadina. No entanto, a sua maior dimensão (principalmente largura) pode não ajudar a conseguir aquele lugar mais apertado, mas garante maior estabilidade quando a aventura passa para lá da metrópole. Em jeito de curiosidade, este Toyota monta, nesta versão mais equipada, com jantes de 18’’, numa medida de pneu muito específica 175/60 r18. A sua vantagem está no facto de gerir e tolerar melhor os maus pisos.

Este Toyota não anda muito, é certo, a aceleração dos 0 aos 100km/h demora mais de 14s, mas, por outro lado, também não tem muito apetite. É fácil manter os consumos nos “5 baixos”.

Voltando a responder à questão: “será que com um aumento de tamanho, este Toyota continua a fazer sentido no segmento dos citadinos?”

Ainda faz, mas menos do que anteriormente. O seu aumento de dimensões coloca-o muito perto do Yaris, o que tem algumas vantagens, principalmente para quem precisa de utilizar os lugares traseiros, custando (nas versões de entrada de ambos os modelos) apenas mais 1250€…

No entanto, o Aygo X é um produto mais jovial, mais carismático e que pode conquistar clientes dessa forma, principalmente na sua variante com tejadilho retrátil em lona (Envy). Esta versão Limited é mesmo só para um cliente muito específico, que não se importe de pagar mais de 21 mil euros por um citadino de segmento A, mais do que o Yaris mais bem equipado com este mesmo motor.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!