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Teste ao Škoda Kodiaq, o sete lugares da marca checa

Teste ao Škoda Kodiaq, o sete lugares da marca checa
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“Missão familiar”

 

A Škoda conta com uma gama bastante completa, seja pela presença nos diferentes segmentos, seja em termos de motorizações. Já por aqui passou o 100% elétrico Enyaq, bem como a familiar Octavia. Mas agora, o SUV Kodiaq leva essa sensação familiar a um outro patamar, ao ser a única oferta da marca que permite levar sete passageiros. Renovado recentemente, está em teste na versão Sportline equipado com o motor diesel 2.0 TDI de 150cv e transmissão DSG.

Este é o primeiro SUV da marca checa, tendo sido lançado em 2016 assente na base MQB, aquela que também é usada tanto pelo Volkswagen Tiguan como pelo SEAT Tarraco. Para notar as diferenças feitas nesta “renovação”, isso deve ser feito por alguém muito atento.

Esteticamente, a dianteira é a secção que mais mudanças obteve, com a principal a ser encontrada na grelha dianteira, que está agora posicionada de forma mais vertical, assim como um capot menos mergulhante. Os para-choques também foram redesenhados, assim como os grupos óticos, com o superior a ser agora mais esguio e o inferior (mais pequeno) a contar com uma nova forma. Nestas alterações também a tecnologia aumentou, graças à possibilidade de contar agora com tecnologia LED Matrix.

A lateral não contou com diferenças, a não ser alguns desenhos de jantes, com a traseira a trocar o logo da marca pelo nome por extenso, assim como um novo desenho dos farolins e da faixa que percorre o para-choques traseiro. Nesta versão Sportline, a imagem é claramente mais desportiva, com elementos pintados na cor da carroçaria, deixando para trás alguns dos plásticos negros, típicos dos SUV. As jantes de 19’’ são de série, não sendo exageradas, já que os pneus ainda contam com muita borracha para proteger os ocupantes nos pisos mais irregulares.



Passando para o interior, onde a sensação de espaço é bastante evidente, também existiram mudanças, nomeadamente no sistema multimédia, assim como ajustes na iluminação ambiente. A verdade é que este habitáculo não é tão “digitalizado” quanto outras propostas, mas que, graças a isso, é bem mais fácil de operar durante a condução. A qualidade sentida é elevada, seja pelos materiais empregues, seja pela montagem, com esta versão Sportline a contar com uns bancos tipo bacquet para quem se senta na frente, sendo revestidos a pele e suede, para aqueles pais que querem alguma sensação de desportividade, mesmo num automóvel familiar como este.

Ponto positivo para os espaços de arrumação, onde se inclui claramente o espaço para o chapéu de chuva na porta, assim como ligações USB-C tanto na fila da frente como na segunda, onde contamos mesmo com uma ficha tradicional de 230V. Ainda na fila “do meio”, temos umas úteis cortinas para proteger do sol e um suporte central, com um banco que se pode mover longitudinalmente e em inclinação em duas partes (60:40). O único ponto negativo é um túnel central algo generoso, devido a algumas versões do Kodiaq poderem contar com tração 4×4.

Na 3ª fila, o espaço não é o mais abundante, mas serve para dois adultos em percursos mais curtos ou suficiente para crianças em viagem. Para o acesso a esses lugares é que é exigida alguma ginástica, algo normal num automóvel deste género. A bagageira passa dos 735L/560L caso só tenhamos montados 5 lugares, para os 270L caso queiramos usar a lotação máxima. Ponto (muito) positivo para a adoção de pneu suplente de emergência, mesmo nesta versão de 7 lugares, assim como um espaço dedicado à chapeleira quando não está a ser usada, evitando que a mesma fique em casa.



A animar esta unidade, estava o sempre fiel 2.0 TDI de 150cv em conjunto com a transmissão DSG, aquele que parece ser o melhor motor para esta proposta, onde aqui só oferece potência às rodas dianteiras. Em termos de prestações não vai impressionar, como é o caso dos 0 aos 100km/h em 10,0s, ou a velocidade máxima de 198km/h, mas a verdade é que na prática está muito longe de desapontar.

Este conjunto demostrou-se suave, com a boa insonorização a ocultar muito do ruído deste motor diesel. Os vários modos de condução fazem com que este Kodiaq se adapte ao condutor, com a transmissão DSG a ter vários comportamentos, com um modo Eco que permite rolar sem “gastar gota” de combustível. Em consumo combinado, num percurso de praticamente 700km, o valor ficou registado em 6,3L/100km, o que é positivo para um automóvel desta dimensão. Antes de partir em viagem, “obrigatório” fazer a Via Verde, que nos permite ser Classe 1 nos pórticos das portagens e SCUT por este país fora.

Apenas em cidade se sente um pouco o seu peso (1729kg), principalmente ao iniciar a marcha, nada que marque negativamente a prestação do modelo, mais ainda quando apresenta um tão bom pisar de estrada, que mesmo que deixe de fora pretensões desportivas, consegue um bom balanço entre conforto e capacidade de reagir, caso seja necessária uma manobra mais repentina.

Quanto a preços, o Škoda Kodiaq Sportline com esta motorização pede em troca 50.959€ (unidade em teste: 54.407€), um valor que pode parecer algo elevado, mas que até é ajustado ao que o modelo oferece, quando comparado com a concorrência. No entanto, a versão Style está igualmente bem equipada, contando com uma imagem mais sóbria, com a hipótese de contar com o motor 1.5 TSI de 150cv e transmissão DSG por menos cinco mil euros… Algo que é altamente tentador.

A verdade é que o Kodiaq ainda é uma aposta válida. Seis anos após o seu lançamento, está suficientemente atualizado e conta com uma facilidade de utilização superior a alguns dos seus concorrentes. A qualidade percebida e os pormenores típicos da marca fazem o resto.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!