“O Original”
O MotorO2 foi na passada semana a convite da Mazda, conhecer a nova geração daquele que é talvez o seu modelo mais icónico, o MX-5.
Avisamos desde já: se da primeira vez que o viu nas fotos não ficou totalmente convencido com o seu aspecto, prepare-se, pois quando o vir ao vivo, vai provavelmente querer ser mais um dos quase 950.000 orgulhosos donos de um destes pequenos Roadsters Japoneses.
Mas antes, vamos falar um pouco dos números e da história deste modelo, que comemora este ano, na Europa, o seu 25º aniversário!
Com 339 unidades vendidas em Portugal, a primeira versão ( NA ) foi um sucesso. Lançada em 1989 mas surgindo no nosso país um ano depois, em 1990, era fabricada em Hiroshima no Japão, onde se viriam a produzir todas as gerações do modelo. A segunda geração ( NB ), lançada em 1998, resolveu alguns pontos menos conseguidos da anterior, nomeadamente o habitáculo, mais cuidado, bem como aspectos que o tornavam mais utilizável no dia-a-dia, ainda que isso seja um ex-libris do MX-5. O NB, foi a geração que obteve o maior sucesso no nosso país, com umas incríveis 1339 unidades comercializadas!
Com 2006, chegou uma nova geração MX-5 ( NC ) e esta foi sem dúvida uma mudança radical com o que tinha sido feito até então. Cresceu em tamanho, tornou-se adulto. Foi juntamente com a primeira, a geração que mais tempo esteve no activo, 9 anos, muito tempo para um automóvel actual, ainda que tenha tido uma grande restyling pelo meio que o melhorou em diversos aspectos, tanto estéticos como mecânicos. Mas devido aos factores económicos, essa geração teve dificuldades acrescidas, ainda assim, mesmo com uma maior procura por outros segmentos de mercado e com os roadsters a cada vez a venderem menos, a Mazda conseguiu ainda assim que saíssem pela porta dos seus concessionários portugueses 547 unidades desta geração.
Agora, em 2015, começa uma nova epopeia, quase tão grande como a que foi feita em 1989. O mercado dos roadster vive um dos piores momentos, e a nova geração pretende inverter essa estatística. Vamos então entender como…
Primeiro, teve de voltar a conquistar o cliente que procura um segundo carro, que adora conduzir e desfrutar da condução, mas pelo caminho ter uns custos comedidos, quer seja na aquisição, quer seja nos consumos.
E o MX-5 (ND) parece encaixar nisso mais do que nunca, senão vejamos, primeiro para termos um segundo carro tem de ser apelativo, e a nova geração faz isso muito bem graças à linguagem de estilo da marca: KODO – Alma em Movimento. Depois, a experiência de condução foi (ainda) mais enaltecida, através de vários melhoramentos mecânicos, maior proximidade do condutor à estrada, o que juntamente com a sua menor dimensão do automóvel produz uma experiência sensorial quase similar a um Kart. Quanto à parte dos custos falarei mais à frente, mas posso usar já uma palavra: Skyactiv.
Os novos motores do MX-5 fazem parte desta nova família, ou seja, conseguem ter uma performance acima da média e ao mesmo tempo “pedem” pouco ao condutor na hora de reabastecer. A filosofia Skyactiv passa também por “mexer” na construção, onde a leveza é um dos principais factores e por isso o MX-5 usa agora uma maior liga de metais raros, mais leves, mas ao mesmo tempo mais reforçados.
Mas para comprovar tudo isto, temos de nos fazer à estrada. Pegamos na chave e a mesma vai logo para o bolso, neste MX-5 basta apenas carregar no botão para “acordar” o motor 1.5 131 cv que temos debaixo do capot. Esta é uma das coisas pelas quais estou mais ansioso por descobrir, engato a primeira e relembro a boa sensação que é manusear uma boa caixa de velocidades da Mazda. Estou bem sentado, os bancos abraçam-me, sinto-me como um piloto e o volante é perfeito, tanto em ergonomia como posição. O interior está mais adulto com linhas modernas e detalhes deliciosos, bem em linha com as propostas mais recentes da Mazda. Sinto-me mais desafogado cá dentro, embora que os números digam que este é o “Miata” mais pequeno de todos!
A condução é uma experiência revitalizante, é quase o equivalente ao que sentimos quando vamos de viagem para um outro país, é um sensação boa que faz sentir que a condução ainda é uma forma de nos expressarmos. O motor é uma surpresa, das grandes! O 1.5 reage bem, as acelerações são rápidas e o funcionamento é óptimo em todos os regimes, sempre muito linear, como uma sonoridade perfeita, permitindo apreciar uma bela estrada mesmo que usemos uma mudança mais elevada, sem preocupações. O carro ideal para um fim-de-semana, ainda para mais quando a bagageira foi optimizada para “encaixar” duas malas de viagem.
Neste contacto contámos com a versão intermédia, que pensamos que será a mais vendida. No interior queremos destacar o completo equipamento de série: volante em Pele, Cruise-Control, HMI com Ecrã táctil de 7’’, Bluetooth com comando por voz e o Mazda Sound System que permite que ouçamos a chamada através dos encostos de cabeça, útil para quando vamos com a capota aberta.
Agora dois valores que o vão deixar de queixo caído:
1- Pode ter um MX-5 1.5 Skyactiv de 131cv a partir dos 24,445€!
2- Os consumos conseguem ser supreendentes se optar por um ritmo de passeio, estes rondarão os 5l/6l a cada cem quilómetros! Se optar por carregar bem no pedal da direita vai ter resposta, vai sorrir muito também, mas mesmo assim conseguirá valores semelhantes ao que a geração antiga conseguia em andamento normal.
Não tivemos hipotese de ensaiar a versão 2.0 com 150 cv, ficará certamente para outra oportunidade, nessa altura veremos se vale a pena face ao excelente 1.5…
Eu só estou indeciso numa coisa, qual das 7 cores hei de escolher? É facil, Vermelho Soul! Agora, onde é que assino?
