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Honda Jazz 1.5 i-VTEC Dynamic

Honda Jazz 1.5 i-VTEC Dynamic
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“Jazz de fusão”

Honda Jazz, o “velho” amigo que conheço tão bem desde a primeira geração. Este modelo de segmento B surgiu numa altura em que os hatchbacks não ofereciam um espaço a bordo de grandes dimensões, e as opções seriam ou as berlinas de três volumes, pouco elegantes no nosso país, ou então as carrinhas. A Honda apostou então no formato do “mini-monovolume”, e isso foi sem dúvida uma vitória: conceber um automóvel de tão diminuta dimensão exterior, tão imenso no seu interior, com quotas que envergonhavam modelos de segmento superior.

Hoje, o Honda Jazz já não conta com o sucesso que obteve nas suas duas primeiras gerações, muito devido ao “boom” dos pequenos crossover, que mesmo que não ofereçam tanto espaço, estão mais na moda e prometem uma capacidade de evasão, que mais não passa de estética, dado o facto de terem tração dianteira, altura ao solo não tão mais elevada e pneus dedicados a pisar asfalto.

Portanto, o que traz de novo o Honda Jazz a este site, depois de o ensaiarmos já nesta geração por diversas vezes, incluindo o tal X-Road, que tentou mesmo combater esses crossover? Porque surgiu uma outra versão que, segundo a Honda, quer “piscar o olho” ao público mais jovem, público esse para o qual o Jazz nunca foi a primeira escolha, a não ser que aparecesse a necessidade de transportar uma cadeirinha de bebé, com o respetivo rebento…

Esta versão do Jazz chama-se Dynamic, e para isso usa um motor exclusivo, o 1.5 i-VTEC com 130cv, um incremento de 28cv face ao 1.3 i-VTEC que alimenta o resto da gama. No exterior destaca-se pelas saias que estendem os para-choques mais perto do asfalto, assim como o friso vermelho que faz contraste com as jantes pretas de 16’’. O “obrigatório” spoiler por cima do tampo da mala dá mesmo o sinal de que este não é um Jazz “normal”.

No interior, para além do facto de pensarmos que passamos por um “portal que nos leva para outra dimensão”, tal é a oferta de espaço, o que salta à vista são os detalhes desta versão, que passa principalmente por um novo revestimento dos bancos, com detalhes em vermelho. Mais que isso? Não encontrámos.

Este Honda Jazz Dynamic não é, contudo, a versão mais equipada, essa fica para o Exclusive, com o tal motor de 102cv. Ainda assim, o equipamento é vasto, com ar condicionado, sensores de luz e chuva, e sensores de estacionamento dianteiros e traseiros a fazerem parte do equipamento de série. Como opcional, o Honda Connect, que junta ao sistema multimédia a navegação Garmin e que muito faz no departamento tecnológico do interior. Como se sabe, este sistema não é o mais fácil de operar, e não conta com sistemas Apple CarPlay e Android Auto, como por exemplo o Civic dispõe…

A tal questão do espaço: os bancos traseiros podem albergar três passageiros, com espaço para as pernas e cabeça (não há concessões de ter de haver fisionomias estranhas no Jazz). Os bancos mágicos continuam presentes, com a base a poder ser rebatida em direção às costas de forma a transportar objetos elevados, assim como uma bagageira com 354L de capacidade, com piso baixo de fácil acesso.

Vamos à dinâmica!

Juntar Honda Jazz e dinâmica parece ser um contra-senso, basicamente é o mesmo que dizer que o Civic Type-R seria um ótimo carro para a tua avó ir às compras do mês. Mas será inegável dizer que este Jazz é bem mais dinâmico que as versões normais. Bem, e um Type-R dá efetivamente para a tua avó ir às compras…

A verdade é que este aumento de potência torna os números bem mais interessantes. Os 10,0s que demorava a chegar ao 100km/h no arranque baixam para 8,7s, e isso sente-se, com um binário que também aumentou e passou a estar disponível numa gama de rotações mais baixa. A caixa manual de seis velocidades é um dos pontos fortes, e é das melhore do segmento (mesmo!), contando com um bom curso e um tato mecânico como a Honda nos tem habituado tão bem.

No entanto, em curva o Jazz tem os seus limites, mas nunca se mostrou inseguro. O motor é “rev-happy” pela ausência de turbo, e dá tudo nos altos regimes, onde o “gritar” do VTEC se faz ouvir. É estranho, mas diverti-me realmente a conduzir este Jazz.

Obviamente com isso perdi uma das suas grandes vantagens, os baixos consumos. Enquanto no anterior ensaio fiz facilmente abaixo de 5,5l/100km, aqui entusiasmei-me e não cheguei a esses números. Em andamento normal conseguimos lá chegar, mas é sempre bom contar com mais um litro de diferença face ao 1.3 i-VTEC de 102cv.

Conclusão, o Honda Jazz deu mais um “tiro” de sorte. Não condeno a Honda, mas não sei quantos “clientes Jazz” vão querer ter um com 130cv. Eu, pelo menos, se tivesse de escolher um seria este, diverti-me e pude fazê-lo com mais pessoas no carro, todos com espaço, enquanto na cidade consegui circular e estacionar sem dramas. O seu preço, desde 23.550€, mais 2.150€ que a versão Elegance, pode ser um possível entrave.


Clica nas fotos e conhece em detalhe este Jazz Dynamic:


Honda Jazz 1.5 i-VTEC Dynamic

Especificações:
Potência– 131cv às 6600rpm
Binário combinado – 155Nm às 4600rpm
Aceleração do  0-100 (oficial): 8,3s
Velocidade Máxima (oficial): 190km/h
Consumo Combinado Anunciado – 5,9L/100km
Consumo Combinado Medido – 6,1L/100km

Preços:
Honda Jazz desde: 18.425€
Versão ensaiada: 23.550€
Preço da viatura ensaiada: 24.050€

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!