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Mercedes-Benz C300d Coupé: “Em fuga para a Nazaré!”

Mercedes-Benz C300d Coupé: “Em fuga para a Nazaré!”
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“Fazer ondas com um diesel”

Como é sabido, os motores diesel têm sofrido alguma pressão nos últimos anos, com energias alternativas a quererem tomar o seu posto, mas, por enquanto ainda nada é certo. De todos os motores diesel, aqueles de “maior cilindrada” mostram-se ainda os mais lógicos, e mais seguros de manterem o seu “reinado” durante mais alguns anos. A tecnologia evoluiu, e estes motores conseguem ser mesmo menos poluentes que os motores a gasolina, conseguindo níveis de eficiência superiores.

Pois bem, este não é mais um artigo em que vamos fazer uma normal “batalha” entre o diesel vs gasolina, mas sim mostrar a potencialidade e a vantagem de ter um automóvel como este. O Mercedes-Benz Classe C Coupé junta ao seu aspeto desportivo, um motor diesel, que é também o mais potente desse género a poder ser montado debaixo do capot deste elegante coupé, que ao oferecer 245cv e 500Nm garante prestações que estão longe de envergonhar.

Mas, e como começa esta história?

Imaginemos uma sexta-feira à tarde. A semana foi longa, e são 15h00 da tarde, consegue escapar-se do trabalho, mas deseja sair da cidade. São apenas 150km, os que nos separam de Lisboa à Nazaré, uma terra de pescadores, típicas nazarenas, mas também das ondas, as gigantes ondas que tornaram esta povoação mais conhecida nos últimos anos. Antes de dar por isso, está no interior do Classe C Coupé…

Foi basicamente isto que aconteceu. O plano poderia ser mais gracioso, mas achámos que deveríamos mostrar que os motores diesel também podem “fazer ondas”, e nada melhor que uma fuga de final de tarde.

“Ainda nem o olhei bem por fora, (…) faço isso quando chegar”

O interior é confortável, e pautado por bons detalhes. Longe vai o tempo dos Mercedes “quadradões”, destinados a um público alvo mais velho; hoje, a marca consegue atrair todos, mas especialmente os mais jovens. A desportividade, tão necessária num coupé, acaba por ser encontrada aqui com uns bancos de elevado suporte, que juntam a pele com a alcantara, e o volante espesso e revestido a pele perfurada. O carbono ao centro da consola é só mais uma evidência disso. Mas acima de tudo, o conforto e a facilidade de rodar longas tiradas sem cansaço fazem-nos querer ir mais longe.

O conforto atualmente também já não é só descrito pela suspensão pneumática Air Body Control que faz parte do Pack Condução Dinâmica, que esta unidade tinha como opção, e que tornam os pisos “mais suaves”, mas igualmente por toda a tecnologia empregue a bordo, seja pelos faróis com tecnologia Multibeam LED com máximos adaptativos (que ajuda no regresso), ou por elementos de conforto como os bancos aquecidos ou o teto de abrir panorâmico.

“A história da Mercedes-Benz está ligada à história dos motores diesel, tal como a Nazaré está ligada ao Mar…”

Mas, e o exterior? Ainda nem o olhei bem por fora, para ver as diferenças, mas faço isso quando chegar, já falta pouco. Os quilómetros passam rapidamente, graças a este motor diesel da nova família de motores OM654: um 2.0L de quatro cilindros, que garante um bom silêncio a bordo e baixas rotações, graças à transmissão 9G-Tronic, garantindo assim consumos reduzidos tendo em conta a potência do modelo, que na chegada à Nazaré ficam abaixo dos 6l/100km.

A história da Mercedes-Benz está ligada à história dos motores diesel, tal como a Nazaré está ligada ao Mar, uma união forte que surgiu em 1926, com o Mercedes-Benz 260D, que de semelhança com este tinha só a sua disposição de cilindros (4 em linha). De resto era bem diferente, com 45cv e todo um mundo que o separava. Daí para a frente foi sempre uma aposta ganha para a marca.

A região da Nazaré é também “casa” para a Mercedes-Benz, já que a marca tem aqui montada uma das suas experiências, a Water Experience, que conta com a ajuda de alguns dos mais conceituados surfistas do mundo, como Garrett McNamara, Hugo Vau, Sebastian Steudtner, ou Alex Botelho, para demonstrar a clientes (e não só) as emoções do Canhão da Nazaré, onde as ondas podem ter mais de 30 metros de altura, e onde Garrett McNamara surfou a “maior do mundo”, com 24,7M de altura, em 2011, fazendo com que a região saltasse pelas bocas do mundo.

E é do Sítio da Nazaré, junto ao farol, que podemos sentir melhor essa ferocidade das ondas, a brutalidade da natureza que o homem tenta (e tem conseguido) conquistar. E é também aqui que, finalmente, desligo o C Coupé e saio, para o analisar.

Primeiro ponto: Os Mercedes “vestem” bem Vermelho. O C Coupé fica ainda mais elegante com este Vermelho Hyachinth, que faz parte da linha Designo, denotando bem as suas linhas sedutoras, fluidas e esculturais, no modelo que, segundo a marca, teve a maior alteração da história, com mais de 4000 elementos a terem sido revistos. Se no interior o destaque vai para os ecrãs digitais, com o painel de instrumentos a ter agora 12,3’, o exterior destaca-se pela grelha e faróis redesenhados.

“Cruzar distâncias nunca foi tão fácil, cómodo e eficaz…”

Na verdade, não foi preciso mexer muito, para não estragar. O Mercedes-Benz C Coupé continua a ser um dos mais belos coupés do nosso mercado, e prova disso é a aceitação do público, que tem aderido bastante a este modelo. Não foram poucos os que se cruzaram no nosso caminho, mas nenhum em vermelho…

A Linha AMG dá, como em toda a gama, um aspeto mais dinâmico ao modelo, ao conferir para-choques exclusivos, assim como a escolha de diferentes jantes de liga leve.

E todo este dinamismo dá vontade de o testar, sem ser só em Auto-Estrada. Procuro aqui nas imediações, e depois de uma passagem pelo centro, onde posso sentir a “outra” Nazaré, mais calma e familiar, encontro estradas mais retorcidas, onde possa mudar o modo de condução e provar que nem sempre um diesel é chato. Bem, na verdade já o provei aqui.

Inicialmente nota-se algum peso, mas este C300d não é propriamente o melhor carro para atacar curvas, mas fá-lo sem mácula, sem perdas ou sustos, é fluido e seguro. O melhor, é deixá-lo tratar sozinho das trocas de caixa, mesmo com as patilhas montadas atrás do volante, e optar por uma condução “aberta”, e suave. Os consumos teimam em ficar reduzidos, e mostram que se pode juntar a desportividade de números de respeito (6s dos 0 aos 100km/ e 250km/h) a uma poupança efetiva, que em ciclo misto fica dentro da casa dos 6 litros a cada cem quilómetros.

Despedindo-nos da Nazaré, desta paragem “pós-laboral”, seguimos de novo para a grande cidade. Cruzar distâncias nunca foi tão fácil, cómodo e eficaz. O Mercedes C300d mostra que o diesel não está morto, tendo ainda as suas vantagens. Contudo, quem quiser mais desportividade, daquela pura e dura, tem uma certa sigla com três letrinhas, com potências que rondam entre os 390 e os 510cv… Não se espere é consumos destes!


Carregue nas fotos para ver em mais detalhe este Mercedes-Benz Classe C Coupé:


Mercedes-Benz C Coupé 300d 

Especificações:
Potência– 245cv às 4200rpm
Binário combinado – 500Nm às 1600 ~ 2400rpm
Aceleração do  0-100 (oficial): 6,0s
Velocidade Máxima (oficial): 250km/h
Consumo Combinado Anunciado – 5,4L/100km
Consumo Combinado Medido – 6,4L/100km

Preços:
Gama C Coupé desde: 45.500€
Versão ensaiada: 57.200€
Preço da viatura ensaiada: 82.889€


Rota pela Arrábida, com Giulia Quadrifoglio

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!