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Citroën C5 AirCross 1.6 PureTech 180 EAT8

Citroën C5 AirCross 1.6 PureTech 180 EAT8
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“E porque não?”

Lembram-se dos jogos de computador dos anos 80 e 90, que tinham sempre aqueles “níveis escondidos” que tínhamos de descobrir? Pois bem, dentro da gama do Citroen C5 AirCross há uma espécie de “nível escondido”, que é apresentado na figura de um motor, este que aqui temos, o 1.6 PureTech de 180cv.

“Um motor a gasolina com esta potência, num automóvel deste tipo?”
Ao qual eu questiono: “E porque não?”

Como é sabido, já testámos este mesmo propulsor em muitas outras propostas das marcas do grupo PSA, mais recentemente no caso do Peugeot 508 e o DS7 Crossback. Mas agora, é a vez do SUV mais familiar da Citroën, que já se tinha mostrado aqui, num mais “convencional” 1.5 BlueHDi com 130cv.

Esteticamente não há diferenças se optar por este motor face a qualquer outro. Neste nível Shine, o C5 AirCross pode contar com jantes de 19’’ e aplicações em cor de contraste nos quatro cantos da carroçaria, que assume um estilo que mostra o rumo que a marca quer seguir com os seus produtos.

A frente elevada conta com uma imagem muito própria, com os grupos óticos repartidos (os principais em baixo em LED, e as luzes diurnas em “no piso de cima”). Na lateral, o destaque vai para a superfície vidrada e o cromado que a delimita, e que confere igualmente um efeito distinto ao pilar C, enquanto também na lateral conseguimos ver os AirBumps, que outrora foram de maiores dimensões quando surgiram no Cactus, que lhe dão igualmente uma imagem mais robusta, como um SUV deve ter.

A traseira é também ela larga e generosa, os farolins contam com um desenho mais retangular e uma interessante assinatura luminosa, enquanto o dinamismo que todas as marcas querem transmitir está patente no para-choques, com uma dupla “ponteira de escape”. Entre aspas porque é falsa, e apenas estética. Manias do mercado…

Passando para o interior, e de forma a revisitar o modelo, voltamos a constatar que este é mesmo o que pretende ser o mais familiar dos quatro (3008, DS7, GrandLand X e C5 AirCross) com uma grande sensação de espaço a bordo, assim como elementos de modularidade exclusivos, como é o caso do ajuste independente dos bancos traseiros. A bagageira também é a maior, podendo ter entre 580 e 720L de capacidade (dependendo do espaço para as pernas).

Contudo, o habitáculo não perdeu em nada, já que mesmo contando com amplos espaços de arrumação, tem também boas doses de tecnologia, como é o caso das assistências à condução (Active Safety Brake, Regulador de Velocidade Adaptativo, Comutação Automática das Luzes da Estrada, Highway Driver Assist leitura de sinais de transito, assistente de via ativo…). Para além disso, a posição de condução é confortável e mais elevada, frisando assim uma maior inspiração nos “jipes” do que nos “automóveis normais” e rasteiros ao chão.

Conforto é a palavra de ordem nesta proposta da Citroën, não só graças ao desenho e enchimento dos bancos, que é mais macio, mas mesmo no ajuste da suspensão, que usa um conjunto de mola/suspensão com dois batentes hidráulicos, que elevam em muito o conforto a bordo, fazendo o melhor para neutralizar os impactos e as irregularidades do piso, abrandando os movimentos de forma progressiva. Revela-se bastante competente nesse campo do conforto, não envergonhando no campo do dinamismo, mas nisso, qualquer um dos seus “primos” será melhor nesse aspeto. É uma questão de escolhas.

Por isso mesmo voltamos à questão: “Um motor a gasolina com esta potência, num automóvel deste tipo?”

Sim. Trata-se de uma “reserva de potencia” interessante, um pulmão que tem força e acima de tudo, suavidade. A suavidade de um motor a gasolina é muito difícil de bater, e sendo a outra opção o 1.2 PureTech de 130cv (com menos um cilindro que este), é normal que o 1.6 PureTech tenha os seus adeptos, que também querem aqui um seguimento da suavidade do próprio C5 AirCross.

Em termos de prestações, estes 180cv a gasolina estão acima dos 180cv do motor diesel (-0,4s dos 0 aos 100km/h) e com uma elasticidade mais interessante, graças a um peso que é 110kg inferior, em relação ao diesel, contando com a mesma transmissão automática de 8 relações. A velocidade de ponta, passa dos 200km/h, para o caso de  resolverem viajar até terras alemãs.

O preço é outro denominador importante, sendo bem mais baixo em cerca de 10.000€. Em troca, os consumos não são tão “amigos”, mas não chocam, ficando sem qualquer tipo de preocupação ligeiramente acima dos 8l/100km, um valor que tem sempre de se ter em conta quando a potencia aproxima-se dos 200cv num SUV de dimensões generosas como as deste Citroën.

No final, é praticamente “claro como a água”. O motor 1.6 PureTech volta a fazer-nos pensar se não vale a pena gastar um pouco mais quando vamos à bomba, mas poupar (e bem) na aquisição e vencer sempre na suavidade a bordo. Sim, os números no painel são um pouco mais elevados, mas num automóvel que já é confortável no diesel, aqui torna-se ainda um pouco mais. E isso, é sempre bem-vindo, ainda para mais quando temos 180cv “debaixo” do pé direito.


Citroën C5 AirCross 1.6 Puretech 180 EAT8 Shine 

Especificações:
Potência – 180cv às 5500rpm
Binário – 250Nm às 1650rpm
Consumo Combinado Anunciado – 7,1L/100km
Consumo Combinado Medido – 8,1L/100km
Aceleração 0-100km/h (oficial): 8,2s
Velocidade máxima (oficial): 219km/h

Preços:
Citroën C5 AirCross desde: 27.366€
Preço da versão ensaiada: 37.946€


Clica e vê as fotos em maior dimensão:

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!