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Testei o KIA XCeed de “ligar à ficha”

Testei o KIA XCeed de “ligar à ficha”
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“O Plug-In para todos”

 

A KIA tem no XCeed (tal como no ProCeed) uma versão mais emocional do seu modelo de segmento C, sem perder a sua tão importante componente familiar. O modelo conjuga a imagem de um coupé, com o aspeto sobrelevado de um Crossover, que tanto está na moda. Na altura do seu lançamento teci-lhe bons comentários e apelidei-o mesmo de “melhor Ceed de todos”. 

Desde então que existia a promessa da chegada de uma versão PHEV deste modelo. Agora, chegou a altura de o testar. 

Depois da Ceed SW PHEV (que podem ler aqui), a surpresa por este sistema empregue no XCeed até que não era muita, já que funciona da mesma maneira e oferece o mesmo tipo de performances. Mas aqui o interesse era outro: o de este, ao contrário da carrinha, ser um PHEV também pensado para o consumidor comum, ou seja, o consumidor que tem um contribuinte que não começa por 5…

Esteticamente, é fácil distinguir este XCeed PHEV de outro XCeed. Não é que sejam muitas as diferenças, são apenas duas: a entrada extra para carregamento, situada à frente da porta do condutor, e as jantes, que foram reduzidas de 18’’ para 16’’ polegadas, tudo de forma a minorar as emissões e consumos, graças também a um desenho mais aerodinâmico. 

É verdade que não dá pontos na estética?
Sim, mas o XCeed consegue, ainda assim, continuar a ser apelativo. 



Passando para o interior, as diferenças são ainda mais de detalhe, com o cluster digital que equipa todos os XCeed a contar com uma instrumentação específica, típica dos híbridos, que nos indica o fluxo de energia ou se estamos a regenerar, gastar ou desperdiçar energia. Na consola central, logo ao lado do seletor da transmissão DCT de seis relações, encontramos o botão EV/HEV que nos permite escolher se queremos circular em modo “zero emissões” ou então ser apenas mais poupados. 

Abaixo está o não menos importante botão Sport, que acorda o sistema híbrido e o faz ser menos “contabilista”. 

No resto do interior não há diferenças, apenas a bagageira é que vê a sua capacidade descer dos 426L das versões a combustão, para os 291L desta versão PHEV. A culpa? É da bateria de 8,9kWh que está  alojada debaixo do piso da mala. 

Já que estamos a falar de números, importa revelar que estes 8,9kWh nos dão a possibilidade de circular umas boas dezenas de quilómetros em modo 100% elétrico, tendo conseguido 52km na cidade de Lisboa, durante este ensaio. No final desses primeiros 100km, o computador de bordo marcava 2,6/100km. 

Mas quis fazer mais, e provar que um PHEV tem lógica em viagens mais longas. Por isso, durante a noite, “atestei” a bateria de novo, e usando o modo HEV fiz-me à estrada por mais de 400km, que me devolveram uma média de 4,3L/100km, provando que se o XCeed for usado como deve ser é uma opção realmente a ter em conta. Basta pensar: se vamos fazer mais de 100km sem carregar, é colocar o modo HEV e deixar que a bateria se vá esvaziando lentamente…

A animar este XCeed estão dois motores, um de combustão, atmosférico de quatro cilindros 1.6L de 105cv, e um motor elétrico síncrono de imanes permanentes com 61cv. Estes, em conjunto, oferecem uma potência máxima de 141cv, o mesmo que o 1.4 T-GDi que também já testei. 



Se a potência é a mesma, já o peso aumenta neste XCeed PHEV, com a balança a acusar mais 219kg que um XCeed 1.4 T-GDi DCT. Isso tem impacto na condução, mas não tanto como se pode esperar. Isto porque não se vai comprar um PHEV para andar a “atacar curvas”. Ainda assim, no modo Sport, o “boost” elétrico faz-se sentir e compensa a ausência do turbo. 

Se já estão a torcer o nariz, há algo que pode mudar a situação. Isto porque o preço do KIA XCeed PHEV é um verdadeiro trunfo. A marca tem como preço de tabela 42.990€, mas graças a uma campanha esse valor é reduzido para uns muito apetecíveis 33.240€. Para se ter uma noção, é mais 4.700€ que o gasolina da mesma potência e apenas mais 2.180€ que o diesel de 136cv, também equipado com esta transmissão DCT. 

Isto faz com que o PHEV seja uma escolha quase óbvia para quem circule poucos quilómetros por dia e que tenha um ponto de carregamento em casa ou no trabalho, já que a poupança vai ser rapidamente justificada. A KIA tem então na gama Ceed uma verdadeira escolha para todos os gostos, desde o simples 1.0 T-GDi de 120cv, passando pela versão GT no Ceed e ProCeed de 204cv até este PHEV tanto no XCeed como na Ceed SW.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!