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Teste ao Renault Clio E-Tech: pronto para poupar

Teste ao Renault Clio E-Tech: pronto para poupar
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“Alternativa (bastante) válida”

 

O Renault Clio é um dos pilares da gama da marca gaulesa, com uma história que se inicia em 1990. Após 30 anos de uma carreira muito bem-sucedida, cheia de interessantes versões e variantes, prepara-se agora para escrever mais um importante capítulo, com a introdução da sua primeira motorização híbrida que tem cada vez mais adeptos em todos os mercados, incluindo no nosso, que começa o “desmame” gradual dos motores a gasóleo.

Este é um “Full Hybrid”, ou seja, ele próprio produz a sua energia graças à regeneração, o que quer também dizer que é um “hibrido para todos”, já que não necessita de cabos nem pontos de carregamento em casa, ou no trabalho.

Chamado de E-TECH, este grupo propulsor está perfeitamente incluído na sua gama, seja em versões sóbrias como o Intens ou Exclusive, o mais burguês Initiale Paris ou este R.S. Line que se destaca por uma imagem mais desportiva, conseguida graças a elementos como para-choques e jantes específicas.

Portanto, só um verdadeiro Detetive Poirrot consegue descobrir rapidamente se este é um Clio com um ou “três motores” (dois elétricos + um de combustão). Se quiserem envergonhar o investigador idoso de bigode duvidoso, a maneira de o fazer é ver se o badge E-Tech está no pilar B. Apenas e só isso, não existe neste Clio um “chamariz ecológico” como era hábito ao início destes modelos mais conscientes e poupados.



Portanto, as diferenças no interior também necessitam de uma boa lupa, já que só o botão EV colocado abaixo do generoso ecrã multimédia e o grafismo específico demonstram as diferenças. Convém falar mais uma vez que a Renault melhorou muito a qualidade do habitáculo do Clio, que também garante uma boa dose de espaço interior, não tanto quanto o Captur, mas acima de alguns dos seus rivais. A bagageira saiu penalizada, graças às baterias, apresentando 254L de capacidade face aos 340L das versões “convencionais”.

Mas importa saber é como se comporta este sistema. De forma a relembrar, já que é muito parecido ao que equipa o Captur E-TECH Plug-In Hybrid, este Clio junta o motor a gasolina 1.6L (quatro cilindros aspirado) com dois motores elétricos, de funcionamento síncronos, um com 49cv e outro com 22cv. No total são 140cv, ou por outras palavras: o Clio mais potente que podes comprar.

Tudo é comandado por uma transmissão inovadora, sem embraiagem ou sincronizadores (começando a marcha sempre com o motor elétrico mais potente), sendo capaz de oferecer quinze “velocidades”. A Renault chama-lhe de transmissão “multimodo” e é assim uma alternativa às CVT que proliferam nestes híbridos.



Mas mais do que teoria, vamos mesmo é passar para a prática. Como é conduzir, e quanto gasta realmente este Clio E-Tech?

Este Renault Clio não “engordou” muito face ao gasolina ou diesel, pesando mais 80kg comparativamente ao TCe de 130cv, ou apenas mais 49kg se estivemos a falar do Blue dCi. Portanto, com um peso que não aumentou muito, a dinâmica continua bem presente, num automóvel divertido de conduzir e eficaz. A direção tem um bom peso ajudando também a uma boa estabilidade direcional, enquanto o sistema de travagem traseiro foi melhorado, já que aqui conta com discos ao invés dos tambores das versões a gasolina.

A transmissão na maior parte das vezes é suave, só quando o ritmo aumenta é que demonstra algumas hesitações ou “safanões”, principalmente quando paramos vindo de velocidades mais altas. Mas, em utilização normal, agrada e consegue mesmo fazer este Clio andar em modo “100% elétrico” a velocidades acima de 100km/h, que foi o que consegui neste ensaio.

Quanto a consumos, a marca anuncia os 4,5L/100km, num resultado final que ficou em 4,8L/100km, um bom valor tendo em conta que na maior parte do tempo o piso esteve molhado e em trajetos que até contaram com bastante autoestrada.

Agora querem saber se vale a pena optar por um E-Tech como este. O seu preço de 25.300€ para um R.S. Line é justo. Comparando com um TCe de 90cv é um incremento de menos de 5 mil euros, mas que em troca nos oferece mais potência e um melhor consumo, assim como uma transmissão automática.

Neste que é o terceiro ensaio a um E-Tech, depois do Captur e do Mégane ST, prova-se que a Renault entrou com o pé direito nos híbridos. Poupados como prometem, suaves como devem ser e com preços ajustados face à concorrência. No caso do Clio não perdeu a dinâmica que o caracteriza.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!