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Teste à segunda geração Toyota C-HR

Teste à segunda geração Toyota C-HR
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“Regresso ao futuro”

 

Há 7 anos a Toyota lançou o C-HR, um SUV aspiracional, de segmento C, que “rasgou” complemente com a imagem de outros modelos com os quais partilhava a gama. Este modelo foi uma viragem no que diz respeito ao estilo, ao mesmo tempo que conquistou novos clientes. Um caso de sucesso que a marca pretende replicar nesta nova geração do modelo.

Em teste na versão Lounge com a motorização híbrida de 140cv.

Após mais de 800 mil unidades vendidas da anterior geração na Europa, renovar um modelo tão importante como o C-HR não seria tarefa fácil, porém a Toyota parece tê-lo conseguido na dose certa, evoluíndo sem revolucionar, não cometendo o erro de o tornar “demasiado convencional”.

Isto, porque quem escolhe um C-HR, para além de ter eleito um Toyota como o seu futuro automóvel, elige-o, acima de tudo, pelo seu extilo exterior, papel importante em conquistar os clientes.

Assim, a dianteira é marcada pelas óticas full LED em “C”, semelhantes às utilizadas no novo Prius, numa secção com um desenho agressivo e desportivo. O para-choques confere algum contraste extra, principalmente em cores mais claras, bem como aproximam este novo C-HR do asfalto.

A lateral é onde mais notamos que estamos perante um C-HR, uma evolução que é notória pela sua linha de cintura que continua elevada, com os vincos a fazerem muito para garantir um maior “dramatismo” a este Toyota. Aqui, podemos ainda reparar que passamos a contar com puxadores dissimulados na carroçaria, que para além de serem uma novidade, fazem igualmente desaparecer os puxadores escondidos, que na anterior geração estavam no pilar C.

Esse pilar, que continua a ser largo, confere robustez ao modelo, bem como é através dele que se começa a dar formato a uma traseira que está ainda mais futurista do que antes. O vidro traseiro conta com maiores dimensões (o que traz vantagens na visibilidade), enquanto o destaque vai para os farolins em LED, de grandes dimensões, que escondem o nome do modelo que está apenas visível quando o C-HR está parado, já que a legislação europeia não permite esse elemento luminoso em andamento.

No exterior, podemos contar com jantes até 20’’ (19’’ nesta unidade) assim como é possível eleger entre 6 cores, algumas delas com dois tons.



Se no exterior as evoluções são bem visíveis, continuando a ter um aspeto conceptual, o interior demostrou um salto elevado em termos de digitalização.

É num habitáculo acolhedor, onde conseguimos ver bem as diferenças, com o painel de instrumentos a adotar um aspeto totalmente digital, com um ecrã de 12,3’’ polegadas, onde é possível de configurar ao gosto do condutor. Ao centro encontramos igualmente o sistema multimedia, o mais recente da Toyota, com a mesma dimensão (12,3”), que conta agora com um funcionamento mais rápido e intuitivo.

A boa notícia surge igualmente no facto da marca não ter exagerado na digitalização, com os comandos da climatização a surgirem independentes, com botões físicos.

Os bancos são envolventes e confortáveis, conferindo para além disso um ambiente mais desportivo ao interior. Existe um maior cuidado com os detalhes, nomeadamente com a faixa decorativa iluminada que percorre o tablier até às portas, que melhora o ambiente em condução noturna.

Em termos de espaço, o C-HR é suficientemente espaçoso, porém não é o mais “desafogado” para quem vai atrás. No entanto, o tejadilho em vidro ajuda a colmatar essa sensação, devido às janelas mais pequenas das portas traseiras. Em termos de espaço de bagageira, o C-HR passa a contar com 388l nesta versão de 140cv.

Ao volante

A suavidade continua a ser apanágio dos sistemas híbrido Toyota, mesmo nesta versão mais comedida a nível de potência. A condução é fácil em cidade, demonstrando o cuidado com a Toyota em desenvolver este modelo para os Europeus, já que este C-HR demonstra desde cedo a capacidade de absorver bem as irregularidades, sem ser demasiado “desligado”, assim como apresenta um bom isolamento acústico.

Este sistema híbrido continua igualmente a ser capaz de oferecer consumos comedidos, já que numa condução tranquila é possível circular grande parte do tempo em modo elétrico, graças a uma boa capacidade de regeneração. Nota-se igualmente que o motor a gasolina com 1.8l de capacidade entre menos em cena do que anteriormente.

Porém, quando abusamos do acelerador, o som típico da CVT continua a invadir o habitáculo. Ainda assim, nada que arruine uma sensação positiva ao volante.

O C-HR está mais certo nas suas reações – não que antes não o fosse – estando mais direto, com uma boa dinâmica. Esta nova geração conta com um bom tato nos seus comandos, não excessivamente direto nem preciso, mas acima de tudo com bom peso e bem ajustado às necessidades.



Ainda que não tenha conduzido a versão mais potente, equipada com o sistema plug-in que oferece 200cv de potência combinada, essa será a mais acertada para quem fizer mais autoestrada ou necessite de circular a velocidades mais elevadas, já que este prefere toadas mais calmas e tranquilas, sem nunca ser “submotorizado”.

No entanto, em termos de consumos, esta variante de 140cv continua a agradar, tendo terminado o teste com um consumo de 5,3l/100km.

A gama C-HR começa nos 35.350€, subindo para os 41.810€ para esta versão Lounge bem mais equipada que inclui as jantes de 19’’ polegadas, tejadilho em vidro panorâmico ou abertura da bagageira elétrica.

No final, podemos afirmar que o C-HR continua a ser um produto mais emocional do ponto de vista estético, sem perder a lógica e segurança dos produtos Toyota, sobretudo híbridos, que oferecem elevada poupança. O interior está agora mais moderno e adaptado à concorrência, enquanto a sua condução e pisar de estrada continua bastante europeu.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!